quinta-feira, maio 29, 2014

Reflexões para o dia:Yad VaShem e a desesperança


2 Rs 17:39 “Mas ao SENHOR, vosso Deus, temereis, e ele vos livrará das mãos de todos os vossos inimigos.”

A cada nova viagem que faço a Israel percebo que cada grupo tem suas particularidades, seus pontos de maior ou menor interesse. Uns gostam mais de rezar, então preferem ir mais vezes ao Kotel; outros, preferem visitar museus, outros preferem compras, etc... eu aprecio ver, conhecer e aprender coisas novas, lugares novos de Israel, que sempre me surpreende. Mas há lugares que sempre me levam a meditar profundamente sobre a humanidade.

Infelizmente o nosso mundo se divide em três partes: 
a) nossos amigos
b) nossos inimigos
c) pessoas indiferentes

Mesmo dentro da Congregação do Eterno é assim que funciona, na maioria das vezes. Amamos estar perto de algumas pessoas, de outras queremos a distância e outras, tanto faz. Raramente alguém se preocupa em nos conhecer, mas é comum julgar fulano por antipático, simpático, chato, legal, etc... sem nem ao menos conhecermos a origem, onde mora, os familiares da pessoa. Infelizmente.

E isso ocorreu entre as décadas de 30 e 40 do século passado. Nem faz tanto tempo assim, menos de 70 anos atrás, mas nosso povo foi vítima do horrendo holocausto. Dos cerca de 9 milhões de judeus que viviam na região da Europa, dois terços foram mortos, sendo três milhões de homens, dois milhões de mulheres e cerca de um milhão e meio de crianças. E por quê foram mortos? Pelo simples fato de serem judeus. 

A visita ao Museu do Holocausto é obrigatória (apesar de muitos grupos que saem do Brasil para Israel não o visitarem) e não por acaso muitos líderes mundiais visitam o Yad VaShem e lá fazem discursos contra o anti-semitismo ou lembram do sofrimento judeu.   Pode-se dizer que o “Shoah” foi um ato de Hitler, outros dizem que “os alemães” fizeram isso, etc... mas a verdade é que falta interesse em conhecer. Conhecer o povo judeu, as pessoas, e não fazer julgamentos precipitados. 



Dias atrás vimos uma mulher ser espancada até a morte no Guarujá/SP, por “populares” sendo acusada de praticar rituais de magia negra com crianças. Depois, descobriu-se que não era verdadeiro, mas na hora, quem se importa? 
Tempos atrás jovens foram presos amarrados a postes, por serem criminosos, etc... e aí vai nossa capacidade de julgamentos. 
Muito mal comparando é isso que ocorreu com Israel, ao longo dos tempos, e assim o é até os dias de hoje. Basta ver os noticiários com frases como “o exército de Israel atacou... Israel fez isso... aquilo.” Puro desconhecimento e julgamentos falhos de pessoas que influenciam a sociedade. Hitler foi apenas mais um, com alto poder de persuasão, a fazer com que a sociedade alemã visse Israel como um “verme que tinha de ser eliminado”.  

Dentre outras coisas, a visita ao Yad VaShem e ao Memorial do Holocausto em Jerusalém nos fazem perceber que Israel, naquele momento se viu desamparado de amigos, cheio de inimigos, e de nações indiferentes ao sofrimento judeu. No Yad VaShem há um quadro com a frase de um líder de determinado país, que dizia algo assim: “Nós não temos problemas raciais, não temas problemas com ninguém, então não vemos porque nos envolver nesse problema de vocês.” Pura indiferença!

Museu do Holocausto não é um lugar onde “Israel adora expor suas eternas feridas” como disse um lider árabe tempos atrás. Mas um lugar para aprendermos que a humanidade caminha por caminhos tortuosos, julga o próximo e o condena sem sequer o conhecer, e ainda convive de consciência tranquila diante de atrocidades. 

Ainda bem que há um Deus que julga na Terra. Que possamos continuar a temer ao D-us de Israel, e que em Sua infinita misericórdia, Ele nos livre das mãos dos nossos inimigos. E que dê a cada um de nós um espírito manso e humilde, que nos afasta de julgarmos injustamente ao próximo. Essa é a esperança, o resto é desesperança!

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