segunda-feira, junho 02, 2014

Reflexões para o dia. O velho muro



2 Cr 7:15:16 “Estarão abertos os meus olhos e atentos os meus ouvidos à oração que se fizer neste lugar. Porque escolhi e santifiquei esta casa, para que nela esteja o meu nome perpetuamente; nela, estarão fixos os meus olhos e o meu coração todos os dias.” 

Cada pessoa tem seu lugar preferido no mundo. Uns preferem Paris, outros Nova York, outros Rio de Janeiro, Curitiba, uns preferem praias, outros fazenda, outros shopping centers, mas há um lugar especial na Terra, que vai muito além de todos estes citados. É o lugar onde D-us habita. Mas que lugar é esse?
Você pode chamá-lo de “Muro das Lamentações”, Muro Ocidental, Wailing Wall, Western Wall, ou simplesmente, Kotel,  como os judeus o chamam, mas independente do nome que as pessoas dão, podemos chamá-lo de “Casa de Deus”.

Numa peregrinação a Israel é possível aprender muitos sobre dados históricos, quando foi construído isso ou aquilo, e muitas dessas coisas você pode aprender com o Google, mas não há nada mais fantástico de que a sensação de tocar nesse muro. Aí, nesse momento, todas as aulas de história ficam pra trás, e somos tomados pelo sentimento único de que estamos diante da Casa de D-us. 
A cada nova caravana que organizo, que levo para Israel, tenho a oportunidade de me reencontrar com os lugares sagrados, e estar no Kotel nunca foi motivo para “lamentações”, mas sempre de gratidão ao Eterno por me conceder a oportunidade de lá estar novamente. Lá, tenho meu “cantinho”, meu “ritual”, quando na parte interna posso pegar uma cadeira, um livro de tehilim (salmos) e me assento, calmamente leio, depois me levanto e vou ao muro fazer uma prece. Faço isso por diversas vezes, a cada uma delas lendo um salmo e rezando por diferentes razões, e sim, sinto que minhas preces são sempre ouvidas e atendidas. Não raras vezes vi eu pedir por alguém, e ao chegar de volta ao hotel, a pessoa me dizer que já tinha recebido a sua bênção. 

Mas por quê disso tudo? Porque foi Ele próprio quem disse a Salomão,  “Estarão abertos os meus olhos e atentos os meus ouvidos à oração que se fizer neste lugar. Porque escolhi e santifiquei esta casa, para que nela esteja o meu nome perpetuamente; nela, estarão fixos os meus olhos e o meu coração todos os dias.” Não importa o fato de o Templo ter sido derrubado por duas vezes, o muro ainda está lá, ainda resiste, como um sinal de que D-us está naquele lugar. 

Muitos dizem: “ah, é meu sonho ir pra Israel” mas não se mexem para transformar o sonho em realidade. As coisas são muito relativas nessa vida. Por que “não podem” ir a Israel? Ah é caro! Será? Hoje todo mundo anda de carro novo, financiado em 60 meses, pagando ao final o dobro do valor, com parcelas de no mínimo 700 reais e não tem dinheiro pra ir a Israel... basta ver quais são nossas prioridades. 

É a necessidade de Deus que nos faz ir a Israel. É a necessidade de tocar a Casa de Deus, de sentir que Ele está ali, ouvindo nossas orações, que nos faz viajar por mais de doze horas de avião (mesmo tendo medo). 

O salmista diz: “Alegrei-me quando me disseram: Vamos à Casa do SENHOR. Pararam os nossos pés junto às tuas portas, ó Jerusalém! Jerusalém, que estás construída como cidade compacta, para onde sobem as tribos, as tribos do SENHOR, como convém a Israel, para renderem graças ao nome do SENHOR. Lá estão os tronos de justiça, os tronos da casa de Davi. Orai pela paz de Jerusalém! Sejam prósperos os que te amam.” (Sl 122)


Não, a Casa do Senhor não é a igreja ou a sinagoga, mas Jerusalém. Quando Davi escreveu este salmo, não existia o Templo (construído posteriormente por Salomão, seu filho) mas Jerusalém já era o lugar da habitação do Eterno. E ele diz: “sejam prósperos aqueles que te amam.” Como podemos dizer que amamos um lugar que sequer conhecemos? Como amaremos Jerusalém se não vemos importância em um dia, pelo menos uma vez na vida, irmos até lá? 
Uma comparação simples: Você ama sua esposa? Filhos? Claro que sim! Se um deles ficar doente, você é capaz de vender seu carro, casa, e pagar o melhor médico para o tratamento. Agora reflita: “Você ama Jerusalém?” 

Não importa onde estejamos, se de fato amamos Jerusalém, trabalharemos incansavelmente para um dia estarmos lá, para dizermos: “Senhor, estou aqui na Tua Casa, no lugar onde Tu disseste que seus olhos estariam atentos e seu coração voltado para cá todos os dias... ouve minha prece.”

O Muro de Jerusalém certamente não é o mais belo dos lugares, não tem a beleza de Paris, nem o brilho e as luzes de Nova York, mas certamente é o lugar onde teremos nosso mais precioso encontro com alguém: o Criador do Universo. Porque como diz um quadro fixado na entrada da área do Kotel: “A presença divina nunca se move deste lugar.”

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