sexta-feira, março 07, 2014

Reflexões para o dia. Coisas de judeu



At 22:3  Eu sou judeu, nasci em Tarso da Cilícia, mas criei-me nesta cidade e aqui fui instruído aos pés de Gamaliel, segundo a exatidão da lei de nossos antepassados, sendo zeloso para com Deus, assim como todos vós o sois no dia de hoje.

De forma sucinta, a Halachah diz que é judeu todo aquele que é nascido de mãe judia. Simples assim.
Daí nasce um menino, com oito dias de vida, um mohel vai lá, corta a pele do prepúcio e pronto, está feito o pacto de Abraão na carne do menino, para sempre. O que vai acontecer com esse menino? Ele vai crescer, ficar adulto, casar, ter filhos, envelhecer e morrer como judeu. E daí? Daí que isso não faz a menor diferença na vida dele.
Já fui muitas vezes a Israel, e a cada nova viagem, novas experiências, pessoas, aprendizados, etc... e como você deve imaginar, conheci muitos judeus.
Lá conheci um Benjamin, jovem judeu russo (ele até gravou depoimento comigo, que saiu num dvd à época) muito simpático morador do bairro Mea Shearim; ele, como tantos dali, religioso.  Conheci também um David, dono de lojinha na famosa rua Ben Yehudah; Esse, também religioso, só que não ortodoxo, brincava, batia papo comigo enquanto atendia seus clientes, na loja que vendia desde shofar até óleos para unção para evangélicos. Outro senhor David, nada religioso, mas com bom conhecimento, foi nosso guia na primeira viagem; não usava kipah, e de repente numa das visitas a sinagogas ele disse: “eu não sou religioso, mas não sou menos judeu do que aquele senhor que está à porta (um senhor todo religioso, rezando). Conheci outros e outros... mas não estou aqui para falar de personagens e sim pra meditar.
Há dois tipos de judeus: judeu secular e judeu religioso. Embora muitas coisas lhes sejam comuns, como falar hebraico, ser circuncidado, conviver (em Israel) com atentados terroristas, etc... a diferença básica está no fato de um REZAR, buscar ao Eterno, e o outro não.

A Congregação Israelita é uma instituição (como o nome diz, israelita) que tem princípios religiosos. Prezamos e buscarmos nos aperfeiçoar no cumprimento da Torah.

Paulo, o apóstolo, Em Atos 22, começou a fazer um discurso, e quando começou a falar em hebraico, as pessoas deram mais atenção. Daí ele diz: SOU VARÃO JUDEU, instruído aos pés do sábio Gamaliel, CONFORME A VERDADE DA LEI DE NOSSOS PAIS, ZELOS PARA COM DEUS...
Ele dizia: “sou judeu, e sou religioso.”

Você também pode escolher entre dois tipos de judeu:
- SECULAR, não rezar, não ler Torah, não falar da palavra de D-us, não acender velas de shabat, não fazer bircat hamazon, não abençoar os filhos, etc... mas ser circuncidado.
- RELIGIOSO, rezar, estudar a Torah, meditar na palavra de D-us, acender velas de shabat, abençoar filhos, fazer cabalat, frequentar sinagoga, etc... e ser circuncidado.

Há muitas coisas de judeu nessa vida. Mas é você quem decide que tipo de judeu quer ser.

Aos judeus coube o privilégio de ter sido escolhido como o povo do Eterno, a nação santa. Mas ter uma relação de proximidade, de amor a D-us, de zelo pela Torah, de oração, é a opção que fazemos nessa vida.
Você pode ser ashkenazi ou sefaradi, isso tem a ver com de onde vieram seus pais, avós, etc... mas ser um judeu religioso é o que fará toda a diferença em sua vida.

Sua Torah pode ser armazenada num case redondo de madeira, ou num tecido aveludado cheio de bordados, mas o essencial é que você a guarde no coração. Caso contrário você será apenas mais um na multidão.


Espero que sejamos todos nós, judeus religiosos, judeus que rezam, judeus que amam a D-us acima de todas as coisas.  Aí sim, estaremos dando o devido valor à herança judaica.

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