sexta-feira, maio 30, 2014

Reflexões para o dia. Quem governa?




Pv 8:16 “Por meu intermédio, governam os príncipes, os nobres e todos os juízes da terra.” 

Em algumas de nossas viagens a Israel, conseguimos ir além de uma simples vista do Knesset, o parlamento de Israel. Conseguimos entrar, e nesse caso, temos ali uma aula de como funciona o Estado, os políticos, o sistema que, apesar de ser um governo democrático, ainda mantém certos sinais religiosos e símbolos, que misturam a bíblia com o modernismo; enfim, coisas de um povo milenar. 

Dentre as muitas coisas que vemos no Knesset, estão as obras do artista Marc Chagal, um judeu que viveu na diáspora, entre julho de 1887 e março de 1985, mas que estava ciente de sua responsabilidade para com o seu povo. Chamado a criar obras para embelezar o Knesset, não apenas as fez, mas doou sua arte que fica gravada no local onde discursam muitos líderes internacionais. Seus três enormes tapetes, expostos numa grande parede retratam o passado, presente e futuro de Israel, mostrando aspectos bíblicos, como o Rei Davi e claro, Moshê, e modernos como o exército que lutava por Israel. No tapete do futuro, lá está a profecia de Isaías, com vaca e ursa pastando juntas, o menino pequeno guiando os animais ferozes...

A visita ao Knesset também nos mostra o sistema de governo (única democracia na região) com seus 120 deputados (como na Grande Assembléia) se reunindo na grande sala, com suas cadeiras dispostas em formato de menorah. Só para que se tenha uma idéia, a democracia de Israel inclui desde partidos religiosos ultra-ortodoxos, até partidos liberais e árabes. Uma das últimas leis aprovadas foi a liberação da união civil dos gays. Agora imagine a discussão entre deputados liberais e os ultra-ortodoxos acerca do assunto. Lá também há infelizmente casos de maus políticos, corruptos e recentemente foi condenado a oito anos de prisão o ex-primeiro ministro Ehud Olmert (diferente daqui, lá ele cumprirá a pena em regime fechado). 

Isso nos leva a refletir sobre algo comum, especialmente em nosso país, que é maldizer aos políticos, à classe governante e trabalharmos contra o governo. O sábio Rabi Haniná, 'segan' (assistente) dos sacerdotes dizia: reza pela prosperidade daqueles que estão à frente do Estado, pois sem o seu temor os homens devorar-se-iam.” (Pirkê Avot 3:1)
Muito embora não seja prática da Congregação Israelita tomar partido em nome deste ou daquele político, devemos seguir a recomendação do sábio e rezar para que o governo de nosso país, estado e cidade sejam sempre bons e prósperos. 
O sábio rei Shlomo disse (em referência ao Eterno): “Meu é o conselho e a verdadeira sabedoria, eu sou o Entendimento, minha é a fortaleza. Por meu intermédio, reinam os reis, e os príncipes decretam justiça. Por meu intermédio, governam os príncipes, os nobres e todos os juízes da terra.” (Pv 8:14-16)

É nosso dever respeitar o governo, trabalhar pelo bem de nosso país e até mesmo rezarmos para que o governo seja justo. Isso independe do fato de eu defender essa ou aquela ideologia partidária. Se estão lá, não é porque o povo brasileiro é ignorante ou não sabe votar, é porque o Eterno permitiu. Se não respeitarmos as autoridades de nosso país, como iremos ensinar nossos filhos a respeitar nossa própria autoridade? Ou como um líder religioso pode exigir respeito de seus membros se ele mesmo não respeitar as autoridades?

Quando for a Israel, visite o Knesset e tenha uma aula de democracia. 

quinta-feira, maio 29, 2014

Reflexões para o dia:Yad VaShem e a desesperança


2 Rs 17:39 “Mas ao SENHOR, vosso Deus, temereis, e ele vos livrará das mãos de todos os vossos inimigos.”

A cada nova viagem que faço a Israel percebo que cada grupo tem suas particularidades, seus pontos de maior ou menor interesse. Uns gostam mais de rezar, então preferem ir mais vezes ao Kotel; outros, preferem visitar museus, outros preferem compras, etc... eu aprecio ver, conhecer e aprender coisas novas, lugares novos de Israel, que sempre me surpreende. Mas há lugares que sempre me levam a meditar profundamente sobre a humanidade.

Infelizmente o nosso mundo se divide em três partes: 
a) nossos amigos
b) nossos inimigos
c) pessoas indiferentes

Mesmo dentro da Congregação do Eterno é assim que funciona, na maioria das vezes. Amamos estar perto de algumas pessoas, de outras queremos a distância e outras, tanto faz. Raramente alguém se preocupa em nos conhecer, mas é comum julgar fulano por antipático, simpático, chato, legal, etc... sem nem ao menos conhecermos a origem, onde mora, os familiares da pessoa. Infelizmente.

E isso ocorreu entre as décadas de 30 e 40 do século passado. Nem faz tanto tempo assim, menos de 70 anos atrás, mas nosso povo foi vítima do horrendo holocausto. Dos cerca de 9 milhões de judeus que viviam na região da Europa, dois terços foram mortos, sendo três milhões de homens, dois milhões de mulheres e cerca de um milhão e meio de crianças. E por quê foram mortos? Pelo simples fato de serem judeus. 

A visita ao Museu do Holocausto é obrigatória (apesar de muitos grupos que saem do Brasil para Israel não o visitarem) e não por acaso muitos líderes mundiais visitam o Yad VaShem e lá fazem discursos contra o anti-semitismo ou lembram do sofrimento judeu.   Pode-se dizer que o “Shoah” foi um ato de Hitler, outros dizem que “os alemães” fizeram isso, etc... mas a verdade é que falta interesse em conhecer. Conhecer o povo judeu, as pessoas, e não fazer julgamentos precipitados. 



Dias atrás vimos uma mulher ser espancada até a morte no Guarujá/SP, por “populares” sendo acusada de praticar rituais de magia negra com crianças. Depois, descobriu-se que não era verdadeiro, mas na hora, quem se importa? 
Tempos atrás jovens foram presos amarrados a postes, por serem criminosos, etc... e aí vai nossa capacidade de julgamentos. 
Muito mal comparando é isso que ocorreu com Israel, ao longo dos tempos, e assim o é até os dias de hoje. Basta ver os noticiários com frases como “o exército de Israel atacou... Israel fez isso... aquilo.” Puro desconhecimento e julgamentos falhos de pessoas que influenciam a sociedade. Hitler foi apenas mais um, com alto poder de persuasão, a fazer com que a sociedade alemã visse Israel como um “verme que tinha de ser eliminado”.  

Dentre outras coisas, a visita ao Yad VaShem e ao Memorial do Holocausto em Jerusalém nos fazem perceber que Israel, naquele momento se viu desamparado de amigos, cheio de inimigos, e de nações indiferentes ao sofrimento judeu. No Yad VaShem há um quadro com a frase de um líder de determinado país, que dizia algo assim: “Nós não temos problemas raciais, não temas problemas com ninguém, então não vemos porque nos envolver nesse problema de vocês.” Pura indiferença!

Museu do Holocausto não é um lugar onde “Israel adora expor suas eternas feridas” como disse um lider árabe tempos atrás. Mas um lugar para aprendermos que a humanidade caminha por caminhos tortuosos, julga o próximo e o condena sem sequer o conhecer, e ainda convive de consciência tranquila diante de atrocidades. 

Ainda bem que há um Deus que julga na Terra. Que possamos continuar a temer ao D-us de Israel, e que em Sua infinita misericórdia, Ele nos livre das mãos dos nossos inimigos. E que dê a cada um de nós um espírito manso e humilde, que nos afasta de julgarmos injustamente ao próximo. Essa é a esperança, o resto é desesperança!

quarta-feira, maio 28, 2014

Reflexões para o dia: A esperança



Lm 3:21 “Quero trazer à memória o que me pode dar esperança.”

Em minha última reflexão, postada dias antes de eu ir viajar para Israel, comentei sobre acreditar em milagres, e eu creio piamente que eles acontecem. Pois bem, a viagem (sobre a qual discorrerei nos próximos dias) foi ótima, mas quero primeiramente agradecer ao Eterno por mais uma vez Ele nos ter guiado em segurança e paz, e ter atendido minhas preces. Algumas das orações colocadas nos pequenos papéis que levei (ou escrevi por lá mesmo) já foram atendidas e então isso reforça a minha visão de que Ele ouve nossas preces.

Ir a Israel é cumprir a mitsvah da peregrinação, mas é também dar uma escapada de nossa vida cotidiana cheia de compromissos e coisas que vivemos no Brasil. A ansiedade desde a compra das passagens, a contagem dos dias até o embarque, a escala na Europa (dessa vez, fomos por Roma e voltamos por Paris) a chegada a Tel Aviv, os primeiros passos rumo à Jerusalém... tudo é especial. Só quem vai pode compartilhar esse sentimento. 

Nessa viagem em especial, os companheiros estavam dispostos a caminhar bastante, e queriam conhecer mais e mais lugares, o que foi muito bom e agradável. Um deles, o Adam Klein, falou por diversas vezes aquilo que sempre digo: “as pessoas querem te perguntar como é ir a Israel, mas não dá pra dizer, elas tem que vir aqui e sentir isso.” 
Estar em Jerusalém e depois expressar com palavras tudo o que viveu e sentiu por lá, é como alguém que define sentimentos como o AMOR. Por mais que você fale bem, o amor não se expressa em meras palavras, sempre incompletas. E Jerusalém é igual, ou melhor, inigualável. 

A cada nova viagem, novos companheiros, novos sentimentos, reencontro uma antiga, porém nova Jerusalém... sempre com seus lugares históricos, mas a cada dia com novas descobertas arqueológicas, que contrastam com modernidades constantes como o trem urbano que cruza toda a cidade. 

Antes de falar da viagem propriamente, quero deixar como meditação a necessidade de você acreditar nos seus sonhos, mas acreditar e correr atrás de realizá-los. Amo viajar e sempre sonhei em ir a Israel, e agora que já fui por várias vezes, sei que é possível, quando permitimos que nossos sonhos extrapolem o limite do intransponível e se tornem realidade. Quero voltar? Claro! Tenho planos (nao apenas sonhos) para uma viagem só com mulheres. 
Quando retornei essa semana, após a primeira noite em casa, relatei à minha esposa, um sonho que tinha até nome: “Cem luzes de shabat em Israel.” De certo fui inspirado pelo trabalho dela e que já alcançou mais de 80 mulheres valiosas que acendem as velas do shabat semanalmente em casa. Cem velas seriam 50 mulheres em Israel, e tendo a Eliana como guia, para todas elas.  Quem sabe não seja essa a sua viagem?

O fato é que já tenho algumas pessoas que querem ir a Israel na próxima, e se o Eterno nos permitir, teremos muitas outras. Meu pai, Rosh Yishai ben Yehudah, que esteve conosco essa vez, falou por várias oportunidades lá que temos que organizar pelo menos duas viagens por ano. Não por lucro, por viajar, mas porque é bom para nossa vida espiritual, e para a vida espiritual de quem viaja conosco.

Se você deseja manter em sua mente aquilo que te dá esperança, mantenha Jerusalém em sua mente, e trabalhe com o objetivo de um dia colocar seus pés dentro das portas de Jerusalém, o lugar mágico onde você toca a santidade de Deus, e acredite, milagres acontecem quando você permite que desperte em você a certeza de que eles são reais e você precisa mover as águas para que ele ocorra.

segunda-feira, maio 12, 2014

Reflexões para o dia: I believe in miracles




Mt 17:20 “Pois em verdade vos digo que, se tiverdes fé como um grão de mostarda, direis a este monte: Passa daqui para acolá, e ele passará. Nada vos será impossível.”

O primeiro passo para que um milagre possa acontecer reside no fato de acreditarmos que eles acontecem. Se existe uma coisa que eu, particularmente, sempre acreditei é que não existe “congregação”, não existe sinagoga, não existe reza, se eu não acreditar que pequenos e grandes milagres existem.  
Ontem falava com uma pessoa, e disse: “Já vi muitos milagres, já vi uma pessoa estar praticamente morta, e através da oração, essa pessoa se recuperar, e hoje ser casada e ter filho. Já vi um menino recém nascido ser alvo de nossas orações e hoje esse menino já é bem grandinho e anda. Já vi e rezei por algumas pessoas em Israel e mulheres conseguiram engravidar, outros conseguiram emprego, outros alcançaram outras bênçãos, mas nada disso teria ocorrido se não acreditássemos em milagres.” 
A fé é algo inerente a muitas pessoas, mas outros podem frequentar sinagogas, seguir as rezas do sidur, mas as orações são apenas leituras de frases, não atingem os objetivos.
Amo ler algumas histórias e vivenciá-las. O que difere algumas pessoas da maioria não é o fato de rezar, mas sim de sentir as palavras e viver a oração. Rezar bonito não é um mérito. Rezar com inteireza de coração é que move o coração de Deus. 
A bíblia é repleta de grandes histórias e exemplos de fé. Como não lembrar de Mashiach e a grandiosidade dos sinais de seu ministério; e porque os milagres estão lá relatados? Porque isso nos serve de inspiração, para almejarmos algo a mais de nossas vidas. 
Em todas as histórias há dois pontos em comum:
- acreditar nos milagres, que eles existem e podem acontecer
- fazer a nossa parte

- A mulher que tinha um fluxo de sangue, precisou enfrentar a multidão, se expremer até conseguir tocar nas vestes de Yeshua.
- O cego precisou se colocar no caminho de Yeshua, para que fosse criado.
- Lázaro foi ressuscitado, mas antes alguém precisou remover a pedra. 
Aí um tolo diria: Ah, mas isso são apenas estorinhas do novo testamento, inventadas... e eu fico apenas com dó, pessoas de pouca fé. Mas se quer a Torah, vamos à Torah.
Israel chega diante do Mar Vermelho, e fica cercado, exército egípcio de um lado, mar do outro... E Moshê estende o seu cajado, e o mar se abre diante deles. Alguém precisou estender o cajado, agir. Mas tem algo a mais: quem foi o primeiro corajoso a entrar e cruzar o mar em seco? 
Aí o Eterno vê a reclamação do povo por comida, e faz cair o pão do céu. Caía maná todos os dias, exceto no shabat, e por isso, na sexta-feira caia porção dobrada. Isso é ou não é um milagre?

Não precisamos de orações bonitas, precisamos de orações. Não precisamos falar de comunhão com Deus, precisamos ter comunhão. E comunhão vem com regularidade... querer estar perto do Criador é fundamental para verdadeiramente senti-LO. 

Ontem disse a alguém: “Se eu não acreditasse em milagres, nem iria para Israel. Se eu não cresse que Deus ouve as preces feitas no Kotel, pra que gastar dinheiro, viajar e orar num lugar se eu não acredito?”

Quero encerrar meu devocional de hoje com um texto que a maioria de nós tem em casa, mas muitos nunca leram:
“Se eu não rezasse regularmente por um sentido de dever de rezar, não creio que me seria possivel rezar naqueles momentos em que, realmente, quisesse fazê-lo.
Recordo-me que, quando era menino, contemplava a meu pai, quando recitava suas preces. Algumas vezes, particularmente nos Dias Solenes, lágrimas somavam-se a seus olhos. Recordo-me que me sentia perturbado. Não entendia o que fazia-o chorar. Queria fazer algo para deter seu pranto, apartava minha vista dele. 
Não podia entender quais eram seus pensamentos em tais momentos, porém agora entendo-o. Estava presenciando uma muito íntima comunicação entre meu pai e seu Criador. Agora, eu também me comunico às vezes com meu Criador. 
Vivemos numa época na qual não se costuma rezar. Inclusive entre pessoas filiadas a uma sinagoga, são muito poucos os que rezam diariamente, ou sequer uma vez por semana. Os que não rezam regularmente adotam um ar de que tenham superado esta etapa, e que eles não necessitam rezar. . A razão pela qual filiam-se a uma sinagoga é para identificar-se com o povo judeu e com a comunidade judaica e, talvez, inclusive com a fé judaica. Porém, não com a finalidade de rezar.” (sidur, página 2)

Parte do acreditar em milagres é rezar. Rezar e acreditar que, como diz a bênção: “Baruch Atah Adonai, Shomeah tefilah.” Bendito sejas Tu, Eterno, que ouves as orações, Tenha fé e veja os milagres acontecendo!

sexta-feira, maio 09, 2014

Reflexões para o dia. Depois da tempestade...



Is 66:8 “Quem jamais ouviu tal coisa? Quem viu coisa semelhante? Pode, acaso, nascer uma terra num só dia? Ou nasce uma nação de uma só vez? Pois Sião, antes que lhe viessem as dores, deu à luz seus filhos.”

É engano meu ou parece que os dias estão mais curtos? Já não estou conseguindo dar conta de postar nem minhas meditações diárias...mal planejo escrever sobre determinado assunto e já vem outro e outro atropelando tudo, mas isso é outra história. 

Já dizia o velho ditado: “depois da tempestade, vem a bonança” e isso é na verdade uma frase de auto-ajuda, de incentivo para que possamos continuar a acreditar em dias melhores no porvir. E é preciso mesmo!

Nessa semana tivemos dois aniversários importantíssimos: o meu (brincadeirinha) e o do Estado de Israel. Para quem acompanha o calendário judaico, o dia 6 de Iyyar, ocorrido na última terça-feira, marcou a celebração dos 66 anos de Israel. 

Não quero discorrer aqui sobre Osvaldo Aranha,  brasileiro de Alegrete/RS, importantíssimo no seu papel, que presidiu a sessão da ONU que deu origem ao Estado de Israel, ressurgido em 14 de maio de 1948, nem sobre os grande líderes sionistas daquela época, mas no que antecedeu a tudo isso. 

Entre 1933 e 1945 na Europa, houve o crescimento do governo nazista e deu-se o holocausto, com a morte de seis milhões de judeus, e isso levou à chamada Segunda Guerra Mundial (ontem, 8 de maio, foi celebrado o Dia da Vitória) que pôs fim ao massacre. 
Depois disso vieram as reuniões, a ONU e culminou com a criação do Estado de Israel. Foram anos de sofrimento até que finalmente os judeus pudessem voltar para sua terra. 

Hoje, celebrar o Yom Hatsemaot, o dia da Independência, é fácil; há uma bela festa em cada cidade de Israel, com muitos fogos de artificio, shows, danças, mas há 67 anos atrás, isso tudo era apenas um sonho. Um sonho que virou realidade graças à luta e ao sangue de milhares de homens, mulheres e crianças. 
Sim, num único dia Sião deu à luz os seus filhos, que ano após ano têm lutado para fazer de Israel um país livre (é a única democracia em toda a região).

Isso deve nos servir de esperança quando vivermos dias tristes e difíceis. Sempre me remete a um verso dos salmos que amo: “O choro pode durar uma noite, mas a alegria vem pela manhã.” Então inspire-se em Israel. 
Podemos sofrer, ter dias difíceis e sombrios, mas quem sabe, numa bela manhã, o sol volte a brilhar, trazendo consigo a alegria àqueles que acreditam que o bem triunfará, que o Eterno olha por nós e em breve a terra se cobrirá do Conhecimento do Senhor, tão certo como as águas cobrem o mar. 

Que Israel traga a todos nós essa inspiração. Na próxima terça-feira embarco novamente para lá, com poucas pessoas,  acreditando que “um dia nos Teus átrios vale mais do que mil”e desejando mais uma vez desfrutar de um encontro pessoal com o Eterno. 
É claro que pretendo postar fotos diárias de lá, porque quem sabe, pelo brilho de Israel, eu consiga ser um instrumento de Deus para fazer com que seus dias também sejam resplandecentes. Um abraço!

quarta-feira, maio 07, 2014

Reflexões para o dia: Somos todos macacos?



Dt 16:19 “Não torcerás a justiça, não farás acepção de pessoas, nem tomarás suborno; porquanto o suborno cega os olhos dos sábios e subverte a causa dos justos.”

Se olharmos os noticiários de uma forma um pouco mais atenta pereceberemos que há muitos assuntos que nos serviriam de inspiração para meditações bíblicas e éticas a respeito deles. O versículo da Torah acima nos dá a certeza plena de o quanto o mundo em que vivemos está subvertido. 

Ele começa falando de justiça, e é impossivel negar que não sabemos ser justos. Essa semana fiquei horrorizado com a notícia da morte de uma mulher no Guarujá/SP, brutalmente assassinada por causa de um boato lançado na internet, que obviamente, agora ninguém assume a culpa. Esse é o senso de justiça atual; aquela que fazemos com as próprias mãos, baseado em boatos de internet. Baseado em fotos de internet e postagens julgamos o caráter das pessoas com uma facilidade enorme, sem conhecer os fatos e a realidade. O que ocorreu essa semana só mostra o quanto o ser humano se aproxima da insanidade total.E agora? E os que apedrejaram, chutaram, jogaram paus e pedras naquela mulher, será que dormem com a consciência tranquila? 

É também injusto quando as pessoas dizem que os tais agem como animais. Mas será que animais agem dessa forma? Evidente que não; aliás, é mania do ser humano comparar o homem aos animais, ou vice-versa. Falamos como um papagaio, somos parecidos com os macacos, etc... e claro, como não lembrar da frase mais dita nos últimos dias: SOMOS TODOS MACACOS.

Essa é uma tolice sem tamanho, que levou milhões de pessoas a discutir o assunto, só porque um jogador brasileiro, chamado Daniel Alves, comeu uma banana que foi lançada em sua direção, num ato claramente discriminatório de um mentecapto qualquer. Os espertos, já logo começaram a lucrar com a idéia, vendendo camisetas com a tal frase, enquanto muitos compartilharam imagens, hashtags, etc... com esses dizeres criativos, mas não verdadeiros, e igualmente racistas. Mas por qual razão não somos todos macacos? 

Em primeiro lugar, obviamente não somos macacos porque se cremos que foi o Eterno quem nos criou, Ele o fez, e sim, caso alguém não saiba, somos diferentes dos macacos; eles são criaturas de Deus, animais, que compartilham com o homem algumas semelhanças, assim como outros animais compartilham conosco de outras coisas. Ao dizer: Somos todos macacos, indiretamente afirmamos que cremos na teoria evolucionista, de que o homem veio desse animal e não foi criado do pó da terra, moldado pelas próprias mãos do Eterno. 

Em segundo lugar, ficar falando esse tipo de coisa só reforça o pensamento idiota do racismo. De vez em quando algumas pessoas postam frases: “Tenho orgulho de ter amigos negros. Se você também tem, compartilhe.” E obviamente não compartilho. Eu não tenho amigos negros. Tenho amigos! Classificar a amizade por cor é um gesto de racismo.

A internet é cheia de imagens e frases célebres ditas ou atribuídas a pessoas famosas, mas que nem sempre são autênticas; hoje, quero tomar como inspiração uma frase atribuida a um grande ator americano chamado Morgan Freeman: “O dia que pararmos de nos preocupar com a Consciência Negra, amarela ou branca e nos preocuparmos com a Consciência Humana, o racismo desaparece.”

A questão não é estarmos na moda, replicando frases, usando camisetas com “grandes pensamentos” inscritos, mas o fato de termos a consciência em paz. Dormirmos tranquilos, porque não fazemos acepção de pessoas, não torcemos a justiça. 

Se eu sou macaco? claro que não! Se tenho amigos negros? Claro que não! Tenho amigos, mas é fato que o que menos me importa é a cor da pele que eles tem. 
Negros, asiáticos, brancos, nórdicos, ninguém é melhor ou pior. Isso é idéia de Hitler (esse sim, um energúmeno), achar que existe uma supremacia branca. Como homem, acredito que seja um racismo disfarçado quando o governo separa cotas para negros em filmes, empregos e universidades... isso é ferir o direito a igualdade, afinal SOMOS TODOS HUMANOS!

segunda-feira, maio 05, 2014

Reflexões para o dia. Palavras ao vento...



Pv 25:11 “Como maçãs de ouro em salvas de prata, assim é a palavra dita a seu tempo.”

Ésse foi um ótimo final de semana, aprendi muito sobre palavras, palavras ditas ao vento, palavras “sufocadas” e palavras ditas na hora certa. 
Tivemos em Curitiba o Forum para líderes, infelizmente não com a quantidade de pessoas que estava habituado, mas ainda assim pude rever vários amigos e ouvir coisas inspiradoras deles.  Me impressionei com alguns, que normalmente não temos muita conversa, em função da correria de foruns anteriores, mas nesse eu estava mais livre, já que depois de dez anos, não exerço mais a função de secretário. 
No primeiro intervalo vem alguém e fala: “você está mesmo com uma vida sedentária?” De repente outro pergunta: “E aí, cadê o sapato novo?” E outro vem e fala: “você vai mesmo participar da maratona de Jerusalém? Quando vai ser?” Todas referências diretas a postagens de meu blog e facebook. 
Aí eu conversando com um amigo de longa data, que veio da Kehilah de Sumaré/SP, um líder se aproxima e fala algo assim: “muito bom suas postagens lá dos devocionais; não comento nada, mas acompanho todos os dias.” Agradeci e seguimos o papo. 
Num outro intervalo, estou lá eu e vem um comentar sobre a “história do sapato” que ganhei; perguntou: “E aí? descobriu quem te deu o sapato?” Respondi que sim e ficamos ali uns bons minutos falando sobre o fato até que ele me diz que ele próprio ficou emocionado pelo presente que recebi. Como dizem alguns: “Aí sim!” Um cidadão há mais de mil quilômetros de distância fica emocionado (e feliz) ao ver que eu recebi um presente de outra pessoa. Naquela hora, foi como se eu tivesse ganho outro presente. 
Na sexta-feira, saí com meu primo Tiago, acertar questões de passagens para sua volta a Brasilia, e visitamos o Museu do Expedicionário, e ele falava com paixão sobre os heróis da 2ª Guerra, sobre os aviões, e uma visita que ele fez a um museu na Russia, etc... Como é legal ouvir alguém falar sobre sua paixão por alguma coisa.
Shabat, passamos o shacharit na Beit Sede e no arvit veio a prédica do zaken Shelumiel. Cheguei meio atrasado e peguei só um trecho e ele leu o verso acima, de provérbios. “Como maçãs de ouro em salvas de prata, assim é a palavra dita a seu tempo.” Não sei se é porque eu estava feliz ao vê-lo fazer a prédica depois de um longo tempo, mas o fato é que, quando ele citou esse texto, eu pensei: “essa vai ser minha meditação de segunda-feira.” Mas eu carecia de uma “confirmação divina” para isso.
Veio o domingo e no fim da tarde, tinha lá um artista na tv, no “Arquivo Confidencial”  e todos os depoimentos o bajulavam, contavam histórias, e sempre na tentativa de emocioná-lo, até que um amigo intimo lembra sobre um AVC (Acidente Vascular Cerebral) que tivera e que o tal artista sempre estivera ao lado dele. Pronto, foi o momento de emoção que buscavam. E a minha confirmação foi quando o cantor Thiaguinho dizia: “Fale para os seus amigos que os ama, demonstre seu sentimento, porque pode acontecer algo, você perder esse amigo e não ter tido a oportunidade de falar o quanto o amava e de toda sua importância. E o Faustão diz que o homem é tolo, com sua educação machista, e que por isso, não demonstra seus sentimentos de carinho e amizade e depois acaba perdendo oportunidades e só lamenta.

Eclesiastes diz que há tempo para todas as coisas, e uma delas é de demonstrar sentimentos. 
Foi ótimo para mim rever amigos, mas foi melhor ainda ouvir o que alguns, espontaneamente demonstraram. 

Tenho três filhos, em fases distintas: o primeiro é adolescente, fase dificil, complicada, precisa de uma atenção diferenciada; o segundo, com seus oito anos, cheio de energia, bagunça, megacarinhoso com a mãe, sempre antes de dormir, vem dar um beijo no pai e na mãe. A terceira, é a gente que beija, abraça, beija o pé, também pudera, com apenas quatro meses. Aí esses dias a minha esposa dizia aos maiores: “antes a gente beijava os pés de vocês também, só que agora não dá mais, pelo chulé...” Ainda que o sentimento seja o mesmo, ele vai mudando com o tempo, e deixamos de falar, deixamos de expressar o carinho, o amor pelas pessoas. Por quê? 
Não sei os motivos, mas o fato é que as palavras existem para serem ditas. Expresse bons sentimentos, expresse seus sentimentos especialmente às pessoas que você ama, admira. Pode ser que nesse exato momento, a pessoa esteja necessitando ouvir de alguém que ela é importante e que alguém a admira por seu talento, beleza, atitudes, enfim, todos precisamos ouvir algo de bom. Tenho certeza que você, neste instante, está pensando em alguém que você admira, agora pense: quando foi a ultima vez que você disse para essa pessoa que a admira? 

Sempre é tempo de expressarmos palavras boas, palavras de respeito. Isso nunca vai fazer mal, e é tão precioso como maçãs de ouro em salvas de prata.