terça-feira, agosto 25, 2015

Reflexões para o dia: Elul; e até quando esperarás?


Dt 30:19-20 - Os céus e a terra tomo, hoje, por testemunhas contra ti, que te propus a vida e a morte, a bênção e a maldição; escolhe, pois, a vida, para que vivas, tu e a tua descendência, amando o SENHOR, teu Deus, dando ouvidos à sua voz e apegando-te a ele; pois disto depende a tua vida e a tua longevidade...
 
 
Hoje estamos no décimo dia do mês de Elul, ou seja, um terço do último mês do nosso calendário já se passou e faltam três semanas para Rosh HaShanah (para quem não sabe, é o ano novo judaico) e faltam 30 dias para Yom Kipur (o dia do perdão, a data mais sagrada de nosso calendário). E a meditação de hoje não é sobre o dia, ou o mês que vivemos, mas sobre como vivemos.

Ontem, no início do expediente, fui surpreendido ao ver a notícia da morte repentina de um conhecido, um senhor que acompanhava as transmissões da tv israelita, e que havia falado comigo no shabat, dois dias antes. Ele vivia distante, lá no Ceará, mas nos acompanhava sempre. Não, não era membro de nossa comunidade, apenas um simpatizante pela internet.

Ontem também recebi um convite para curtir uma página de facebook. Fui ver do que se tratava e era de uma jovem, casada com um recente dissidente da CINA. Há pouco tempo atrás, essa mesma jovem usava trajes decentes, guardando certa tsiniut (discrição) mas agora posta orgulhosa fotos usando trajes no mínimo incoerentes com alguém que se diz religiosa.

É interessante observar como as pessoas vivem suas vidas despreocupadas. O Talmude diz: "Se eu não for por mim, quem será? E se não for agora, quando será?" numa clara referência de que temos que nos preocupar com nossas atitudes hoje, agora, sempre, diariamente.

Será que aquele senhor, simpatizante, sabia que iria morrer logo após o último shabat? Creio que não! Ele estava feliz, se aproximando mais a cada dia do Eterno, e de repente, um ataque cardíaco e a vida cessou. Restaram as lágrimas de parentes e amigos.

Por outro lado, pessoas se afastam de D-us, e tomam o caminho de viver suas aventuras, suas vidas sem o temor do Eterno. Tudo que lhes resta é correr atrás de dinheiro, porque D-us já faz parte de um passado distante. Não se trata de julgar alguém meramente por seus trajes, mas uma pessoa que em poucos meses abandona o caminho, um modo de vida e rapidamente faz questão de mostrar que "agora mudou, está melhor, mais feliz" mostra com isso também que servir ao Eterno era causa de sua infelicidade.

Elul nos faz refletir, somos realmente felizes servindo ao Eterno? ou obedecemos os mandamentos, seguimos nossos líderes apenas por medo de punição? Porque basta nos afastarmos da comunidade para mudarmos completamente nosso modo de agir. Isso mostra que aquela pessoa que frequentava a sinagoga, ou mentia para os outros, ou mentia para si mesma.

Seja como for, meus amigos, o fato é que a vida é curta demais para vivermos de fingimento; um dia estamos aqui, no outro, estamos numa sepultura.
Já não mais no shabat anunciarei o nome daquele internauta que nos acompanhava, mas nunca foi capaz de tomar a atitude de se converter, ou não teve tempo para isso.

Nós, que estamos vivos, devemos tomar isso como um sinal de alerta. Não há tempo a se perder. Se seu interesse é pelo sagrado, pela presença de D-us, faça-o agora... ninguém poderá fazê-lo por você. Por outro lado, se estar numa sinagoga é um peso em tua vida, você deve refletir se é isso mesmo que você quer.

De qualquer forma, é aí que entra o texto de Deuteronômio. O Eterno nos está propondo, a vida ou morto, a bênção e a maldição. Somos nós é quem escolhemos nosso destino. Mas se você quer uma dica, escolha a vida, para que possas viver, tu e a tua descendência, amando ao Eterno, dando ouvidos à Sua voz, seguindo a Torah, apegando-se a D-us... pois é disso que depente tua vida.
Todo o resto, bens materiais, fama, exibicionismo, superficialidade... pense nisso.

Ainda estamos em Elul, ainda é tempo de reflexão e de arrependimento. Que o toque do shofar diário nos desperte para o reencontro com D-us. Se você deu um passo errado, escolheu o caminho errado, se sente que está mais distante de D-us, arrependa-te e volte, pois como disse o salmista: "um coração contrito não o rejeitará o Eterno".

Desejo a todos uma semana de boas notícias! Shalom!

terça-feira, agosto 18, 2015

Reflexões para o dia: Elul; um gesto que salva a sua vida.CARIDADE



Lv 25:35,36,38 - Se teu irmão empobrecer, e as suas forças decaírem, então, sustentá-lo-ás. Como estrangeiro e peregrino ele viverá contigo. Não receberás dele juros nem ganho; teme, porém, ao teu Deus, para que teu irmão viva contigo... Eu sou o SENHOR, vosso Deus, que vos tirei da terra do Egito, para vos dar a terra de Canaã e para ser o vosso Deus.

Elul é o mês em que nos aproveitamos da proximidade do ano novo, da presença do Eterno entre nós (leia o comentário, falando sobre o Rei estar no Campo) e devemos nos aprimorar em cada gesto, cada atitude nossa. 

No último domingo, um quadro do programa “Domingão do Faustão” chamado “Arquivo Confidencial” causou polêmica e discussão pela internet e resolvi ver do que se tratava. Ali, foi apresentado (de surpresa) um video em que um jovem ator fazia um gesto de caridade. O ator Caio Castro ficou visivelmente constrangido e insatisfeito ao ter exposto um momento em que ele dançou uma valsa com uma jovem de 15 anos, que sofria de câncer. 
É interessante que esse fato tenha ocorrido bem no começo do mês de Elul. Deve ser porque eu devia escrever sobre isso mesmo. Aí me fez refletir sobre quando fazemos coisas boas às pessoas, que tipo de recompensa buscamos. 

O sábio tsadik Yeshua ben David, disse: “Guardai-vos de exercer a vossa justiça diante dos homens, com o fim de serdes vistos por eles; doutra sorte, não tereis galardão junto de vosso Pai celeste. Quando, pois, deres esmola, não toques trombeta diante de ti, como fazem os hipócritas, nas sinagogas e nas ruas, para serem glorificados pelos homens. Em verdade vos digo que eles já receberam a recompensa. Tu, porém, ao dares a esmola, ignore a tua mão esquerda o que faz a tua mão direita; para que a tua esmola fique em secreto; e teu Pai, que vê em secreto, te recompensará.” (Mt 6:1-4)

Com justa razão o jovem ator ficou insatisfeito, pois um gesto de caridade feito em particular, foi exposto diante de milhões de pessoas. (Pouco antes, o mesmo apresentador havia chamado o jovem de irresponsável, imaturo e coisas semelhantes)
O que fazemos de bem para as pessoas deve gerar em nós um prazer íntimo e pessoal, e essa é a melhor e única recompensa que deveriamos buscar; a satisfação de haver feito algo bom por alguém. 

Não devemos fazer o bem, buscando reconhecimento alheio, e nesse caso, toda a generosidade terá perdido seu encanto, e tornar-se-á, sem valor. Como disse Yeshua, o hipócritas é que fazem assim, e na verdade, eles já receberam sua recompensa.

Em Elul, a tsedakah, a generosidade, a preocupação em fazer o bem deve aflorar ainda mais dentro de cada um de nós,  e nossos sábios dizem que a tsedakah tem o poder de nos livrar da morte.

Há um midrash acerca da filha do Rabi Akiva, dizendo que havia um relato de um astrólogo revelara ao famoso Rabi Akiva de que sua filha iria ser micada por uma cobra, quando ela se casasse e morreria na noite de núpcias.
O dia do casamento chegou, e tudo ocorreu bem, mas antes de dormir, a filha do Rabi Akiva teria pego um comprido grampo de cabelos e espetou no mural que havia atrás de sua cama. Na manhã seguinte, quando ela acordou, puxou o grampo e viu que havia uma cobra morta, perfurada por seu grampo de cabelos. 
Rabi Akiva então perguntou à sua filha: “Qual foi a boa ação que você fez para merecer este milagre?” E ela respondeu que na festa do casamento, enquanto todos se divertiam e se alegravam, ninguém notou um pobre faminto pedindo ajuda na porta. Ela mesma se levantou e deu de sua própria porção ao pobre homem.” 
Rabi Akiva exclamou: “Você fez uma grande mitsvah e pelo mérito dela foi salva.”

Caridade é diferente de tsedakah, pois um gesto de generosidade pode ser feito tanto aos pobres quanto aos ricos, desde que não vise o favorecimento pessoal através de reconhecimentos. 

Generosidade deve ser a palavra a permear nossos caminhos nestes dias. Uma mão estendida ao pobre, ao aflito, ao entristecido, ao fraco, pode representar a diferença entre a vida e a morte; entre um decreto positivo ou uma condenação diante do Eterno. 

Que tenhamos uma vida cheia de bons atos, e que sejamos selados e inscritos para um bom julgamento e um ano bom em 5776. 

Transforme suas atitudes em brachot neste mês e inspire-se para um novo ano. Porque isso é Tikun Olam! Isso é trazer o Malchut HaShamayim para perto de nós. ATITUDE!