Lm 3:22,23 “As misericórdias do SENHOR são a causa de não sermos consumidos, porque as suas misericórdias não têm fim; renovam-se cada manhã. Grande é a tua fidelidade.”
Ontem falei sobre a necessidade de sermos humildes. As pessoas confundem “ser humilde” com “ser pobre”. Sempre alguém diz que “fulano é de origem humilde” e o que querem dizer com isso? Que a pessoa nasceu pobre e se deu bem financeiramente na vida. Uma coisa não tem nada a ver com a outra. A verdade é que, seja qual for a origem, nosso destino somos nós quem traçamos, e aquilo que alcançamos depende de quanto somos dedicados ou relaxados, perfeccionistas ou perfeitos.
Hoje vi algo interessante sobre as características de pessoas perfeccionistas, mas no fim, quase todo mundo quer que as coisas “saiam perfeitas” embora todos saibamos que ninguém é perfeito. Aí entra a humildade em reconhecer que algo ficou realmente bom. Conheço pessoas que sempre que alguém lhes apresenta um trabalho, uma idéia, uma proposta, ela diz: “está bom, ótimo, mas podia melhorar isso ou aquilo.” Nada, nunca está bom o suficiente.
Dias atrás assisti um filme que em determinado momento retrata uma realidade bastante comum: o casal vai sair para um evento, e a mulher coloca um vestido e pergunta ao marido se ficou bom; ele a elogia, diz que ficou ótimo, mas ela não gosta e experimenta outro vestido, depois outro, outro, outro, mais um e quando já estão absolutamente atrasados, ela escolhe o primeiro vestido e acha que ficou perfeito. Para que algo seja perfeito, basta aceitarmos que de vez em quando o “bom” já é o suficiente.
Mas o que isso tudo tem a ver com o verso inicial, que fala das misericórdias do Senhor serem a causa de não sermos consumidos? D-us entende que somos imperfeitos, e nos acolhe, com misericórdia. Por isso não somos consumidos. E eventualmente nós nos consumimos por não aceitar que somos incompletos, imperfeitos.
A graça da vida está no fato de que podemos errar, recomeçar, e se percebermos que algo não vai dar certo, podemos mudar de caminho, mudar o rumo. Não é sabedoria ficar buscando a perfeição em algo que provavelmente nunca alcançaremos.
Eu mesmo já fiz prédicas que, ao fim me senti horrivel, achando que foi um lixo, que não fui capaz de falar aquilo que Deus queria às pessoas; pouco tempo depois, quase sempre aparecia alguém, seja pessoalmente ou pela internet, no facebook, que dizia ter amado a prédica, que era tudo que ela precisava ouvir... então, eu chegava à conclusão de que a prédica havia sido perfeita, apesar das imperfeições.
É “como está escrito: Não há um justo, nem um sequer.” (Rm 3:10) e então nos resta aprender a contar os dias de forma a alcançarmos coração sábio. Ninguém é perfeito; aliás, o sábio nos disse: “Não sejas demasiadamente justo, nem demasiadamente sábio; por que te destruirias a ti mesmo?” (Ec 7:16) Somos capazes de nos auto-destruir se quisermos ser justos demais, sábios demais, então sejamos apenas HUMANOS.
Porque no fim das contas é a misericórdia do Eterno que nos mantém vivos, elas se renovam a cada manhã.
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