Et 6:11 Hamã tomou as
vestes e o cavalo, vestiu a Mordecai, e o levou a cavalo pela praça da cidade,
e apregoou diante dele: Assim se faz ao homem a quem o rei deseja honrar.
Ainda relembrando a festa de Purim, vivida no início dessa
semana, e que nos traz sempre muitas lições, hoje relebrei uma cena do fime que
sempre achei legal, e ocorre quando Hamã, chamado para aconselhar o rei, que
estava em dúvida sobre o que fazer para honrar uma pessoa. Hamã, achando que a
tal pessoa era ele mesmo, fala muitas coisas e no fim o rei ordena: “Muito bom,
agora vá lá e faça isso com Mordechai, o judeu.”
Hoje cedo estava vendo uma entrevista de um técnico de
futebol, chamado Murici, que seu time perdeu um jogo no domingo passado, e ele
fora acusado de recomendar que seu time perdesse de propósito. Na entrevista
ele dizia algo assim: “Eu sou um profissional, sério, trabalhador, não admito
que me julguem dessa maneira. Como eu poderia falar aos meus comandados para
cumprir horários, treinar sério, se eu peço que eles joguem para perder?”
Existe uma diferença entre ter honra e ser honrado.
Mordechai tinha honra. Fazia (ainda que em oculto) as coisas
que julgava serem corretas. Quando descobriu uma conspiração para matar o rei,
fez o certo, e a vida de Assuero foi preservada. Ele não cobrou reconhecimento,
não correu atrás de méritos. Sua honra estava dentro de si; por saber que fez o
certo.
Hamã, ao contrário, procurava estar no centro das atenções, queria ser “honrado”, queria aplausos.
Aplausos trazem honraria, não honra. Trazem reconhecimento, não mérito.
Outra lição é que o que plantamos hoje, colhemos no devido
tempo. Talvez Mordechai já tivesse se esquecido do bem que fizera ao preservar
a vida do rei. O rei também e a história parecia ter ficado num passado
distante. Parecia!
O rei foi atormentado de insônia, e para tentar dormir foi
ler, e nas crônicas estava registrado o
ato de Mordechai. Aí sim, o rei pensou: “será que eu agradeci a tal homem pela
minha vida? O que foi feito dele?”
Muitas vezes fazemos algo hoje e já buscamos o tal
reconhecimento. As coisas de Deus não funcionam dessa maneira.
Assim como no caso de Mordechai, nossos atos são registrados
num livro, e quando for (e se for) da vontade do Eterno, receberemos o reconhecimento humano.
Pirkê Avot diz: “Todo aquele que quer muita celebridade perde
a que já possui.” (Avot 1:13)
Hamã chegou a altas posições dentro do império persa, mas
queria mais, queria ser honrado.
Devemos plantar boas atitudes, não esperando agradecimentos,
honrarias, mas porque boas atitudes farão bem ao nosso próprio coração. O
resto, é consequência.
Shaul HaShaliach deu um bom conselho aos Gálatas: “E não nos
cansemos de fazer o bem, porque a seu tempo ceifaremos, se não houvermos
desfalecido.” (Gl 6:9)
Não sejamos dependentes de honraria, apenas e tão somente tenhamos
honra.
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