segunda-feira, junho 09, 2014

Reflexões para o dia. Shavuot, Torah, Rute, Casamento



Rt 3:10 “Disse ele: Bendita sejas tu do SENHOR, minha filha; melhor fizeste a tua última benevolência que a primeira, pois não foste após jovens, quer pobres, quer ricos.” 

Acabamos de passar pela festa de Shavuot, em que celebramos a outorga da Torah a Israel. Essa deve ser uma festa bonita, cheia de alegria, porque nos traz à memória quando Israel recebeu, através de Moshê, a sua “Ketubah”, seu contrato de casamento com o Eterno. 
Um dos costumes é ler o livro de Rute, a moabita que teve uma conversão sincera e humilde ao Deus e ao povo de Israel, com a famosa frase: “Teu povo é meu povo, Teu Deus é meu Deus.” 
Há uma conexão interessante entre casamento e shavuot, que vai além do simbolismo da Torah como a ketubah e Moshê como o casamenteiro...
No shabat, em momento da prédica, o Rosh Yishai citava o comportamento das jovens que se casam, e muitas vezes são levadas não pela responsabilidade do casamento, mas por atitudes infantis, casando-se com o primeiro que aparece, ou o rapaz que tem destaque, independente de ele ser trabalhador, e de sua capacidade e responsabilidades diante do Eterno. Atitudes que, se comparadas com Rute, nada lembram a moabita exemplar. 

Voltando a Shavuot, e a Torah, analisando friamente percebemos que é um casamento com dificuldades, e que ao longo da história, Israel, como esposa, abandonou ao Eterno, seu esposo. O Esposo então a castiga, brigam, vai e volta, mas enfim, permanecem casados. E Israel foi, é, e continuará a ser a única esposa do Eterno. Valeu a pena a Torah? Valeu a pena essa ketubah e esse casamento? Sim, claro que sim!

Isso é a mais perfeita alegoria de um casamento. E assim são os casamentos de verdade. Muitas vezes pessoas observam casais jovens e expressam frases como: “foram feitos um para o outro” ou “esse é o casal perfeito, um exemplo...” mas será mesmo? Quantos e quantos “casais perfeitos” se separam depois dos primeiros anos ou meses de matrimônio?
Isso ocorrem porque não há um comprometimento; comprometimento não com a beleza jovial ou o satisfazer-se, mas o comprometimento com o cônjuge, em ser um bom marido/esposa PARA o cônjuge e não em se benefiar dele. 

É bonito ver fotos de casais jovens, acho bonito a cerimônia de casamento, as fotos no facebook dias depois, a alegria da lua-de-mel, etc... mas acho mais bonito ainda casais com 20, 30, 50 anos de casados, mais do que postarem fotos, viverem juntos, demonstrarem satisfação em estar casados. 

Hoje completo dezoito anos de casado, amo fazer fotos com minha esposa, agora com nossos três filhos. Como todos os casais de verdade, eventualmente temos conflitos (poucos) mas passamos por eles e nos fortalecemos. Nos espelhamos em casais mais velhos, admiramos pessoas que preservam seus matrimônios, que não ficam expondo suas queixas na internet, lavando roupa-suja diante de “amigos” ávidos pra ver a próxima atualização de status do facebook. 

Amo um verso de provérbios que diz: “O que acha uma esposa acha o bem e alcançou a benevolência do SENHOR.” (Pv 18:22) talvez porque ele expresse a verdade para o homem... ter uma esposa é ser digno da bondade de Deus.
Rute, ouviu de Boaz, “Bendita sejas tu do SENHOR, minha filha; melhor fizeste a tua última benevolência que a primeira, pois não foste após jovens, quer pobres, quer ricos. Agora, pois, minha filha, não temas; tudo quanto disseste te farei, pois toda a cidade do meu povo sabe que és mulher virtuosa.” (Rt 3:10,11) E eu me pergunto: quem foi generoso com quem nessa história? Ela que casou-se com um senhor (e não com o jovenzinho bonitinho) ou ele que foi lhe por resgatador? 
Não importa! Quando ambos são generosos um com o outro e se preocupam com um cuidar do outro, o casamento vai permanecer sendo algo mágico e belo. 

Dias atrás soube de um homem que largara sua esposa e já estava com outra mulher, e fiquei triste, claro. Embora o mundo esteja cheio de garotas desavergonhadas, acho uma covardia abandonar a esposa, que ajuda o homem a crescer, dá a ele sua juventude e trocar por uma garota qualquer. 

Não quero entrar em mérito do porque se separaram, mas a bíblia diz que o Eterno “odeia o divórcio”. 

Acho muito interessante uma charge em que um jovem pergunta ao idoso, casado há muitos anos, como ele conseguiu manter o casamento depois de tanto tempo e ouviu como resposta: “Meu filho, somos de época em que quando alguma coisa quebrava, éramos ensinados a consertá-la e não a simplesmente jogar fora.” 

Pense nisso! Essa também é uma lição de shavuot.

*** Agradeço ao Eterno infinitamente pela bondade demonstrada para comigo, ao conceder-me a graça de há dezoito anos atrás casar-me com a Eliana. Ela não é apenas a líder da Kol HaNashi, a mulher virtuosa, um exemplo, etc... mais do que tudo isso, ela é a demonstração viva da generosidade do Eterno para comigo. 
Lá se vão mais de 6570 dias em que tenho visto se cumprir em mim o texto de Pv 18:22. Tenho alguém que cuida de mim, que ama e me suporta, mesmo com meus muitos defeitos e meu jeito ranzinza que se agrava com meus cabelos brancos. 
Eliana, em ti se cumpre o texto... pois toda a cidade do meu povo sabe que és mulher virtuosa. JTM!

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