Sl 42:1,2 - Como suspira a corça pelas correntes das águas, assim, por ti, ó Deus, suspira a minha alma. A minha alma tem sede de Deus, do Deus vivo;
Temos em pirkei avot, no talmude, uma lição importante de que devemos procurar sempre aprender com todos e poder ouvir diferentes pessoas, compartilhando suas experiências e pensamentos é sempre um aprendizado.
Aqui nos Estados Unidos conheci um rabino messiânico muito bom, simpático e que se expressa com facilidade grande. Ele nos apresentou um senhor já de idade avançada, judeu sobrevivente do holocausto, a quem tive o prazer de conversar brevemente. Ambos me mostraram um pouco da relação particular que buscam ter com o Criador.
No cabalat, ao ver as danças e o espírito de adoração envolvente pude perceber que a relação que cultivamos com o Eterno e as pessoas influencia e muito na adoração que prestamos e há de se fazer uma reflexão: como anda nossa adoração? Como anda nosso relacionamento com Ele?
Davi, o grande Rei, a quem reverenciamos constantemente como o homem segundo o coração de D-us, e como “Melech Vekaiam” tinha um espirito adorador.
Em nossa vida congregacional vivemos muito preocupados com coisas menores, preocupados com o que outros irão achar disso e daquilo, preocupados em fazer o passo “correto”, falar as rezas corretamente em hebraico... e deixamos de nos entregar, de buscar ao Eterno de todo o coração. O resto é menos importante. Nossa alma tem que ter sede do Deus vivo. Precisamos saciar nossa sede.
O salmista dizia “Lembro-me destas coisas—e dentro de mim se me derrama a alma—,de como passava eu com a multidão de povo e os guiava em procissão à Casa de Deus, entre gritos de alegria e louvor, multidão em festa.” (Sl 42:4)
É esse o tipo de relacionamento que devemos cultivar com o Eterno, uma vida com mais devoção, com mais louvor, com mais adoração, até porque foi dito: “Mas vem a hora e já chegou, em que os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e em verdade; porque são estes que o Pai procura para seus adoradores. Deus é espírito; e importa que os seus adoradores o adorem em espírito e em verdade.” (Jo 4:23,24)
Esse famoso texto nos mostra algumas verdades importantes:
a) há verdadeiros adoradores (e falsos também)
b) não se deve adorar a Yeshua, ou a qualquer outro, mas adorarão ao PAI.
c) a adoração tem que ser em espírito e em verdade... isso significa que não dá pra ser só “intelectual”, “consciência” mas espiritual. Verdadeiro, não dá pra se adorar com falsidade, para se mostrar para os outros, sem ser de coração. Até dá pra se adorar, mas nesse caso não seria um VERDADEIRO ADORADOR.
Voltando ao Rei David, todo “crente” tem uma bíblia aberta no livro dos salmos, com suas lindas poesias e verdades a respeito do verdadeiro adorador que era o rei. Mas não podemos simplesmente ter a bíblia aberta em salmos mas sem nos deixarmos inspirar por suas belas palavras.
David era o rei, mas era também um pastor de ovelhas, era músico, era compositor, e suas palavras, suas músicas, sua vida nos inspira a buscarmos mais do Eterno.
Da próxima vez que for sair de casa para ir à sinagoga, vá com o espírito de David e verás que podemos nos assemelhar com o Rei de Israel na adoração e na aproximação com o Sagrado.
Você pode dizer: Ah! Mas eu sou pecador, não dá pra me comparar com o rei David... mas claro, David também nisso nos ensina, pois ele também pecou, pecou gravemente, mas encontrou espaço para o arrependimento e o consequente perdão divino.
Talvez você diga: “Ah! mas como eu vou adorar a Deus ao lado daquela pessoa, pecadora, falsa, hipócrita...” Aí você está se sentindo superior aos demais, e isso também é um erro grave. Apenas lembremos das palavras de Yeshua com a parábola do fariseu e publicano.
Seja como for, está dentro de cada um de nós a capacidade de mudarmos nosso proceder, de nos inspirarmos no rei David, e nos transformarmos em verdadeiros adoradores, pois é a estes que o Pai busca.
Shabat shalom!
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