sexta-feira, maio 30, 2014

Reflexões para o dia. Quem governa?




Pv 8:16 “Por meu intermédio, governam os príncipes, os nobres e todos os juízes da terra.” 

Em algumas de nossas viagens a Israel, conseguimos ir além de uma simples vista do Knesset, o parlamento de Israel. Conseguimos entrar, e nesse caso, temos ali uma aula de como funciona o Estado, os políticos, o sistema que, apesar de ser um governo democrático, ainda mantém certos sinais religiosos e símbolos, que misturam a bíblia com o modernismo; enfim, coisas de um povo milenar. 

Dentre as muitas coisas que vemos no Knesset, estão as obras do artista Marc Chagal, um judeu que viveu na diáspora, entre julho de 1887 e março de 1985, mas que estava ciente de sua responsabilidade para com o seu povo. Chamado a criar obras para embelezar o Knesset, não apenas as fez, mas doou sua arte que fica gravada no local onde discursam muitos líderes internacionais. Seus três enormes tapetes, expostos numa grande parede retratam o passado, presente e futuro de Israel, mostrando aspectos bíblicos, como o Rei Davi e claro, Moshê, e modernos como o exército que lutava por Israel. No tapete do futuro, lá está a profecia de Isaías, com vaca e ursa pastando juntas, o menino pequeno guiando os animais ferozes...

A visita ao Knesset também nos mostra o sistema de governo (única democracia na região) com seus 120 deputados (como na Grande Assembléia) se reunindo na grande sala, com suas cadeiras dispostas em formato de menorah. Só para que se tenha uma idéia, a democracia de Israel inclui desde partidos religiosos ultra-ortodoxos, até partidos liberais e árabes. Uma das últimas leis aprovadas foi a liberação da união civil dos gays. Agora imagine a discussão entre deputados liberais e os ultra-ortodoxos acerca do assunto. Lá também há infelizmente casos de maus políticos, corruptos e recentemente foi condenado a oito anos de prisão o ex-primeiro ministro Ehud Olmert (diferente daqui, lá ele cumprirá a pena em regime fechado). 

Isso nos leva a refletir sobre algo comum, especialmente em nosso país, que é maldizer aos políticos, à classe governante e trabalharmos contra o governo. O sábio Rabi Haniná, 'segan' (assistente) dos sacerdotes dizia: reza pela prosperidade daqueles que estão à frente do Estado, pois sem o seu temor os homens devorar-se-iam.” (Pirkê Avot 3:1)
Muito embora não seja prática da Congregação Israelita tomar partido em nome deste ou daquele político, devemos seguir a recomendação do sábio e rezar para que o governo de nosso país, estado e cidade sejam sempre bons e prósperos. 
O sábio rei Shlomo disse (em referência ao Eterno): “Meu é o conselho e a verdadeira sabedoria, eu sou o Entendimento, minha é a fortaleza. Por meu intermédio, reinam os reis, e os príncipes decretam justiça. Por meu intermédio, governam os príncipes, os nobres e todos os juízes da terra.” (Pv 8:14-16)

É nosso dever respeitar o governo, trabalhar pelo bem de nosso país e até mesmo rezarmos para que o governo seja justo. Isso independe do fato de eu defender essa ou aquela ideologia partidária. Se estão lá, não é porque o povo brasileiro é ignorante ou não sabe votar, é porque o Eterno permitiu. Se não respeitarmos as autoridades de nosso país, como iremos ensinar nossos filhos a respeitar nossa própria autoridade? Ou como um líder religioso pode exigir respeito de seus membros se ele mesmo não respeitar as autoridades?

Quando for a Israel, visite o Knesset e tenha uma aula de democracia. 

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