quarta-feira, janeiro 28, 2015

Reflexões para o dia: Bem na minha testa



Dt 6:8 - Também as atarás por sinal na tua mão, e te serão por testeiras entre os teus olhos.

A parashah de Bo, que foi estudada no último final de semana é concluída em Êx 13:16, que diz: “E será por sinal sobre tua mão e por frontais entre os teus olhos; porque o SENHOR nos tirou do Egito com mão forte.” 
Esse é um dos textos que lemos e meditamos quando, ao rezarmos pela manhã, colocamos nosso tefilin. O tefilin, pode-se dizer, é parte da indumentária de todo judeu devoto. 
Aquela caixinha que colocamos primeiramente em nosso braço, próximo ao coração, e damos sete voltas apertadas até chegarmos à nossa mão, onde com o couro fazemos a letra shin (de SHADAI) e depois colocamos em nossa testa, entre os olhos, pode parecer à primeira vista, apenas um utensílio a mais. Isso aos olhos dos desavisados, mas para quem já teve a oportunidade de utilizar o tefilin, sabe que rezar com ele faz uma grande diferença.
Ao entrelaçarmos por três vezes aquela fita de couro no nosso dedo médio, fazemos menção do texto de Os 2: 19,20 “E desposar-te-ei comigo para sempre; desposar-te-ei comigo em justiça, e em juízo, e em benignidade, e em misericórdias. E desposar-te-ei comigo em fidelidade, e conhecerás o SENHOR.” Isso nos remete a uma simbologia da aliança que temos com o Criador (ou Ele conosco) e nos conecta de uma maneira muito íntima com o Eterno.
Colocamos a tefilah da mão primeiro porque são nossos atos que precedem nossa espiritualidade. Lembre-se de êxodo 24, que diz: “faremos e entenderemos” e só quem cumpre a mitsvah de usar tefilin vai entender.

Quando colocamos a tefilah da testa, as duas fitas de couro a ela conectadas, descem por todo nosso corpo, simbolizando a influência de nossa mente, que desce e controla o corpo todo. Nossa mente, quando conectada com o espiritual, controla o corpo e o guia por caminhos de justiça e retidão.

Enfim, são muitos e você pode encontrar vários outros significados do uso do tefilin, só não pode é ignorar o fato de que usar tefilin é um mandamento. 

Quando vamos à Israel, na entrada do Kotel há sempre um grupo de homens que lá estão com alguns tefilin e se você quiser, eles te ensinam a usar. Fazem isso porque entendem que um judeu religioso deve incentivar os outros judeus a se aproximarem do Eterno, e colocar tefilin é cumprir uma mitsvah e te conecta com o Criador. Então, você vai lá, pede, e eles colocam, ensinam e daí te mandam chegar no Kotel e rezar o Shemah Yisrael. Isso também é feito em alguns outros lugares nas ruas de Jerusalém, Tel Aviv e outras cidades (sempre vai ter alguém pra te incentivar a rezar)

Num dos dvds que eu e o Rosh Ezrah gravamos em Israel nós fizemos uma matéria sobre a colocação do tefilin. No video, gravado no Kotel, quem ensina e fala é um desses judeus devotos que ajuda pessoas a cumprir a mistvah. (O dvd chama-se Aprender em Israel)

Não faço esse texto pra que você se anime a ir a Israel comigo, nem tampouco para que me procure querendo comprar um tefilin, mas para que você, homem, se inspire a rezar mais, a se aproximar do Criador. 

O tefilin é usado costumeiramente durante os dias da semana, mas no shabat ele não é usado, e talvez por isso mesmo nem todos os homens o utilizem ou possuem. Rezar não é um ato de shabat, é um ato diário, e tem que fazer parte de nossa rotina tanto quanto tomar café da manhã, almoçar ou jantar. O tefilin não é usado para outras pessoas verem como você é devoto, portanto, você pode usá-lo no seu próprio quarto, ao rezar pela manhã, ou se reunir com outros nove homens e no miniam matinal rezarem juntos um shacharit. 
Ao retirar seu tefilin, você irá perceber que as marcas ainda estarão em seu braço, num lembrete de que a reza terminou, mas a sua conexão com o Eterno deve permanecer. 

Se possível, quando receber amigos judeus, ou estiver com homens judeus que nunca tiveram a oportunidade de usá-lo, ofereça, ensine como usar e dê a eles a oportunidade de cumprir a mitsvah; isso será bom para ele e também redundará em bênção a você por aproximar mais alguém do Eterno.

Por fim, concluo com uma frase que tenho meditado sempre antes de rezar, já que temos a vida corrida diária e por vezes a oração parece ser automática:
Antes da reza eu rezo para que, durante a reza, eu possa de fato rezar. (Rabi Chaim de Tsanz)
Faça de sua oração um momento único e especial, de conexão com o teu Criador, e coloque um tefilin na testa.

*** As fotos desta postagem foram feitas em nossa última viagem a Israel, em dezembro de 2014, com os amigos Nilder Pousa e Avraham Dipp.

terça-feira, janeiro 27, 2015

Reflexões para o dia: O poder da unidade



Gn 11:1,6 - Ora, em toda a terra havia apenas uma linguagem e uma só maneira de falar....e o SENHOR disse: Eis que o povo é um, e todos têm a mesma linguagem. Isto é apenas o começo; agora não haverá restrição para tudo que intentam fazer.

Já há alguns dias venho pensando sobre a importância da unidade e toda vez que penso a respeito lembro-me de uma antiga prédica do Rosh Yishai num congresso, falando sobre a unidade, e mencionando esse texto de Gn 11, que fala sobre a Torre de Babel. 
Muito embora a intenção naquele contexto fosse negativa, em que os homens quisessem atingir o céu, tornando célebres seus próprios nomes, a idéia da união é algo que D-us viu como muito poderosa, e que onde há união, não há restrição, limites para os objetivos a serem alcançados. 
O próprio midrash diz que na criação, o único dia onde o Eterno não disse que era bom, foi porque naquele dia ele criou a separação, de acordo com Gênesis 1.

Todas as vezes que o povo de Israel lutou unido, saiu vencedor, e quando os homens se dividiam, o povo enfraquecia e assim o é até os dias de hoje. 

Recentemente tivemos a boa notícia do avanço da obra em Angola. Foram quase 80 pessoas que passaram pela tevilah e tem um grupo enorme ainda a ser batizado nos próximos meses. Tudo isso só foi possível com a visita àquele país feita pelos roshim Yishai e Nechemyah. Foi um trabalho feito em equipe, com pensamento de unidade e isso trouxe resultados. 

Na fé judaica, há até um ditado: “dois judeus, três opiniões” e isso mostra um pouco da grande amplitude de pensamentos diferentes, mas o respeito entre os diversos grupos é fundamental e constante. 
Recentemente começamos a ver também a unidade do povo, logo após o terrível assassinato dos três jovens judeus em Hebrom, em junho de 2014. A partir dali, ashkenaz e sefaradi estavam juntos rezando pelas famílias; religiosos e não religiosos apoiavam o exército de Israel na luta contra o terror. E com isso o povo judeu se fortaleceu.

O mesmo acontece em nossa comunidade; quando todos lutamos por um mesmo ideal (ainda que em determinadas situações tenhamos pensamentos divergentes) significa que o que nos une é sempre mais forte do que o que nos separa. Quando o egoísmo prevalece, enfraquecemos (mesmo que um ou outro possa parecer se sentir mais fortalecido) mas quando a unidade aparece, todos somos fortalecidos. 

Shaul HaShaliach falou com profundidade acerca disso, dizendo: “Rogo-vos, irmãos, pelo nome de nosso mestre Yeshua HaMashiach, que faleis todos a mesma coisa e que não haja entre vós divisões; antes, sejais inteiramente unidos, na mesma disposição mental e no mesmo parecer.” (1 Co 1:10) e repetiu em 2 Co 13:11 “Aperfeiçoai-vos, consolai-vos, sede do mesmo parecer, vivei em paz; e o Deus de amor e de paz estará convosco.” 
D-us estará conosco quando formos unidos, e por outro lado,  se formos desunidos, a Shechinat HaShem se afastará de nós.

Temos muitos projetos à frente, e alcançaremos êxito? À medida que a teshuvah avança em conhecimento, aumentam os inimigos, aumentam os ataques, e isso faz com que nossa liderança, algumas vezes, deixe de seguir avante e volte as atenções para se defenderem e defender a própria kehilah desses que se levantam contra nós.

Qual o caminho para continuarmos avançando? O caminho  pode ser para a direita, ou para a esquerda, mas seja qual for, ele passa pela unidade de pensamento, pelo respeito e por olharmos adiante juntos. Enquanto tivermos uma única forma de falar, uma única linguagem, o Eterno nos dotará de forças para que continuemos a lutar. 

Convido a todos os amigos a demonstrarem apoio à liderança, ficando firmes, conscientizando-se de que tudo tem sido feito com responsabilidade. Cada passo, seja o entendimento a respeito dos guerim, da cobertura da cabeça por parte das mulheres casadas, da tsiniut, do rito nos casamentos, do mikvê, brit milah, e mais recentemente, da cashrut, cada passo, cada passo, visa exclusivamente o entendermos melhor a Torah e como melhor agradar ao Criador.  

Se conseguirmos deixar de lado os egoísmos em prol de algo maior, nos aproximaremos da vontade do Eterno a cada dia, e seremos fortalecidos, como é dito: “A Alegria do Senhor é a nossa força!” E que o Sagrado, bendito seja Ele, se alegre com nossos atos e nossa unidade.

Porque, como diz o salmista: “Hinei ma tov umanain... quão bom e agradável é que os irmãos vivam unidos, POIS É ALI QUE O ETERNO ORDENA SUA BÊNÇÃO PARA SEMPRE!”

sexta-feira, janeiro 16, 2015

Reflexões para o dia: Que nota tirei no ENEM?




Jo 7:14,15 - Corria já em meio a festa, e Jesus subiu ao templo e ensinava.  Então, os judeus se maravilhavam e diziam: Como sabe este letras, sem ter estudado?

Nessa semana o governo divulgou as notas do ENEM (Exame Nacional do Ensino Médio) e todos se assustaram com a quantidade de pessoas que tirou nota zero em redação. Foram  529.374 pessoas (cerca de 8,5% do total); Aí alguns diziam ser culpa do tema dificil sugerido (publicidade infantil) e que não estão familiarizados com o assunto. 
Eu, na verdade, acho que não é nada disso. Como alguém que está no ensino médio não é capaz de escrever uma redação? Não é o assunto, é a falta de capacidade em escrever.

O sábio Hillel já dizia: “quem não aumenta seus conhecimentos, diminui, e quem não se instrui não é digno de viver” (Pirkei Avot 1:13) e hoje o que mais se vê é gente que não quer aprender. Isso em todos os níveis...

Já fui adolescente e também ja tive preguiça, já tive video-games, já tive amigos de escola, já curti músicas, mas não se trata de ser um “nerd” que só pensa em estudar, mas também não é preciso abandonar os estudos. E também não dá pra colocar a culpa toda no governo, que não investe na educação. Vou dar alguns exemplos, sem querer ofender ninguém:

• Não tenho ânimo pra estudar, escola pública ninguém estuda. 
Isso não é bem verdade, há dezenas, centenas de boas escolas públicas, mas o mais importante, há milhares de alunos interessados em aprender. Quem quer aprender, não se importa se os outros alunos da sala não querem crescer.
• Ah se eu pudesse faria um cursinho de inglês (ou qualquer outra matéria) 
Também não é bem verdade, pois na internet há uma infinidade de video-aulas gratuitas e outros materiais que facilitam o aprendizado.
• Não tenho tempo de estudar.
Para quem trabalha o dia inteiro e estuda à noite, até concordo, mas na verdade são esses que estão realmente estudando. Um jovem que não trabalha e fala que não tem tempo de estudar é mentiroso; só pode estar de brincadeira.

Por falar em brincadeira, hoje 80% dos jovens possuem celulares potentes, com internet e passam boa parte do tempo em joguinhos (não menos potentes). 
Celulares, notebook, internet, tudo pode ser usado por algo melhor do jogos e bate-papo no facebook; podem ser usados para aumentar o conhecimento. Não falo apenas de conhecimento curricular escolar mas conhecimento geral; seja religioso, cultural, artístico, enfim, há um mundo diante dos nossos olhos. 

Yeshua, em seus dias, causava espanto nas pessoas por seu conhecimento, mesmo sendo um rapaz simples, filho de carpinteiro. Não use sua condição financeira para diminuir sua capacidade de aprendizado. Não se justifique na incapacidade alheia. 

No último congresso israelita conversei bastante com um amigo; professor premiado por seu belo trabalho, o chaver Claudio Boaz Reinke dá aulas no interior da Paraíba e é um grande incentivador de seus alunos na busca pelo conhecimento. Temos em Curitiba algumas chaverot de talento na área educacional, como a Kelly Ester e a Joélia, e também em Ponta Grossa temos a Maderli e a Priscilla, e em outras cidades certamente temos pessoas de talento que podem ensinar. 
Falávamos sobre desenvolvermos um projeto para a CINA, com videos educacionais, e usarmos a tvisraelita como meio de divulgarmos conhecimento. Talvez videos em diversas áreas, como hebraico, inglês, geografia, história e claro, português. Pode acontecer um dia; oremos por isso!

O importante é que nada vai acontecer se não quisermos de verdade aprendermos. Porque como disse Hillel, quem não aumenta os conhecimentos, os diminui. 

Falando sobre a redação do ENEM, é uma vergonha nacional. Na internet circulam “as pérolas do ENEM” com as mais absurdas frases (que não citarei aqui) revelando o completo desconhecimento das matérias e principalmente da língua portuguesa. Sim, todos cometemos erros, mas muitos são tão grotescos que parecem ser propositais. Como se resolve isso? LEITURA.

Jovens, adquiram o costume de ler. Não de ler gibis, piadas, coisas inúteis, mas de ler livros. Somos um dos países em que menos se lê no mundo. Menos de um livro por ano!

Quem lê, aprende a desenvolver argumentos, aprende a dominar a língua e... aprende a escrever. É certeza de que terá assunto na prova de redação do ENEM.

Se você quer começar a ler mais, fale comigo, posso te indicar uma série de livros, de acordo com seu interesse, claro, dentro do judaísmo, e especialmente para os jovens, tenho alguns bem interessantes. 
De qualquer forma, se você não tem condições de comprar, na maioria das cidades tem uma biblioteca pública, onde você encontrará milhares de volumes que irão te abrir os olhos para um novo mundo, o mundo do pensamento, do conhecimento. Experimente!
Ainda se os livros estiverem difíceis, use a internet como fonte de conhecimento; vá no youtube.com e ao invés de procurar por “parafernalha”, digite: “conhecimento” “aulas de....” e seja bem vindo a um mundo maravilhoso do aprendizado! 

segunda-feira, janeiro 12, 2015

Reflexão para o dia: "Eu não sou CHARLIE"



2 Rs 2:23,24 - Então, subiu dali a Betel; e, subindo ele pelo caminho, uns rapazes pequenos saíram da cidade, e zombavam dele, e diziam-lhe: Sobe, calvo, sobe, calvo!  E, virando-se ele para trás, os viu e os amaldiçoou no nome do SENHOR; então, duas ursas saíram do bosque e despedaçaram quarenta e dois daqueles pequenos.

Na semana passada o mundo foi pego de surpresa novamente com um atentado em Paris que levou à morte de doze pessoas. Depois, ao “fim” dezessete pessoas perderam a vida nessa situação. Claro, isso causou comoção mundial e neste domingo, líderes de várias nações (inclusive o Benjamin Netaniahu, de Israel) fizeram parte das manifestações em Paris, e muitos ingajaram-se na campanha “Somos todos Charlie”.  

Charlie Hebdo é o nome de uma publicação semanal francesa, com charges, piadas, sátiras, etc... que tem uma tiragem de cerca de 60 mil exemplares. Dentre as centenas, milhares de charges, eles publicaram algumas que atingiram a imagem do profeta Mohamed, mas também já publicaram charges  zombando de Moshe Rabenu, de Jesus Cristo, de santos, e de politicos famosos, e até recentemente uma política negra francesa teve sua imagem retratada como um macaco.    E daí?

Bom, gente, devo dizer que o judaísmo é contra o assassinato, mas também somos contra o desrespeito com a fé alheia. Já fui diversas vezes a Israel, e os judeus, os israelenses sempre se mostram muito respeitosos com as diferentes crenças e culturas. Em abril de 2014, quando lá estive, era a época da visita do papa Francisco a Israel, e o que eu vi foi uma quantidade grande de cartazes e faixas nas ruas com a imagem do papa e dizeres como: “seja bem-vindo a Israel”.

Acho interessante as brincadeiras, gosto do bom humor, mas acho mais interessante o respeito. Tenho vários amigos evangélicos, muitos pastores, tenho outros conhecidos católicos e respeito e sou respeitado por eles. Dias atrás estive pregando e até falei um pouco num seminário numa igreja batista.
Acredito que o brasileiro se deixa influenciar muito pela mídia e não costuma refletir muito a respeito, e por vezes, se contradiz em suas atitudes. 

Nos orgulhamos de ser um país tolerante, e temos várias linhas de fé. Hoje cedo via o “Bom Dia Brasil” que mostrava o início dos festejos de carnaval na Bahia, com os pais-de-santo, babalorixás, jogando água santa nas milhares de pessoas, em frente à uma igreja católica em Salvador. Depois veio uma caminhada com a imagem de Jesus. 

Você, como eu, provavelmente não seja católico, nem do candomblé, e não concorda com isso, mas não é por isso que vamos sair matando pessoas que pulam carnaval. Isso é errado!

Acontece que onde há o desrespeito, a zombaria, não há espaço para a tolerância. Temos o mau costume de seguir a mídia, que fica “endeusando” maus exemplos. 

Há alguns anos atrás, um bispo da Igreja Universal, chutou uma imagem da santa na televisão... e aí, foi execrado, absurdo,  acabou tendo que sair do país e até hoje é marcado por isso. Aí eu pergunto: qual a diferença do que ele fez e do que os cartunistas fazem? Ele desrespeitou a fé de milhões de pessoas católicas, claro, não precisava disso. Mas e os cartunistas? 

Repito em letras capitulares NÃO CONCORDO COM O ASSASSINATO, ACHEI LAMENTÁVEL O ATO DE TERROR. Mas concordar com o direito dos “humoristas” zombarem da fé muçulmana, não posso concordar. 

Todas as vezes que vamos a Israel, o guia é sempre um judeu, mas o motorista do ônibus é quase sempre um árabe, na maioria das vezes, muçulmano. Sempre tive relacionamento amistoso com eles, fizemos brincadeiras com alguns, outros eram mais sérios, mas sempre foi uma relação respeitosa. 
É evidente que nem todo muçulmano é terrorista, aliás, a maioria é gente educada, apenas crê num deus diferente. 
Essa minha postagem não tem nada a ver com o conflito entre árabes e judeus pela terra, mas tem a ver com o fato de que, se queremos o respeito das pessoas, devemos aprender antes a respeitá-las. 

As charges do Charlie Hebdo são ridículas, desrespeitosas, algumas são nojentas, (publico algumas aqui, apenas para que você possa refletir se você também é Charlie) e apesar de não concordar com os atos de terror, devo dizer que EU NAO SOU CHARLIE. 

Ninguém acha que seja terrorismo o fato como a bíblia relata como aqueles meninos que zombavam do profeta foram despedaçados, acredito que os cartunistas estariam vivos se não zombassem de simbolos religiosos alheios de forma tão desprezível. 

Porque: “Como o louco que lança de si faíscas, flechas e mortandades, assim é o homem que engana o seu próximo e diz: Fiz isso por brincadeira.” (Pv 26:18,19)

Brincadeira tem limite! O limite é o respeito ao próximo. 

Faço esse post com todo o meu respeito à fé católica, ao cristianismo em geral, por meio de todos os amigos pastores evangélicos, aos muçulmanos, e aos ateus, que não acreditam em Deus, mas respeitam as pessoas. 

*** Peço perdão se ficaram ofendidos com as imagens que aqui publiquei. (Na verdade são as menos agressivas) Se quiser ver todo o horror publicado por esse jornal, digite no google e veja as imagens. 

segunda-feira, janeiro 05, 2015

Kashrut, mikvê e nossos pecados


Is 59:2 - Mas as vossas iniqüidades fazem separação entre vós e o vosso Deus; e os vossos pecados encobrem o seu rosto de vós, para que vos não ouça.

Por estes dias estou relendo um livro chamado “As águas do Eden” que fala especificamente sobre o mikvê. Nele, o autor, rabino Aryeh Kaplan, fala sobre o primeiro mikvê, as implicações da imersão, como e quando, o que deve ser mergulhado, etc... mas fala de aspectos morais também, porque tudo tem que ter um sentido moral na nossa  vida, pra nos fazer sermos pessoas melhores. 
Quase no fim do livro, ele aborda HaShem como o Mikvê de Israel. E diz: “O nome HaShem representa D-us como a fonte derradeira de toda a existência, muito acima do universo e das suas leis... Um dos ensinamentos mais importantes do judaísmo é o do arrependimento. Não importa quão grande tenha sido o pecado cometido por uma pessoa, seu passado pode ficar completamente limpo se ela se arrepender sinceramente perante D-us.”

Todos sabemos que mikvê está relacionado a impureza, mas também tem a impureza do pecado, e por isso também há a imersão de “Yohanan” de arrependimento dos pecados. 
Que bom que temos um D-us perdoador, que nos olha de cima e é capaz de compreender e nos fazer limpos de nossos pecados. Mas é preciso arrependimento. Sem arrependimento não adianta muita coisa, nem mesmo frequentar a kehilah. Resumindo, o conceito de TESHUVAH é baseado num retorno à vontade do Eterno, num anseio de que reencontremos o caminho certo. 

Arrependimento está vinculado com duas coisas: pedido de perdão e mudança de atitude.

Yeshua foi um mestre que falou muito acerca do perdão, porque certamente ele sabia que o perdão é fundamental para uma vida de paz e consciência tranquila. E o perdão é bom para todos. Tanto para quem ofende quanto para quem é ofendido. 

Ao nos ensinar a “oração do pai nosso” ele disse: “perdoa-nos assim como temos perdoado” e explica: “Porque, se perdoardes aos homens as suas ofensas, também vosso Pai celeste vos perdoará;  se, porém, não perdoardes aos homens as suas ofensas, tampouco vosso Pai vos perdoará as vossas ofensas.” (Mt 6:12,14,15)

Noutro famoso texto ele ensina a necessidade de perdoar sempre, com o  setenta vezes sete. (Mt 18:22)

Entra ano e sai ano sempre a maioria absoluta de nós (eu incluso) carrega os mesmos problemas, mágoas, tristezas, ofensas, falta de arrependimento, nào cumprimenta um, outro vira a cara, etc... e depois rezamos pedindo que Mashiach venha logo; 

Todo judeu sabe, desde criancinha, que a causa principal para que o templo sagrado fosse destruído foi o chamado “ódio gratuito”.  Como podemos rezar pela vinda de Mashiach se carregamos esse sentimento negativo dentro de nós?
Todo mundo tem alguém que nem sequer te conhece, mas vira a cara pra você. Antes mesmo de te conhecer já se deixou influenciar pela maledicência alheia. Mas sim, todos rezamos para Mashiach vir logo.... e dizemos na amidá: “apressa o advento do Teu Ungido”

Agora mesmo, muita gente se atentou para a “alimentação Kosher” e isso é fantástico. Muitos verdadeiros carnívoros deixaram de comer carne até que conseguissem um fornecedor kosher de carnes. Isso é fantástico gente! É sinal de que quando queremos, conseguimos mudar. Então porque não mudar em outros aspectos também?

Pedir perdão é ótimo, mas se no momento seguinte, você já passa a acusar o outro de não perdoar você, qual o sentido de pedir perdão? 

Cumprir kashrut é fantástico, mas não é tudo. Yeshua disse: “não é o que entra pela boca que contamina o homem, mas o que sai..” E segue: “Não compreendeis que tudo o que entra pela boca desce para o ventre e, depois, é lançado em lugar escuso? Mas o que sai da boca vem do coração, e é isso que contamina o homem.  Porque do coração procedem maus desígnios, homicídios, adultérios, prostituição, furtos, falsos testemunhos, blasfêmias. São estas as coisas que contaminam o homem;...” (Mt 15:11,17-20) 
Ainda que neste texto ele faça referência ao lavar das mãos, o conceito é o mesmo. 

Fazer mikvê é outro conceito essencial. Quando as águas do mikvê te envolvem, elas te purificam, mas acima disso, você está se envolvendo no sagrado. 

Desjo que as águias do mikvê nos purifiquem e que a kashrut seja também um processo de limpeza de dentro pra fora e que nesse ano de 2015 consigamos estar mais limpos e que venha Yom Kippur no dia 23/09/2015. 

Hb 8:10-12 "Porque este é o concerto que, depois daqueles dias, farei com a casa de Israel, diz o Senhor: porei as minhas leis no seu entendimento e em seu coração as escreverei; e eu lhes serei por Deus, e eles me serão por povo.  E não ensinará cada um ao seu próximo, nem cada um ao seu irmão, dizendo: Conhece o Senhor; porque todos me conhecerão, desde o menor deles até ao maior.  Porque serei misericordioso para com as suas iniqüidades e de seus pecados e de suas prevaricações não me lembrarei mais."

Misericórdia, perdão e humildade; assim apressamos o advento da chegada de Mashiach.