quinta-feira, setembro 18, 2014

Reflexões para o dia. Vai por ti em busca de ser uma bênção.



Gn 12:1-3 Ora, disse o SENHOR a Abrão: Sai da tua terra, da tua parentela e da casa de teu pai e vai para a terra que te mostrarei;
de ti farei uma grande nação, e te abençoarei, e te engrandecerei o nome. Sê tu uma bênção! Abençoarei os que te abençoarem e amaldiçoarei os que te amaldiçoarem; em ti serão benditas todas as famílias da terra.

Em hebraico, o verso 1 diz: "Vaiomer Adonai el Avraham: Lech lechá meartsechá umimoladetechá umibeit avicha el haaretz asher areicha."

Quando o Eterno chamou a Abrão, qual a certeza de que Abrão aceitaria? Ele teria que fazer muitas concessões, abrir mão de muita coisa para seguir a vontade de Deus. 
Em hebraico o termo Lech Lecha é traduzido como “vai por ti”, e foi isso Abrão precisou fazer... sair do meio dos seus parentes, da casa do pai, e da terra onde vivia e partiu em busca de ser aquilo que Deus queria que ele fosse. 
Se queremos de verdade sermos abençoados como Abrão, é preciso ouvir de Deus o chamado: LECH LECHA”VAI POR TI” e sê tu uma bênção.

Isso não é tão fácil como parece, Abrão era rico, já tinha seus 75 anos de idade, estava habituado à cidade, aos parentes, ao meio em que vivia, mas no entanto se queremos ser uma  bênção nas mãos de Deus, é preciso escolher seguir Sua vontade. 

Yeshua disse: “Porque muitos são chamados, mas poucos, escolhidos.” (Mt 22:14) 
É preciso, como Abraão, termos coragem e tomarmos uma atitude para servir a Deus... Abrão sequer sabia para onde iria, no entanto confiou em Deus e seguiu seu caminho, rumo à Terra que Deus lhe mostraria. 
E Deus foi fiel a Abraão, fazendo dele uma grande nação, abençoando e engrandecendo seu nome, porque hoje, as três maiores religioes do mundo reconhecem em Abraão um patriarca... 
- o islamismo, do mundo árabe, da descendência de Ishmael, filho de Abraão.
- o judaísmo, descendentes de Abraão através de Isaque e Jacó, dando origem ao povo de Israel
- Cristianismo, pois o próprio Jesus era um israelita, descendente de Abraão.
O apóstolo Paulo disse: “E, se sois de Mashiach, também sois descendentes de Abraão e herdeiros segundo a promessa.” (Gálatas 3:29)

O Talmude, compêndio da sabedoria judaica, diz: “se eu não for por mim, quem será por mim? e se eu não tomar conta de mim, quem sou eu? e se não for agora, quando será?” (Pirke Avot 1:14)

Pense nisso: se você quer ser visto e abençoado por Deus, deve ter também a disposição de Abrão, que com 75 anos de idade, saiu de onde vivia e foi rumo ao desconhecido, mas confiando na promessa de Deus. 

Mesmo sendo uma bênção, saiba que existirão pessoas que irão te amaldiçoar, que se levantarão contra você. Por isso mesmo vemos que D-us disse a Avraham, “amaldiçoarei aos que te amaldiçoarem.”

Você já deve ter ouvido falar do ditado que afirma: “Se a tua luz não brilha, não tente apagar a minha” A lâmpada de Abraão brilhava diante do Eterno, e ele era abençoado em tudo o que fazia. O mal sempre vai estar diante de você, em atitudes de pessoas que querem fazer com que sua luz se apague. Persista, continue como Abraão, na direção de ser a bênção de Deus. 
Seja você também uma bênção nas mãos do Eterno. Atenda ao chamado, seja um escolhido, porque MUITOS são chamados, mas o que vale é estar entre os escolhidos do Senhor... afinal, se somos do Mashiach, somos descendentes de Abraão. 

sexta-feira, setembro 12, 2014

Reflexões para o dia: Dias de pranto





“Os filhos de Israel prantearam Moisés por trinta dias, nas campinas de Moabe; então, se cumpriram os dias do pranto no luto por Moisés.” (Js 6:17)

Ontem foi dia 11 de setembro e pouca gente se lembra dessa data, mas para familiares de quase três mil pessoas essa será sempre uma data de memória, por conta da dolorosa morte de seus entes queridos nos atentados terroristas ao World Trade Center, em Nova York (e no Pentágono). 
Lembro-me de como se fosse ontem, era de manhã e a primeira notícia que vi foi de que um avião de pequeno porte havia acidentalmente se chocado contra uma das torres gêmeas; depois de alguns minutos, o mundo percebia de que era um atentado contra a vida de milhares de pessoas inocentes. Hoje, esse atentado já cai no esquecimento, muito embora a morte seja sempre algo que choque e não gostamos de falar sobre isso, embora, muitas vezes, seja preciso.

Há quinze dias atrás, eu estava no Rio de Janeiro, com meu pai e o chaver Sion, e era sexta-feira, estávamos empolgados com o final de semana que teriamos ali. Hospedados num hotel simples, fomos dormir cedo, e de repente, meia-noite toca o celular do meu pai. Acordamos assustados, Sion perguntando para mim o que havia ocorrido, enquanto meu pai conversava ao telefone. Uma angústia tomava conta de mim naquela hora; escutava meu pai falando sobre morte, ele também parecia não acreditar. Do outro lado da linha, minha mãe contando do falecimento de um Rosh de nossa kehilah. A partir de então nossa viagem ao Rio tinha perdido completamente a graça, já não fazia sentido mais, mas tinhamos compromissos a cumprir, e seguiram-se várias ligações e nossa madrugada de pesadelo parecia não ter fim. 
Mas um Rosh tem que ser forte, tem que ter a cabeça fria, tomar atitudes com serenidade. Por providência divina, o Rosh Ezrah estava em Curitiba, e tudo foi encaminhado para ele ir atender ao funeral. (falo disso depois)

Amanheceu no Rio, alguém tinha que transmitir o estudo da parashah, e lá estava meu pai, e em alguns momentos a voz embargava, lágrimas ao lembrar do amigo que subitamente  nos deixara horas antes. Fiz uma palestra de tarde, meu pai fez outra na sequência, e de vez em quando a imagem do Yohanan vinha à mente. É evidente que todos da CINA ficaram tristes, mas quem conviveu (como nós) com ele em diversas situações, certamente sentia uma dor grande.

No dia seguinte, café da manhã, ainda abalados, falávamos sobre o assunto e então troquei algumas mensagens com o Rosh Ezrah, o elogiando por sua atitude, por tudo que ele fez pelo Yohanan no dia anterior, ao cuidar, dar banho, vestir o kitel, prepará-lo dignamente para o sepultamento. Na hora sei que nada conforta o coração da esposa e filha, mas sei também que é preciso uma serenidade grande para um homem preparar um sepultamento de um amigo. O Rosh Ezrah foi o nosso Chevrah Kadishah nesse dia. De alguma forma, fiquei feliz pelo fato do Rosh Yohanan ter sido honrado em sua morte. 

Voltamos a Curitiba, e eu tinha certeza de que a familia estava sendo amparada pelos roshim e amigos próximos durante o período de “shivah” naquela primeira semana.

No primeiro shabat em Curitiba depois de tudo, enquanto rezávamos o shacharit, algumas vezes chorei, lembrando-me das risadas do Yohanan, as vezes era como ouvir a voz dele, lembrava-me do shabat e dos dias juntos em Israel, onde fizemos várias fotos juntos, eu, ele e o Rosh Kefah, de Campinas. Mas era preciso engolir o choro e “trabalhar” na tradução das prédicas para os americanos, e foi justamente o Sion, quem veio falar comigo no intervalo e me consolar. 

Agora, duas semanas, ainda ouço as risadas, as palavras de alguém que parecia estar sempre de bom humor; o Yohanan foi o primeiro a surgir com os dvds do Mordechai Ben David, com documentarios que ele baixava do youtube, e sempre vinha com boas palavras. Nesses dias, algumas vezes tenho ouvido uma canção da Neshama Carlebach, chamada “Al Aileh Ani Bochea” (Ocean of Tears) um oceano de lágrimas... e sempre me recordo dele. 

Tudo isso pode não parecer fazer muito sentido, mas é a dor pela perda de um amigo. Não sei como será nos próximos congressos, foruns, e eventos da CINA, sem a presença desse sempre homem de bem em nosso meio; apenas sinto, que já não teremos mais sua luz a brilhar entre nós. 

Para os amigos de Imbituba, o shabat deixará de ser um dia de alegria, pelo menos durante o periodo de “avelut” durante o primeiro ano. Será como os filhos de Israel, que perderam Moisés e o prantearam por trinta dias. Para a esposa Marylena e a filha, certamente é uma memória que nunca se apagará, de um bom esposo e pai, amado por todos. 

Não gosto de períodos de luto, não sei o que falar aos familiares, mas sei que compartilho de sua dor, e sei que em breve eu e minha esposa estaremos em Imbituba, levando nossa solidariedade e respeito. Quando os bons morrem, o mundo perde um pouco de sua beleza.

Que guardemos na memória e fiquemos todos com a lembrança do brilho de um homem tsadik que ajudou a tornar esse mundo um pouco melhor.

*** Mais uma vez, agradeço e reconheço ao Rosh Ezrah por tudo o que ele fez pelo amigo Yohanan. De alguma forma, isso trouxe conforto a todos que amavam ao nosso querido Rosh de Imbituba.

“Preciosa é aos olhos do SENHOR a morte dos seus santos.”(Sl 116:15)

quinta-feira, setembro 11, 2014

Reflexões para o dia: Você se lembra?



“Porém a cidade será condenada, ela e tudo quanto nela houver; somente viverá Raabe, a prostituta, e todos os que estiverem com ela em casa, porquanto escondeu os mensageiros que enviamos.” (Js 6:17)

Rosh HaShanah chegando, e sempre lembro que ano novo é tempo de renovar aliança com D-us e buscarmos aprimorar nossos relacionamentos. 
Uma das coisas que mais aprecio nas pessoas é a capacidade de cumprir com a palavra. Não me refiro exclusivamente aos “votos” que fazemos diante do Eterno, mas a promessas que fazemos rotineiramente às pessoas. Algumas delas são simples, outras mais profundas, mas o que importa é o fato de prometermos algo a alguém e cumprirmos. Por exemplo:
- Prometo que não vou me atrasar, tal hora vou estar lá!
- Vou te enviar aquilo que me pediu ainda essa semana!
- Nos vemos no shacharit então esse shabat!
- prometo que vou consertar tal coisa amanhã.

Acontece que pra muita gente as promessas são como palavras de político. Depois que passa a eleição, não lembro mais e o eleitor logo vai esquecer. Isso dá uma raiva né? Pois é! Já pensou se na Palavra de D-us as coisas fossem assim também? 

O livro de Josué, capítulo 2, nos traz esse relato muito interessante. Ele enviara dois espias até a cidade de Jericó. Acontece que esses dois foram vistos, e o rei de Jericó saiu em busca deles. Uma mulher hospedeira, chamada Raabe, acolheu os dois, mesmo sabendo que ela corria riscos com isso. E a bíblia diz:
“Agora, pois, jurai-me, vos peço, pelo SENHOR que, assim como usei de misericórdia para convosco, também dela usareis para com a casa de meu pai; e que me dareis um sinal certo  de que conservareis a vida a meu pai e a minha mãe, como também a meus irmãos e a minhas irmãs, com tudo o que têm, e de que livrareis a nossa vida da morte.  Então, lhe disseram os homens: A nossa vida responderá pela vossa se não denunciardes esta nossa missão; e será, pois, que, dando-nos o SENHOR esta terra, usaremos contigo de misericórdia e de fidelidade.” (Js 2:12-14) 
Na hora da necessidade, prometemos muita coisa... qundo estamos doentes, prometemos que vamos cuidar da saúde, que vamos praticar exercícios, etc... quando estamos necessitados de dinheiro, prometemos aos que nos ajudam que vamos pagar tudo, que nunca mais vamos nos meter em dívidas, e por aí vai... e esses espias prometeram não destruir a família de Raabe. 

Mais tarde, quando Israel cercou a cidade de Jericó, e estava para destruí-la, era chegada a hora de Josué e os dois espias cumprirem com o que foi prometido.
“Porém a cidade será condenada, ela e tudo quanto nela houver; somente viverá Raabe, a prostituta, e todos os que estiverem com ela em casa, porquanto escondeu os mensageiros que enviamos.”(Js 6:17) 
“Então, disse Josué aos dois homens que espiaram a terra: Entrai na casa da mulher prostituta e tirai-a de lá com tudo quanto tiver, como lhe jurastes. Então, entraram os jovens, os espias, e tiraram Raabe, e seu pai, e sua mãe, e seus irmãos, e tudo quanto tinha; tiraram também toda a sua parentela e os acamparam fora do arraial de Israel. Porém a cidade e tudo quanto havia nela, queimaram-no; tão-somente a prata, o ouro e os utensílios de bronze e de ferro deram para o tesouro da Casa do SENHOR. Mas Josué conservou com vida a prostituta Raabe, e a casa de seu pai, e tudo quanto tinha; e habitou no meio de Israel até ao dia de hoje, porquanto escondera os mensageiros que Josué enviara a espiar Jericó.”(Js 6:22-25)

O relato termina com o verso (27) que diz: “Assim, era o Senhor com Josué, e corria a sua fama por toda a terra.” 

Quando cumprimos com o que prometemos, honramos nossa palavra, o Eterno nos abençoa. Israel poderia ter destruido tudo, acabado com Jericó e com a família de Raabe, mas como  esses homens iriam dormir com tamanho peso na consciência? 

Deixe sua consciência leve, cumpra aquilo que prometeu, seja à sua esposa, seus filhos, amigos, ou àqueles que um dia, como Raabe, lhes foram amigos e úteis. Não importa se agora já não te servem mais, o que vale é que um dia essas pessoas podem ter lhe ajudado e você se comprometeu em algo. 
Que tenhamos o mérito de, em nossa vida, não sermos comparados a maus políticos, que prometem e não cumprem.

Que o Eterno nos dê noites tranquilas de sono, e uma cosciência livre de que não somos devedores de favores a ninguém, porquanto tudo que prometemos, temos cumprido. Que o ano novo nos traga uma boa memória para lembrarmos de cumprir nossas promessas. 

quarta-feira, setembro 10, 2014

Reflexões para o dia: Milagres são difíceis de entender




“o SENHOR nos tirou do Egito com poderosa mão, e com braço estendido, e com grande espanto, e com sinais, e com milagres;” (Dt 26:8)

Deixando um pouco as selichot de Elul de lado, ontem eu estava trabalhando e ouvia algumas canções durante o dia e uma delas falava de milagres, numa frase como: “me faz um milagre.” Ora, todos precisamos de um milagre na vida; por diferentes situações e ocasiões distintas pedimos, mas quem disse que a gente entende? 
Em primeiro lugar, milagres acontecem com certa frequência, mas nem todos são divulgados, como em certas igrejas, e acabamos por não percebê-los. 

Dias atrás eu conversava com uma chaverah sobre isso, e ela mesmo testemunhara um grande milagre em sua vida, com o nascimento de sua linda filhinha, e eu lhe dizia que a história dela merecia ser contada, para servir de testemunho e insipiração a todos nós. (Ainda estou programando uma viagem até a cidade dessa chaverah para gravar essa história)

Normalmente durante as noites eu medito sobre o que escreverei em meus devocionais e ontem eu me deixei influenciar por essa música e o clamor por um milagre. Quanto mais legalistas ficamos, menos sentimos a mão de D-us sobre nós e menos seremos capazes de ver os milagres. A canção expressava o clamor de alguém necessitado de uma ajudinha divina. (Quantas vezes dizemos: ah! tal coisa só com um milagre pra acontecer... e nem nos damos conta de que eles acontecem) 

Hoje, antes das sete da manhã, vinha eu com meu filho na moto, pensando sobre milagres e eis que de repente, um carro branco cruza a preferencial sem parar e vem de encontro à minha moto. Quando olhei para o lado, só deu tempo de exclamar: “Meu D-us, te rogo!” (Lembro-me agora de Moshe Rabenu, quando clamou por sua irmã Miriã: “Meu D-us, rogo que a cure). 
Sofremos o impacto forte do carro, mas a moto não caiu, e paramos uns 10 metros pra frente... enquanto na outra rua, o carro também parou e os três homens vieram até nós, pra ver se estava tudo bem. Meu filho desceu da moto, o tênis raspado com as marcas do carro, mas tudo bem com a gente, apesar de alguns riscos na moto também. Era para ser algo grave, e eu prefiro acreditar que tenha sido mais um milagre. Era sobre isso mesmo que eu iria falar hoje, então HaShem resolveu me dar mais uma prova de Sua infinita misericórdia e Seu poder em nos salvar. 

Em João 11 temos o relato da história de Lázaro; amigo a quem Yeshua amava. Lázaro estava doente, vieram falar com Yeshua e ele se demorou a ir atender. De repente ele diz aos seus talmidim: “Lázaro dorme” e o que os discípulos respondem? “Senhor, se dorme, estará salvo.”  Eles não entenderam, e foi preciso dizer-lhes: “Lazaro está morto”. 
Depois disso, Marta disse: “Senhor, se Tu estivesses aqui, meu irmão não teria morrido.” E Yeshua lhe responde: “Seu irmão vai ressuscitar” E ela responde de novo: “eu sei que ele vai ressuscitar no último dia”. A história segue com outros mal-entendidos até que Yeshua manda retirarem a pedra do sepulcro. E qual foi a resposta: “Senhor, ele já cheira mal, é defunto de quatro dias.” Mas quando tiraram a pedra, Yeshua disse a famosa frase: “Lázaro, sai para fora!”E ele saiu!

Milagres são difíceis de entender, resistimos como aquelas pessoas; as vezes, como Lázaro, a situação já cheira mal, mas é preciso remover a pedra (talvez a pedra seja uma referência ao coração de pedra) e deixar que o milagre “saia para fora”. Como o próprio Yeshua disse: “Se creres, verás a glória de D-us!”

Se você precisa de um milagre, creia que ele pode vir sobre ti, mas talvez você nem perceba quando ele acontecer, porque milagres não vêem a nós como nos filmes, mas de acordo com a vontade dEle. Que o Eterno nos dê apenas o discernimento de sentir Sua mão poderosa a nos tocar e guiar. 

Hoje quero agradecer por todos os milagres que já presenciei, em minha vida e na vida de muitas pessoas que me cercam; agradeço porque o Eterno tem me dado um coração sempre grato a Ele. Agradeço por todos os livramentos, por Sua mão forte que nos tem tirado do Egito a cada dia e nos tem guiado na direção da Terra Prometida!
Remova sua pedra e obra seus olhos para ver os milagres também!

segunda-feira, setembro 08, 2014

Reflexões para o dia: 7 bilhões de possibilidades



“Pois o SENHOR conhece o caminho dos justos, mas o caminho dos ímpios perecerá.” (Sl 1:6)

Elul é sempre tempo de reconciliação, de arrependimento, na busca por um coração em paz. Devemos chegar ao fim desse mês, e ter a consciência limpa: “fiz tudo que eu podia pra procurar a paz com as pessoas.” Depois disso, é seguir em frente. 

 Há muitos anos atrás eu lia um livro sobre o ministério pastoral e lá dizia uma verdade. O líder religioso gasta 80% de seu tempo cuidando de 20% das pessoas (os problemáticos, encrenqueiros) e gasta os outros 20% do tempo com os 80% restantes das pessoas (as boas pessoas). Ao longo dos últimos 14 anos tenho percebido essa realidade triste. E o pior é que não é apenas com os líderes religiosos, é com todos nós. 

Dê uma olhada à sua volta, perceba quantas pessoas gostam de você, são teus amigos, admiradores, e prezam pela sua companhia. É bem capaz de você se surpreender positivamente. Mas por outro lado, você, eu, teimamos em buscar uma aproximação, ou reaproximação, com quem não gosta da gente. Que bobagem! Parece que temos um prazer em sermos masoquistas... 

Observe seu facebook, quantos amigos você tem? Qual você realmente se importa em procurar ver a linha do tempo, em acompanhar as postagens? Na maioria das vezes, as pessoas vão buscar acompanhar os perfis justamente de pessoas erradas. O facebook, a vida real, virou um lugar de trocas de indiretas, e não de palavras de respeito e amizades. É sempre: “você viu o que o fulano postou? pra quem será que ele mandou aquela indireta?” 

Em Lucas 10, Yeshua deu a missão aos talmidim, e dizia a respeito disso (não perca tempo com quem não merece), veja:
“E, em qualquer casa onde entrardes, dizei primeiro: Paz seja nesta casa. E, se ali houver algum filho de paz, repousará sobre ele a vossa paz; e, se não, voltará para vós.” (Lc 10:5,6)

Sabe diferenciar um filho da paz de um filho das trevas? A diferença está na receptividade positiva, um filho da paz, sempre receberá a sua paz, estará em paz com todos, e um filho das trevas, é exatamente o contrário, não aceitará trégua, não quer ter paz contigo. Yeshua de certa forma disse: “proponha a paz, se ele não aceitar, ela volta pra você.” E se a pessoa não te recebe, o que você deve fazer? “sacode até o pó desse lugar” E Ele mesmo disse: “haverá mais tolerância naquele dia para Sodoma do que para aquela cidade (ou pessoa)”.

Noutra passagem (Mt 18), ele fala de você procurar sim a pessoa com a qual você tem problemas, uma, duas ou três vezes, mas se ela não mudar, considere-a como gentio e publicano, ou seja: DESAPEGA, DESAPEGA... 

Tempos atrás uma pessoa criticou meu blog, falou um tanto de besteiras, e depois eu fiquei a pensar: “oras, o blog é meu, eu procuro escrever palavras positivas, conselhos, palavras de respeito a meus amigos; entra quem quer, não obrigo ninguém a ler... aí vem um cidadão, e fica criticando? Ou gosta muito de mim ou morre de inveja!” Há duas opções, ou eu me volto contra a pessoa e respondo na mesma moeda, ou eu gasto meu tempo continuando a postar minhas reflexões para os muitos amigos que lêem, curtem e compartilham comigo dos mesmos ideais. Decidi continuar a compartilhar, pois sei de várias pessoas que acompanham, e algumas delas elogiam. 

Não precisamos de posições de destaque, não precisamos  estar em evidência, e não precisamos também ficar preocupados com quem não gosta de nós. Em Elul, você sente que já foi atrás, já fez o que era preciso? Então, desapega amigo!  
Gaste seu tempo com pessoas de bem, ofereça sua paz a pessoas de paz, e você vai descobrir um mundo mais colorido e alegre. Sempre haverá pessoas que enxergarão o mundo cinzento, em preto e branco (não me refiro aos daltônicos) e essas pessoas farão de tudo pra te convencer de que o mundo é cinza. Agora, acreditar, carregar-se de negatividade, depende só de você. 

Quer um mundo cinza? continue gastando seu tempo com gente que não vale a pena. Quer um mundo cheio de cores e infinitas possibilidades boas? Invista em pessoas de bem. 

Uma dica final: segundo as estatísticas, o mundo tem mais de sete bilhões de pessoas; só no Brasil, são mais de duzentos milhões de habitantes... Desejo-lhes que tenham um mundo colorido.

sexta-feira, setembro 05, 2014

Reflexões para o dia. Cuidador do meu irmão



“E disse o SENHOR a Caim: Onde está Abel, teu irmão? E ele disse: Não sei; sou eu guardador do meu irmão?” (Gn 4:9)

Outra reflexão de Elul reside no fato de que nos preparamos para o Yom Kupur, o dia do Perdão, e nesses quarenta dias, devemos repensar a maneira como olhamos para o nosso irmão, para o próximo. 
A sociedade está doente, completamente perdida (é bom escolher bem em quem vamos votar agora em outubro). Os direitos têm sido subvertidos, a imagem da família “tradicional” tem sido atacada, e parece que o certo está virando em errado. Perderam-se os parâmetros para uma sociedade justa e respeitosa, e muito disso veio em função de todos estarmos mais individualistas. O que vale é eu me dar bem, não aceito que outros tenham mais direitos, que outros possam viver melhor e também não aceito ser criticado, aconselhado, corrigido. Que lamentável!

Ontem falava com um amigo pela internet e ele me dizia que sua filha, já adulta, sofreu uma tentativa de estupro, a menos de cem metros de sua casa, em plena luz do dia, numa cidade do interior do Rio Grande do Sul. O policial da cidade disse que isso estava virando coisa corriqueira e que a maioria das mulheres (quando escapam) já nem denuncia mais. Absurdo!
Aí o noticiário aqui em Curitiba mostrou que ontem um aluno do nono ano do ensino fundamental simplesmente esfaqueou por oito vezes a professora de inglês, no fim da aula, em pleno colégio. Esfaqueou por quê? Porque ela teria dito que ele era um aluno indisciplinado. O tal aluno tem 15 aninhos. Pego pela polícia, o criminoso disse que não se arrependeu porque ele estava no direito dele, estava certo. Como assim? Mata uma professora e acha que está certo?

Porquê estou relatando esses crimes horríveis? Porque isso está acontecendo bem pertinho de nós. E estamos desprevinidos, desatentos. Não estamos cuidando de nossos irmãos, de nós mesmos, de nossos filhos, como deveríamos. Digite no youtube, no google, por exemplo, briga de adolescentes na escola, e vai aparecer uma infinidade de videos, matérias sobre isso. 

Há dias atrás meu filho Ariel chegou em casa, vindo da escola, e a gente conversando, ele fala que no dia seguinte um menino da sala dele disse que iria brigar com ele. Estava “combinada” a briga. Com 8 anos? Não deu outra, a minha esposa foi à escola, conversou com a pedagoga, professora e providências foram tomadas. 
No ano passado, o meu primogênito, foi ameaçado na escola, muito em função de ser um aluno quieto, de boas notas e bom comportamento. Um aluno mandou recado dizendo que iriam fazer com ele como fizeram no holocausto (sabiam que somos judeus). Como assim? Não deu outra, fui na escola, gravei a conversa que tive com a pedagoga, e ela me dizia: “ah pai, isso é coisa de adolescente, não se preocupe.” Fiquei irado! Adolescente, briguinha comum? Falei que já havia conversado com nosso advogado, que isso não era “coisa de adolescente”, e que se não fossem tomadas providências, eu iria à justiça e processaria a escola, os pais do tal garoto, pois isso era um crime gravíssimo. Depois disso, o aluno foi chamado, os pais dele, e a coisa se aquietou. 

Dias atrás eu estava assistindo a enésima vez o filme: “A Corrente do Bem” e no fim, o bom menino foi esfaqueado na escola e morreu. Triste, é só um filme, você pode pensar... mas está acontecendo, e cada vez mais perto de você.

Cuide, proteja bem quem você ama. Leve seu filho à escola, espere até que ele entre. Se seu filho tiver qualquer mudança repentina de comportamento, ficar quieto demais, não querer mais ir à escola, inventar desculpas, pergunte, investigue... e eduque seus filhos para que eles possam ser bons exemplos onde passarem. 
O mesmo vale para sua esposa. Ela vai sair de casa? Vai no shopping? Proteja-a, se possível, leve-a, procure informações a respeito de lugares... mantenha sua familia em segurança. 
Não sejamos como Caim, sejamos sim, guardadores de nossos irmãos, filhos, esposa, pais, amigos... “porquanto os dias são maus.”

Se você quiser ver a notícia, clique no link abaixo:

quarta-feira, setembro 03, 2014

Reflexões para o dia. Tatoo e Elul


“...nem fareis marca nenhuma sobre vós. Eu sou o SENHOR.” (Lv 19:28)

Durante o mês de Elul somos instados a orar mais, a buscar ao Eterno e nos arrependermos de nossos pecados, pedindo perdão. Mas eventualmente nossos erros não podem ser apagados, eles são como uma marca em nós, seja ela exteriormente ou interiormente. 
Há algumas semanas, conversava com um amigo que está passando pelo processo de conversão, e ele tinha algumas tatuagens aparentes e acabamos falando a respeito. 
Em primeiro lugar, não tem como negar que a tatuagem chama a atenção; quando conversamos com alguém tatuado, inevitavelmente nossos olhos são atraídos para aquele desenho no corpo da pessoa; eventualmente, isso pode até causar certo constrangimento, e até mesmo perguntas indiscretas com o objetivo de atingir àquela pessoa.
Em princípio, depois da conversa com esse meu amigo de Campinas, me deu vontade de colocar uma meditação a respeito, mas acabei deixando de lado, até que no último domingo, quando estive no Rio de Janeiro, de novo, conversava com um pastor e ele me dizia que tinha os braços tatuados, e aí me perguntou coisas a respeito disso. Então agora talvez seja realmente tempo de falar do assunto.
Meu amigo me disse que alguém lhe perguntara: “judeu pode ter tatuagem?” E ele respondeu: “não, não pode ter tatuagem, mas pode ter um passado!” Amei a resposta!

O texto da Torah é claro ao dizer que não podemos fazer marca (tatuagem e marcar o corpo) e os tatuados, mesmo num cemitério judaico, são sepultados nas margens, junto aos muros. E aí eu me questiono: “O que fazer com os convertidos à fé judaica?” Continuaremos a olhar para eles com aquele “olhar mortal” de acusação? 

Esse pastor do Rio de Janeiro me perguntou o que eu achava de um judeu colocar tefilin, tendo o braço todo tatuado. Se isso era certo, ou errado. Eu dei a mesma resposta de meu amigo de Campinas: “olha pastor, uma pessoa não tem culpa se ela descobriu sua ancestralidade judaica tardia, e todos temos um passado. Um judeu não pode ter tatuagens, mas pode ter um passado.” 

Muitas vezes somos tentados a julgar as pessoas e isso é um erro. Está escrito: “não julgueis para que não sejais julgados” e eu já lidei com várias pessoas em nossa comunidade que foram tatuados. Entendo que a tatuagem é uma marca externa no corpo de alguém que decidiu levar para sempre a lembrança de algo em sua vida; marcar para sempre em si mesmo a memória de fatos, pessoas ou algo importante em sua vida. Na maioria das vezes não são meros desenhos. Em algum momento, elas podem se arrepender da tatuagem, mas aí já é tarde demais. Algumas tatuagens podem ser cobertas com um traje de mangas compridas, saias longas, etc... mas outras ficam em lugares sempre visíveis. 

Elul é tempo de arrependimento, e pessoas tatuadas também podem se arrepender. E um arrependimento sincero é o que basta nessa vida. Não devemos “provar” aos outros que estamos arrependidos, devemos pelo contrário, ter dentro de nós, a certeza de que não faríamos aquilo de novo. Se alguém te perguntar, você não precisa esconder a tatuagem, mas dizer: fiz, me arrependi... Se você quer um conselho, não faça como eu, não faça tatuagem. Se eu conhecesse a Torah antes, não teria feito. 

Agora se você está do outro lado, e vive julgando aqueles que cometeram o erro de se tatuarem, reflita bem. Alguns erros ficam expostos, e podem ser cobertos com uma consciência limpa e uma camisa comprida, já outros, não podem ser cobertos com um traje. O erro da maledicência, o erro da acusação, o erro de se achar melhor do que o outro só porque você não é tatuado. Algumas tatuagens são interiores e possuem um desenho muito mais feio do que uma marca exterior na pele. 

De novo digo, é tempo de arrependimento, de buscar o perdão; se você julgou alguém apenas por suas marcas exteriores, é tempo de procurar a pessoa e se desculpar. Todos pecamos, e somos marcados pelo pecado. Ninguém é melhor do que outro só porque não tem tatuagem. A tatuagem não determina o mau caráter. 

Se você foi sábio até aqui e não se deixou marcar exteriormente, não se deixe marcar interiormente pela corrupção do pecado. Que todos possamos desejar uma pele limpa, mas mais do que isso, um coração limpo. E que sejamos dignos de termos nosso nome selado e inscrito no bom livro da vida. Que tenhamos bons dias de reflexão, e que o toque do shofar em Rosh HaShanah nos desperte para dias mais alegres e de corpo e consciência limpas.