1 Rs 18:21 “Então, Elias se chegou a todo o povo e disse: Até quando coxeareis entre dois pensamentos? Se o SENHOR é Deus, segui-o; se é Baal, segui-o. Porém o povo nada lhe respondeu.”
É natural que na vida tenhamos alguns momentos de incertezas diante de determinadas situações, mas isso nunca em referência a nossas convicções, sejam elas pessoais, profissionais ou religiosas.
Em certa ocasião foi dito: “sejam vossas palavras sim, sim e não, não, porque o que passa disso vem do maligno.”
Quando o profeta Elias perguntou ao povo sobre esses dois pensamentos e qual eles iriam seguir, se o Deus de Israel ou Baal, a resposta do povo foi o silêncio, proveniente da falta de convicção.
Hoje isso se revela em muitas maneiras, mas e quando as pessoas não concordam com nosso ponto de vista? Mudamos? Aceitamos a maioria? Afrontamos todo mundo só pelo fato de que não vamos voltar atrás?
Existe uma diferença entre convicção e teimosia, entre diferentes pensamentos, preferências e imposições. E é necessário apenas de nossa parte que sejamos constantes... aceitemos que outras pessoas tenham pensamentos diferentes e que podemos conviver tranquilamente se todos nos respeitarmos.
Hoje estamos no auge da Copa do Mundo, um grande evento esportivo e que reflete bem isso. Há milhares de pessoas que gostam, que apreciam os jogos, a festa, acompanham, uns mais aficcionados, preenchendo album de figurinhas, fazendo a tabela, etc... outros gostam menos. E há também os que não gostam, simplesmente não assistem e a copa não interfere em nada na vida deles. Há ainda aqueles que não queriam a copa no Brasil, e dentre esses, há os que “protestam” destruindo patrimônio público, saqueando lojas, enfim, verdadeiros idiotas.
Eu, como homem, aprecio esportes, me divirto com futebol, torço para o Santos, e claro, na Copa, acompanho alguns jogos, vejo os resultados, os gols, e torço pelo Brasil. Sou a favor da Copa no Brasil (embora seja contra a roubalheira que foi feita) e acredito que os milhares de turistas que vieram ao Brasil poderão levar boas recordações de nosso país, e o turismo ajuda a economia brasileira. Mas também sou a favor do direito de protestar, mas acho que uns 30 anos de presidio fariam bem aos black-blocks, mascarados que destroem tudo e roubam. Por outro lado, como religioso, não permito que o futebol ou qualquer outro esporte interfira em minha vida religiosa, e com o maior respeito, entendo que shabat não é dia de ficar falando de futebol, de time, de copa.
Ontem foi uma (meia) polêmica em meu perfil do facebook, só pelo fato de eu ter publicado umas fotos de meus filhos com a camisa da seleção, ao lado do avô. Foi um momento de alegria familiar, e daí já aparece alguém pra criticar, estragar. Quando vi, já tinha lá uma série de comentários atacando esporte, futebol, dizendo ser pecado, paganismo e julgando que isso fosse algo gravíssimo.
Com todo respeito do mundo, já fui alvo antes, anos atrás de pessoas que abandonaram a congregação porque “me viram com uma camisa de futebol (da seleção de Israel) e julgaram isso como fanatismo.” Ontem, de igual forma, a pessoa me excluiu do rol de amigos porque eu publiquei uma foto? Nossa! Quanta santidade?!
Quer dizer, a pessoa publica NO MEU PERFIL uma série de coisas, e quando eu argumento no particular, preservando a pessoa, ela ainda reclama e me exclui? Falta noção de maturidade.
Já publiquei comentários anteriores no MEU perfil, em que me posiciono contra a bebedeira, contra determinadas músicas, contra algumas práticas, mas sempre respeito o direito dos outros de pensar diferente. Acho que há coisas grandes, como a Torah, em que devemos pensar igual, seguir juntos, e há outras que podemos pensar diferente, e ainda assim sermos bons amigos... eu sou santista, gosto de cores sóbrias, não gosto de verde, não gosto de roupa listrada, nem xadrez, nem musicas da Anitta. Outro gosta do SPFC, gosta de cores chamativas, tem gosto musical diferente, etc... e daí? podemos ser companheiros assim mesmo. Respeitar a opinião alheia sobre coisas importantes e aceitar que eles sejam diferentes em coisas de menor valor é princípio da fé judaica também. Como dizem: “dois judeus, três opiniões.”
Ontem o Brasil ganhou de Camarões. Gosto tanto de futebol que estava trabalhando durante o primeiro tempo, não vi os gols, depois, saí na hora do intervalo e perdi vinte minutos do segundo tempo. O que isso mudou na minha vida? Nada! Porque futebol é só diversão e estou ciente de que há coisas mais importantes.
Por coisas “do destino” o Brasil jogará no próximo sábado. E aí? vai assistir? Eu não, e não vou ficar desesperado querendo saber o resultado... depois, de noite verei no Jornal Nacional.
Só não posso mudar minha convicção de que o Shabat é sagrado. Espero que não fiquemos a coxear entre dois pensamentos... Se Deus é Deus, fiquemos com Ele... se o futebol é mais importante do que Deus, fique com ele.
*** Ps. Toda questão polêmica criada em meu perfil é deletada. Agora, se você quiser me mandar mensagem particular, podemos bater-papo, discutir o assunto com o maior prazer, e o devido respeito.
Um comentário:
Belíssima reflexão sobre os coxear dois pensamentos e sobre respeitar as opniões...assim como o senhor rosh gosto muito de futebol(esportes) e diferentemente do senhor gosto muito de verde pois sou Palmeirense kkkk...porém isso nunca irá interferir na amizade e a admiração que tenho pelo senhor.
Shalom Aleichem
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