Rt 1:16 “Disse, porém, Rute: Não me instes para que te deixe e me obrigue a não seguir-te; porque, aonde quer que fores, irei eu e, onde quer que pousares, ali pousarei eu; o teu povo é o meu povo, o teu Deus é o meu Deus.”
Em época de copa do mundo é interessante ver a mobilização dos brasileiros, que unidos, se abraçam pra torcer por nossa seleção: “a pátria de chuteiras”. Apesar de apreciar o futebol, acho ridículo isso. O Brasil ganhando ou perdendo não muda nada em minha vida, nem na dos brasileiros; no dia seguinte, todos voltamos a trabalhar normalmente. Lamenta-se o fato de que essas ocasiões esportivas sejam das raras expressões da “união de nosso povo”.
Por outro lado, vemos há muito tempo exemplos da união judaica em prol de seus objetivos, e de como se sentem um povo. E isso vem desde nosso patriarca Avraham.
Tenho lido um livro muito interessante de um rabino ortodoxo abordando o tema da conversão. Ele mesmo cita o caso da conversão sincera de Rute, que disse a famosa frase: “Teu povo é o meu povo” e aqueles que querem se converter precisam sentir dentro de si que fazem parte de um povo especial, e especialmente unido.
Abraão, o primeiro patriarca, homem chamado por Deus, nos dá o tom de como ser um israelita. Quando, mesmo depois de ter se separado dele, seu sobrinho Ló foi sequestrado, nosso patriarca separa seus melhores homens, trezentos e dezoito, e foi em busca do sobrinho.
“Ouvindo Abrão que seu sobrinho estava preso, fez sair trezentos e dezoito homens dos mais capazes, nascidos em sua casa, e os perseguiu até Dã. E, repartidos contra eles de noite, ele e os seus homens, feriu-os e os perseguiu até Hobá, que fica à esquerda de Damasco. Trouxe de novo todos os bens, e também a Ló, seu sobrinho, os bens dele, e ainda as mulheres, e o povo.” (Gn 14:14-16)
Para que uma comunidade possa ser aceita dentro de um povo, ela precisa fazer parte, fazer parte nos projetos, fazer parte nas atitudes, sentir que a dor de seu irmão é a sua própria dor, e que o sofrimento do judeu, seja no Brasil, em Israel, Estados Unidos ou qualquer outro lugar é o seu sofrimento também. Só sermos felizes quando toda a comunidade judaica está bem e em paz. É preciso entender isso.

Passaram-se anos, até que em 18 de outubro de 2011, ele foi solto, em troca de “apenas 1027” prisioneiros palestinos.
Isso mostra o quanto vale um judeu para seu povo.
Depois de sua libertação, Gilat em peregrinação por diversos lugares, inclusive Brasil, agradecendo pelo apoio recebido e falando sobre sua experiência.


As vezes acho que falta aos convertidos essa noção. De entrar em defesa de Israel. Quem de fato se preocupa com esses três jovens? E se fosse seu filho? Você gostaria que as pessoas se mobilizassem para encontrá-los?
Quando um pequeno grupo de nossos irmãos estava em Israel, dias atrás, eles experimentaram isso, ao ver milhares de judeus invadindo a área do Kotel (Muro das Lamentações) e unidos, rezarem ao Eterno pedindo pelo retorno dos três jovens. Isso nada tem a ver com mídia, mas com amor pelo próximo.
Infelizmente, eles continuam desaparecidos. O Exército de Israel está inteiro mobilizado na busca dos três rapazes, e a campanha ao redor do mundo segue sendo divulgada pelos judeus. Se nós nos sentimos como parte desse povo, é hora de demonstrarmos também.
Talvez alcancemos, como Abraão, nossos 318 homens de valor, para rezar por isso. Quem sabe assim sejamos dignos de HaShem nos ouvir e junto com todo nosso povo, brevemente, agradecermos a Ele por trazer de volta os garotos.

Quantas vezes choramos sozinhos nossa dor e ninguém parece se importar? Ao menos para essas três mães, a dor e sofrimento é amenizado pois elas sabem que há milhões de judeus pelo mundo que rezam, choram e buscam seus filhos.
