segunda-feira, junho 17, 2013

Mike e sua importância




LIÇÃO 2 - MIKVE E SUA IMPORTÂNCIA

VERSO TEMATICO“...lavará as suas vestes, e banhará a sua carne em águas vivas, e será limpo.” (Levítico 15:13)


INTRODUÇÃO

Apesar de a Torah não fazer uma afirmação direta sobre o que seja um mikvê e nem tampouco explicar como deveria ser sua utilização, sabemos hoje de detalhes que foram aperfeiçoados através dos tempos pela Torah Oral e mais tarde, com as discussõs e o Talmude, nossos sábios chegaram a um consenso de como deveria ser e funcionar.
O fato de não haver grandes explicações na Torah acerca do assunto, não significa que não devemos valorizar um mikvê. Por exemplo, o livro “As águas do Eden” diz: “Muitas pessoas ficariam surpresas ao saber que o mikvê é mais importante do que a sinagoga. Isto pode não ser óbvio, porque em muitas comunidades, as sinagogas têm edifícios caros e imponentes, enquanto o Mikvê é pequeno e de manutenção modesta. Porém, o mikvê é mais importante. A Lei Judaica afirma que uma congregação que não tenha seu próprio mikvê não tem sequer status de comunidade.” (Pg 12)
O ajuntamento de águas que forma o mikvê nos possibilita o cumprimento de todas as mitsvot relacionadas ao processo de purificação e nos aproxima a cada dia do Eterno, em pureza.

QUESTIONÁRIO

1. Que condições são necessárias para se preparar adequadamente um mikvê?
Há no mínimo seis condições básicas para que se alcance um status de mikvê.
1) O mikvê deve ser preenchido com água. Nenhum outro líquido pode ser utilizado.
2) Ele deve ser construído no chão. Não pode ser formado por nenhum recipiente que possa ser desconectado e levado embora, como uma piscina, banheira ou tanque.
3) A água do mikvê não pode estar correndo ou fluindo. A única exceção é uma fonte natural ou rio cuja água derive principalmente de nascentes.
4) A água não pode ser dirigida, ou seja, não pode ser trazida para o mikvê através de intervenção humana direta.
5) A água não pode ser canalizada para o mikvê através de canos ou recipientes feitos de metal, argila ou madeira.
6) O mikvê deve conter pelo menos 40 Sa'ah (aproximadamente 200 galões ou seja, 25 pés cúbicos de água). Isso porque, segundo Rabbi Yitzchok ben Sheshes explica: “há uma regra geral de que se uma coisa for misturada com outra que tenha o dobro do seu volume, ela será considerada como anulada. O maior corpo humano normal tem um volume equivalente a 20 Sa'ah.” (Águas do Eden, pg 93)
Independentemente de conhecer as regras, antes de dar início à construção de um mikvê, todas as kehilot devem buscar orientação com a Sede da CINA.

2. Em que situações do cotidiano israelita é utilizado o mikvê?
A imersão num mikvê é parte da vida judaica, e representa de modo geral uma mudança de status.
• O processo de conversão à fé judaica passa por uma imersão no mikvê. Essa imersão representa a mudança do status de “gentio”, “impuro” para um “baal teshuvah”, reconhecido como um legítimo israelita. “No caso de um homem, a imersão deve ser precedida pela circuncisão ritual, e para uma mulher, a imersão em si mesma representa todo o ritual de conversão.” (Águas do Eden, pg 37)
• A mulher, ao encerrar o período de nidah, depois de uma semana de purificação, conclui o processo com a imersão no mikvê. A partir de então, sai do status de “impura, imprópria” para a condição de “adequada, apta” para retomar seu relacionamento com o esposo.
• Após relação sexual, em que haja emissão de sêmen do homem, fora do corpo da mulher.
• Qualquer utensílio para comida feito de metal ou de vidro, em alguns casos também de madeira, fabricados ou de propriedade de um não yehudi, deve ser imerso, antes que possa ser usado para alimentos judaicos. Quando um utensílio for utilizado para alimento não kosher, ele precisa tornar-se kosher e ser imerso.
Há ainda outros costumes de imersão num mikvê, como por exemplo em caso de contato com um morto; antes de realizar uma brit milah; noivos antes de se casarem; um sofer, antes de iniciar seus trabalhos ao escrever um sefer torah, etc...
* Abordaremos mais profundamente sobre cada um dos principais itens acima citados em lições posteriores.

3. De que maneira a imersão no mikvê deve ser considerada?
Como dito anteriormente, ela representa uma mudança de status, como um rito de passagem. Por isso mesmo, o banho ritual não deve ser visto como um banho comum. A água do mikvê não está lá para lavar nosso corpo das sujeiras, até porque é parte comum no processo o banho ANTES de entrar no mikvê.

A imersão representa renovação, o renascimento e o reencontro com o Eterno, e pelo fato de estar entre os chukim (mitsvot para as quais não há uma explicação lógica) torna-se um ritual muito mais valioso espiritualmente, uma vez que em nossa mente limitada não somos plenamente capazes de compreender a Lei Divina em sua totalidade, mas a aceitamos ainda assim, e cumprindo-as damos uma demonstração de sujeição à vontade do Eterno, reconhecendo que Ele sabe que é melhor para nós.

em breve postarei a parte 3... na intenção de ajudar a compreendermos melhor o mikvê.

LIÇAO 3 - O MIKVÊ NA CONVERSAO

segunda-feira, junho 10, 2013

Mikvê, era pra ser um caderno de lições, mas agora virou post...



Há pouco tempo foi inaugurado o mikvê em nossa Beit Sede, em Curitiba, o que certamente representa mais um avanço de nossa teshuvah. Também por conta disso, fui ler e reler alguns livros para que pudessemos publicar um caderno de lições sobre o assunto e sua grande importância para o modo de vida dentro da fé judaica. 

Já estava escrevendo quando a nossa Diretoria optou por não mais publicar o caderno de lições e substitui-lo por videos do programa Or Teshuvah, que obviamente também traz muitos ensinamentos importantes. Como aprender nunca é demais e como eu já havia escrito algumas lições, acho que é bom publicar aqui, já que não mais teremos as liçoes. Publicando aqui, e compartilhando nos facebooks, o aprendizado pode chegar a todos os membros também. 

As lições são um pouco do que aprendi com livros como:
- "A distância que nos une - Leis de Pureza Familiar
- O Segredo da Feminilidade Judaica
- Kitsur Taharat - Resumo das Leis de Pureza Familiar
- As Águas do Eden
- To Become One (em inglês)
e além desses, alguns outros comentários rabínicos que li, e que me ajudaram a compreender um pouco mais das mitsvot relativas ao mikvê e sua importância no âmbito familiar.

Aos membros e líderes da CINA, se julgarem importante, fiquem a vontade para copiarem, imprimirem e estudarem juntos em suas kehilot, em horários que acharem de melhor proveito para o crescimento espiritual da Kehilah. Como verão, o texto segue no antigo formato das lições.

 LIÇÃO 01 - O HOMEM NA CRIAÇÃO

VERSO TEMÁTICO: “Contudo, pouco menor o fizeste do que os anjos e de glória e de honra o coroaste. Fazes com que ele tenha domínio sobre as obras das tuas mãos; tudo puseste debaixo de seus pés.” (Salmo 8:5,6)

INTRODUÇÃO: 
Para que possamos compreender melhor as funções de um mikvê, nosso tema central deste trimestre, se faz necessário primordialmente saber que  tudo que existe, inclusive as águas de um mikvê foram criadas para o benefício do ser humano. 
Quando, na criação o Eterno criou o Eden, colocando cada coisa em seu lugar, rios, peixes, animais, árvores, tudo foi feito pensando no homem, cuidadosamente formado pelas mãos do Eterno, soprando nele o fôlego de vida. (Gn 2:7-10)
Como A Torah afirma que “eis que tudo era muito bom” a cada ato da criação divina, então devemos aceitar que o homem era perfeito e vivia em perfeita harmonia com o ambiente e o Criador e que não havia nele a inclinação para o mal e o pecado. Havia nele a possibilidade da vida eterna, numa relação de crescimento espiritual e intimidade com o Criador. 
Com o evento da serpente e a tentação, o homem, fazendo uso de seu livre arbítrio transformou sua relação com o Eterno e a perfeição do Jardim já não era mais como antes.

QUESTIONÁRIO
1. Que lições aprendemos com o pecado do homem?
A perfeição que havia no Eden sem o pecado havia sido perdida por conta da desobedência do homem. Como o mundo inteiro houvera sido criado em favor do homem, quando ele caiu, provocou juntamente também a queda do mundo todo, e o mal já não mais estaria concentrado “na serpente” mas acabara por contaminar toda a criação. “Pelo que, como por um homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado, a morte, assim também a morte passou a todos os homens, por isso que todos pecaram.” (Rm 5:12)
A própria reação de Adam, que antes não se envergonhava por estar nu, tendo que fazer vestimentas com folhas de figueira para cobrir suas “vergonhas”  já demonstra que ele sentiu o peso do pecado. A seguir, de imediato a Torah diz: “E ouviram a voz do SENHOR Deus, que passeava no jardim pela viração do dia; e escondeu-se Adão e sua mulher da presença do SENHOR Deus, entre as árvores do jardim.” (Gn 3:8)
Nosso sábios afirmam: “Um pecado sempre tem como consequência outro pecado. A recompensa duma boa obra está na própria boa obra realizada. A consequência dum pecado é sempre outro pecado.”
Se seguimos o relato do pecado de nossos pais, vemos que outros erros se seguem logo após. (Gn 3:1-13)
• envergonhar-se. O que peca, sente vergonha em sua consiência.
• esconder-se. Quem faz algo errado, logo procura ocultar o erro, e se esconde.
• fugir da culpa. Assim como Adam, o pecador sempre procura culpar alguém por seus próprios erros. Eva fez o mesmo, mas a serpente não tinha a quem culpar.

2. E quais as consequências recaíram sobre a Criação?
“À mulher disse: Multiplicarei sobremodo os sofrimentos da tua gravidez; em meio de dores darás à luz filhos; o teu desejo será para o teu marido, e ele te governará. E a Adão disse: Visto que atendeste a voz de tua mulher e comeste da árvore que eu te ordenara não comesses, maldita é a terra por tua causa; em fadigas obterás dela o sustento durante os dias de tua vida. Ela produzirá também cardos e abrolhos, e tu comerás a erva do campo. No suor do rosto comerás o teu pão, até que tornes à terra, pois dela foste formado; porque tu és pó e ao pó tornarás.” (Gn 3:16-19) Mas o maior castigo foi: “o Senhor D-us, pois, o lançou fora do jardim do Eden...e havendo lançado fora o homem, pôs querubins ao oriente do jardim do Eden e uma espada inflamada que andava ao redor, para guardar o caminho da árvore da vida.” (Gn 3:23, 24)

3.  Por que foi necessário que o homem fosse retirado do Jardim do Eden? Que isso representa?
Como dito anteriormente, na criação tudo era perfeito e não havia espaço para sujeira ou coisas erradas, e ao perder o acesso ao Jardim do Eden, o homem se distancia de tudo que era puro e perfeito, seja no modo de vida, na sua relação com toda a criação ou na sua relação com o Eterno. Como disse o profeta Ezequiel: “para que a casa de Israel não se desvie mais de mim, nem mais se contamine com todas as suas transgressões.” (Ez 14:11) Numa outra versão do mesmo texto, é dito: “já não se sujarão através de seus pecados.” ou seja, o pecado sujaria, contaminaria o Eden e como o que é perfeito não se pode contaminar. 

4. De que maneira o homem poderia voltar a se aproximar do Eterno e do puro, estando ele manchado pelo pecado?
Para reestabelecer sua relação com o Eterno o homem precisava passar por um processo de limpeza e purificação, e então se reconectar com o Eden. 
“O Talmude diz que toda a água do mundo tem sua raiz no rio que brotou no Eden. Num certo sentido, este rio é a fonte espiritual de toda a água. Mesmo que uma pessoa não possa entrar no próprio Jardim do Eden, sempre que se associa com esses rios - ou com qualquer outra água - ele está restabelecendo sua ligação com o Eden... Isso também explica por que o micvê tem de estar vnculado à água natural.” (Äguas do Eden, pg 58)
Com isso, começamos a entender a importância de um mikvê no processo de nossa re-conexão com o Eterno.

EM BREVE POSTAREI A LIÇÃO DOIS: MIKVÊ E SUA IMPORTÂNCIA


sábado, junho 01, 2013

Forum 2013


Depois de alguns dias sem postar nada, reencontro no forum algumas pessoas que surgem e sempre comentam que visitam meu blog, que acabei abandonando bastante pis fico tempos sem postar nada. Dessa vez, o Levi, de Passo Fundo/RS veio me falar e então resolvi colocar algo sobre nosso evento.

É sempre bom quando vem a época do forum, dias frios em Curitiba e muita conversa em nossas reuniões. Esse ano tem sido bastante proveitoso o evento, com discussões e estudos sobre temas realmente relevantes para o avanço da Kehilah e o processo de Teshuvah. 

Ja abordamos sobre as festas de Shavuot e Pessach, especialmente com um estudo claro sobre os dias da contagem do Omer. Também sobre Brit Milah, conversão dos gentios, requisitos, comportamento, etc... enfim, muito produtivo.

A hora ruim fica sempre por conta das fotos,  hehe, pelo menos pra mim, mas tem que fazer, fazemos. Um abraço a todos! Ano que vem tem mais, mas antes, teremos o congresso em dezembro, de 26 a 29, em Campinas. Preparem-se!