2 Rs 4:8 Certo dia, passou Eliseu por Suném, onde se achava
uma mulher rica, a qual o constrangeu a comer pão. Daí, todas as vezes que
passava por lá, entrava para comer.
Hoje ao chegar no escritório e
ligar o computador, me deparei com uma mensagem de uma pessoa, solicitando que
eu escrevesse algumas palavras a serem ditas no aniversário de casamento dela,
como uma homenagem a seu cônjuge, dizendo que isso faria a pessoa ficar muito
feliz. Senti-me muito honrado em poder homenagear o amigo. Isso me fez refletir
e de vez em quando me pego pensando: O que mais eu posso fazer por tal pessoa?
Ontem mesmo, ao ler a história
do profeta Eliseu antes de meu filho dormir, eu refletia sobre o quanto constrangemos
alguém com nossos bons atos. O profeta passava sempre pelos mesmos lugares, e
uma senhora o constrangera a parar um pouco, para comer. Quem voluntariamente
oferece apoio, seja com pão, com palavras, com gestos, sem que a pessoa venha
lhe pedir ajuda?
Depois daquele dia, o profeta
sempre que passava ali, sabia que tinha um lugar para fazer uma refeição. Isso
é bom? Claro! Mas quem disse que aquela mulher se satisfez em dar pão ao
profeta?
Nos versos seguintes, ela fala
com o marido e eles juntos decidem construir um quarto para que Eliseu pudesse
ali descansar; então providenciaram o quarto com uma cama, mesa, cadeira e um
candeeiro.
Aí você pode dizer: ah! mas
aquela mulher era rica; se eu fosse rico também faria. Será mesmo?
Outro pode dizer: ah! mas ela
fez para o profeta, se um ungido de D-us vier em minha casa, claro que eu farei
isso.
A essas duas questões quero
apenas citar alguns versos:
• Kefah HaShaliach, diante de um
coxo que lhe pedia esmola, disse: “Não possuo nem prata nem ouro, mas o que
tenho, isso te dou: em nome de Yeshua HaMashiach, o Nazareno, anda” (At 3:6)
Não se trata de quanto dinheiro temos, mas do que podemos fazer por alguém.
• Mt 25:37-40 Então, os justos
lhe responderão, dizendo: Senhor, quando te vimos com fome e te demos de
comer? Ou com sede e te demos de beber? E, quando te vimos estrangeiro e
te hospedamos? Ou nu e te vestimos? E, quando te vimos enfermo ou
na prisão e fomos ver-te? E, respondendo o Rei, lhes dirá: Em verdade vos digo
que, quando o fizestes a um destes meus pequeninos irmãos, a mim o
fizestes.
Não é apenas o que fazemos a um
rosh, a um ungido que conta, mas o que fazemos para pessoas que não podem nos
trazer benefício algum.
Já dizia alguém: “o caráter de
uma pessoa se revela não na forma com que ela lida com seus superiores, mas no
modo com que trata aqueles que não lhe podem trazer benefícios.”
O que mais podemos fazer? O
mundo nos possibilita a cada dia um novo gesto de tsedakah. Na verdade os
sábios dizem, que deveriamos agradecer a uma pessoa pela oportunidade que ela
nos dá de cumprirmos a mitsvah da tsedakah.
Dias atrás, minha esposa me
procurou falando de um menino, que muito doente, aparentemente não tinha muito
com o que brincar, e ela pensou em dar uma alegria a esse menino, mandando para
ele algum presente. Então (tal qual a mulher da história, que pediu ao marido
para construirem o quarto) ela me pediu se poderiamos fazer alguma coisa. Claro
que sim!
E pensei: o que mais eu posso
fazer? Pensei em alguns amigos que com certeza também iriam querer ajudar.
Falei com eles, e imediatamente se dispuseram em colaborar. Então, dias depois,
o menino recebia na casa dele, não um, mas três presentes, que certamente
amenizaram o sofrimento.
Quem é o menino? Talvez ele nem
saiba quem foram as pessoas que lhe enviaram presentes. Não importa! Importa é
alguém saciar a sede, ainda que momentânea de outro; talvez saciar a fome,
talvez vestir e por aí vai... tenho certeza de que há pessoas precisando de
ajuda à sua volta.
Você pode dizer: ah! eu já
contribuo com o terceiro dízimo para isso mesmo. E sim, você está certo! Agora
me diga uma pessoa carente que você sabe que foi beneficiada com seu terceiro
dízimo? Acredite, você também precisa disso; ainda que de longe olhar e ver o
bem que você fez a alguém. Não pelo reconhecimento alheio, mas pelo bem que
fará a seu próprio coração. O reconhecimento que teremos vem de D-us!
Se você não conhece ninguém que
precisa de ajuda, eu conheço várias pessoas. Se quiser contribuir, eu posso te
ajudar a ajudar alguém. Garanto que seu coração se sentirá bem!
Se você quer ajudar alguém,
ainda que você não tenha dinheiro para isso, também dá; eu lhe ajudo a
encontrar alguém que precisa de uma oração, de um abraço, de talvez uma única
pessoa que lhe diga: ei, eu me importo com você.
Mas porque fazer isso? Porque é
disso que se trata a religião.
Tiago 1:27 A religião
pura e imaculada para com Deus, o Pai, é esta: visitar os órfãos e as viúvas
nas suas tribulações e guardar-se da corrupção do mundo.
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