quarta-feira, março 12, 2014

Reflexões para o dia. O que mais eu posso fazer?



2 Rs 4:8 Certo dia, passou Eliseu por Suném, onde se achava uma mulher rica, a qual o constrangeu a comer pão. Daí, todas as vezes que passava por lá, entrava para comer.

Hoje ao chegar no escritório e ligar o computador, me deparei com uma mensagem de uma pessoa, solicitando que eu escrevesse algumas palavras a serem ditas no aniversário de casamento dela, como uma homenagem a seu cônjuge, dizendo que isso faria a pessoa ficar muito feliz. Senti-me muito honrado em poder homenagear o amigo. Isso me fez refletir e de vez em quando me pego pensando: O que mais eu posso fazer por tal pessoa?
Ontem mesmo, ao ler a história do profeta Eliseu antes de meu filho dormir, eu refletia sobre o quanto constrangemos alguém com nossos bons atos. O profeta passava sempre pelos mesmos lugares, e uma senhora o constrangera a parar um pouco, para comer. Quem voluntariamente oferece apoio, seja com pão, com palavras, com gestos, sem que a pessoa venha lhe pedir ajuda?

Depois daquele dia, o profeta sempre que passava ali, sabia que tinha um lugar para fazer uma refeição. Isso é bom? Claro! Mas quem disse que aquela mulher se satisfez em dar pão ao profeta?
Nos versos seguintes, ela fala com o marido e eles juntos decidem construir um quarto para que Eliseu pudesse ali descansar; então providenciaram o quarto com uma cama, mesa, cadeira e um candeeiro.
Aí você pode dizer: ah! mas aquela mulher era rica; se eu fosse rico também faria. Será mesmo?
Outro pode dizer: ah! mas ela fez para o profeta, se um ungido de D-us vier em minha casa, claro que eu farei isso.

A essas duas questões quero apenas citar alguns versos:
• Kefah HaShaliach, diante de um coxo que lhe pedia esmola, disse: “Não possuo nem prata nem ouro, mas o que tenho, isso te dou: em nome de Yeshua HaMashiach, o Nazareno, anda” (At 3:6) Não se trata de quanto dinheiro temos, mas do que podemos fazer por alguém.
• Mt 25:37-40 Então, os justos lhe responderão, dizendo: Senhor, quando te vimos com fome e te demos de comer? Ou com sede e te demos de beber? E, quando te vimos estrangeiro e te hospedamos? Ou nu e te vestimos? E, quando te vimos enfermo ou na prisão e fomos ver-te? E, respondendo o Rei, lhes dirá: Em verdade vos digo que, quando o fizestes a um destes meus pequeninos irmãos, a mim o fizestes.
Não é apenas o que fazemos a um rosh, a um ungido que conta, mas o que fazemos para pessoas que não podem nos trazer benefício algum.
Já dizia alguém: “o caráter de uma pessoa se revela não na forma com que ela lida com seus superiores, mas no modo com que trata aqueles que não lhe podem trazer benefícios.”

O que mais podemos fazer? O mundo nos possibilita a cada dia um novo gesto de tsedakah. Na verdade os sábios dizem, que deveriamos agradecer a uma pessoa pela oportunidade que ela nos dá de cumprirmos a mitsvah da tsedakah.

Dias atrás, minha esposa me procurou falando de um menino, que muito doente, aparentemente não tinha muito com o que brincar, e ela pensou em dar uma alegria a esse menino, mandando para ele algum presente. Então (tal qual a mulher da história, que pediu ao marido para construirem o quarto) ela me pediu se poderiamos fazer alguma coisa. Claro que sim!

E pensei: o que mais eu posso fazer? Pensei em alguns amigos que com certeza também iriam querer ajudar. Falei com eles, e imediatamente se dispuseram em colaborar. Então, dias depois, o menino recebia na casa dele, não um, mas três presentes, que certamente amenizaram o sofrimento.
Quem é o menino? Talvez ele nem saiba quem foram as pessoas que lhe enviaram presentes. Não importa! Importa é alguém saciar a sede, ainda que momentânea de outro; talvez saciar a fome, talvez vestir e por aí vai... tenho certeza de que há pessoas precisando de ajuda à sua volta.
Você pode dizer: ah! eu já contribuo com o terceiro dízimo para isso mesmo. E sim, você está certo! Agora me diga uma pessoa carente que você sabe que foi beneficiada com seu terceiro dízimo? Acredite, você também precisa disso; ainda que de longe olhar e ver o bem que você fez a alguém. Não pelo reconhecimento alheio, mas pelo bem que fará a seu próprio coração. O reconhecimento que teremos vem de D-us!

Se você não conhece ninguém que precisa de ajuda, eu conheço várias pessoas. Se quiser contribuir, eu posso te ajudar a ajudar alguém. Garanto que seu coração se sentirá bem!
Se você quer ajudar alguém, ainda que você não tenha dinheiro para isso, também dá; eu lhe ajudo a encontrar alguém que precisa de uma oração, de um abraço, de talvez uma única pessoa que lhe diga: ei, eu me importo com você.
Mas porque fazer isso? Porque é disso que se trata a religião.

Tiago 1:27  A religião pura e imaculada para com Deus, o Pai, é esta: visitar os órfãos e as viúvas nas suas tribulações e guardar-se da corrupção do mundo.

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