Lc 7:31 - E disse o Senhor: A quem, pois, compararei os homens desta geração, e a quem são semelhantes?
Quando você observa uma foto, consegue ver tudo o que a envolve? Ou vê apenas a paisagem retratada sem observar detalhes? Quando você observa um quadro de um artista, consegue ver detalhes ou apenas a imagem de um bom pintor? A verdade é que a maioria de nós não consegue discernir um artista de um pintor qualquer; por isso mesmo não entendo como alguém pode pagar milhares de dolares por um quadro desse ou daquele artista. Você pagaria milhões pelo famoso quadro da “Monalisa”? Pessoas zombam, utilizam da imagem famosa e fazem montagens ridículas, menosprezando o artista e desrespeitando o quadro de Leonardo da Vinci, feito pouco depois do ano de 1500, ou seja, essa obra de arte de pintura a óleo sobre madeira, tem praticamente a idade do Brasil.
Mas porque estou falando isso? Porque falo sobre aquilo que sinto, e expresso-me melhor através das palavras escritas, e nessas quase duas semanas longe de casa, fora do Brasil, alguns amigos sentiram a ausência, mandaram mensagens, sentiram falta de minhas publicações de devocionais, outros das gracinhas que faço pra alegrar o dia das pessoas, e outros simplesmente sentem falta de minha pessoa. Pois bem, estou viajando desde o dia 2 de fevereiro e evitei publicar fotos no facebook (seguindo um conselho) porque somos julgados erradamente por causa das fotos que postamos. E por isso mesmo fiz a comparação do quadro de Da Vinci.
Não quero dizer que sou artista, não quero dizer que sou um fotógrafo, nada disso... apenas queria não ser julgado baseado numa imagem fotográfica. Quem vê um quadro, não sabe o que se passava no coração do artista, assim como quem vê uma foto, não sabe o que se passa, de alegria ou tristeza, no coração de quem fez a imagem.
Quero mostrar um pouco da realidade e da distância enorme que há entre a foto e o que se passa, entre o que podem dizer (as más línguas) e o que vivenciamos. Digo isso, como uma forma também de relatar os acontecimentos da viagem que temos feito, eu, Rosh Yishai e o Sion.
Qual o propósito da viagem?
Você acha que eu iria deixar minha família em casa, e passar 15 dias fora, viajando a turismo? Se eu quisesse fazer turismo seria com minha esposa e filhos. O mesmo posso dizer do meu pai e do Sion (se quisessem fazer turismo, você acha que me escolheriam como companheiro de viagem?)
A viagem tem sido um sucesso, porque tudo o que nos propusemos a fazer tem alcançado exito. Planejamos conhecer a região do sul da Flórida, os bairros, conhecer sinagogas, rabinos, sejam eles messiânicos, reformistas, ortodoxos ou o que forem. Também procurar saber onde moram os brasileiros, ter contatos, etc... e fizemos muitos bons contatos, graças ao Eterno. Nas fotos ao lado vemos o que foi o melhor contato até aqui foi com os brasileiros João e Yisraela, que vieram de Boston nos conhecer e foi bem proveitoso. Na debaixo, foi o cabalat shabat na casa do amigo Patrick, sobrinho da Ledicia, nossa amiga de Israel.
No próximo shabat devemos receber outra familia de brasileiros, já membros da CINA.
Há boas perspectivas aqui para um trabalho ser bem desenvolvido.
Estados Unidos, Miami? Gastando um dinheirão.
Primeiro, só podemos vir aqui de avião. Procuramos as passagens mais baratas, e custou ida e volta, em torno de 1500 reais cada. (pouco mais de 400 dolares). Qualquer viagem de Curitiba a Manaus, Fortaleza, Belem, por exemplo custa esse valor ou mais.
Um voo direto, sem escalas, dura 9 horas, e custava cerca de 4000 reais. Nosso voo teve tres escalas e durou quase 20 horas. A volta vai durar mais de 24 horas. Puro cansaço. Você vê a foto e acha isso glamour?
Antigamente era coisa de rico andar de avião, viajar aos Estados Unidos. Hoje, qualquer pessoa pode conseguir (se tiver o visto). Não há glamour nenhum nisso. Miami, Nova York, Paris, São Paulo, Curitiba, Rio do Peixe ou Pindamonhangaba são apenas cidades; só um tolo não vê isso. Pessoas são mais importantes do que lugares e estamos aqui por causa de pessoas e não pelas belas praias, que aliás, nem chegamos perto de pisar.
Hotel chique com piscina?
Bom, ficamos em hotel por uma razão meio óbvia, não teriamos onde ficar se não fosse em hoteis. O hotel onde estamos é dos mais baratos na cidade. Tem piscina, mas nem nós e acho que nenhum dos hóspedes usa. Todos os hoteis aqui tem piscina. Você vê a foto e se deslumbra com o fato de ter uma piscina? Nós só chegamos perto da piscina no sábado passado, porque estávamos lá sentados pra recepcionar e atender os amigos que vieram de Boston.
Carrao alugado...
Bom, como disse, o hotel é dos mais baratos, e por isso mesmo, longe de tudo, fica num entroncamento entre estradas. Pra se descolocar, conhecer bairros, só de carro. Então alugamos um, o mais barato. Aí no aeroporto, não tinha o tal carro e o agente me falou: pode pegar essa minivan aí pelo mesmo preço. O mesmo ocorreu com os amigos de Boston, que acabaram pegando um carro superesportivo pelo preço de um popular. Aí, quando íam embora, o João me disse: “você quer dar uma volta, pra experimentar?” Sim, claro, quem não andaria se tivesse a oportunidade? Demos uma volta em torno do hotel e fizemos fotos. Só isso!
Sim, achei lindo o carro, fiz fotos, oportunidade única na vida. E entreguei o carro ao amigo. Você não faria o mesmo?
(Nas fotos ao lado: Sion o Rosh Yishai no carro alugado por nós, uma minivan Jeep; depois eu, no Mustang vermelho, carro alugado pelo amigo João, e depois, meu pai, num camaro amarelo que estava estacionado no shopping; aliás camaro aqui é comum igual um fiat palio no brasil)
Compras em shoppings?
Só um idiota completo acharia que gastamos dinheiro da CINA pra fazer compras particulares (se você leu até aqui, acho que você não é um idiota). Fomos a shopping sim, você não iria? Quando viajo a São Paulo ou qualquer outra cidade, gosto de passear num shopping. Acho que todo mundo gosta. Você acredita que uma foto em frente a um shopping significa que estamos gastando dinheiro sagrado de dizimos em compras?
Gastando em restaurantes kosher?
Claro, precisamos comer né! Mas você vê a foto do Rosh Yishai em frente a um restaurante kosher de Miami e acha que estamos esbanjando dinheiro? Vou lhe mostrar a realidade....
Nesses dias todos aqui, pra economizar, a gente almoça um dia no restaurante, e como janta, comemos pão fatiado com queijo ou pão com peito de peru (kosher) comprados em supermercado. Isso é glamour? Pra economizar, as vezes não almoçamos, e ficamos o dia todo à base de pão com queijo fatiado. Você acha isso glamuroso? Para um senhor de setenta anos de idade como o Rosh Yishai?
Enfim, poderia escrever muito mais coisas, colocar detalhes difíceis, mas não preciso. Colocamos as fotos bonitas, porque quer quer ver foto de pão com queijo fatiado? hehe
Nem todos compreendem a missão de estarmos aqui. Paciência... mas estamos a trabalho, e continuo atendendo os e-mails da CINA, fazendo ketubah para um jovem que vai se casar em breve, etc... mas a verdade é que sempre haverá os murmuradores, sempre haverá aquele que só vê a imagem da foto, e coloca sua própria legenda.
Nas fotos ao lado, a entrada de uma sinagoga messiânica, chamada Temple Aron HaKodesh, onde fomos bem recebidos pelo rabino e batemos longo papo; abaixo, Sion entrando na sinagoga reformista Temple Beth El, em Fort Lauderdale.
Aos amigos, membros sinceros, agradecemos pelo apoio. E pedimos oração de todos para que a CINA se faça representar nesta grande nação, com mais de seis milhões de judeus que ainda não ouviram falar do Mashiach.
Não posso esperar compreensão de todos, mas o apoio dos sinceros já nos basta. Nem Yeshua conseguia agradar aos homens de sua época... por isso usei o verso, dentro do contexto que diz:
Lc 7:31-39 - “E disse o Senhor: A quem, pois, compararei os homens desta geração, e a quem são semelhantes? São semelhantes aos meninos que, assentados nas praças, clamam uns aos outros e dizem: Nós vos tocamos flauta, e não dançastes; cantamos lamentações, e não chorastes. Porque veio João Batista, que não comia pão nem bebia vinho, e dizeis: Tem demônio. Veio o Filho do Homem, que come e bebe, e dizeis: Eis aí um homem comilão e bebedor de vinho, amigo dos publicanos e dos pecadores.Mas a sabedoria é justificada por todos os seus filhos.
E rogou-lhe um dos fariseus que comesse com ele; e, entrando em casa do fariseu, assentou-se à mesa. E eis que uma mulher da cidade, uma pecadora, sabendo que ele estava à mesa em casa do fariseu, levou um vaso de alabastro com ungüento. E, estando por detrás, aos seus pés, chorando, começou a regar-lhe os pés com lágrimas, e enxugava-lhos com os cabelos da sua cabeça e beijava-lhe os pés, e ungia-lhos com o ungüento. Quando isso viu o fariseu que o tinha convidado, falava consigo, dizendo: Se este fora profeta, bem saberia quem e qual é a mulher que lhe tocou, pois é uma pecadora.”
Em meu mais longo post, digo que sempre haverá os fariseus hipócritas, que não compreendem e vivem a criticar, mas por outro lado sempre haverá pecadores que terão seus vasos de alabastro dispostos a demonstrarem gratidão por aqueles que lhes ensinam a mensagem de fé e salvação. Por estes, somos gratos!
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