Lc 15:29 “...Há tantos anos que te sirvo sem jamais transgredir uma ordem tua, e nunca me deste um cabrito sequer para alegrar-me com os meus amigos”
Nas últimas semanas tenho revivido bons momentos com minha filha, de um ano de idade, e tenho aprendido; como diz pirkei avot: “aprender de todas as pessoas.”
Uma das coisas que tenho me deliciado e praticado é o valor do reconhecimento, do elogio. Ela tem dado seus primeiros passos, aprendido muita coisa (e como criança aprende rápido). Uma dessas coisas é subir e descer do sofá. Mas o que uma criança que aprendeu a descer e subir num estofado nos ensina?
Bom, toda vez que estou em casa, sentado no sofá, ela vem, com seus passinhos ainda imperfeitos, e encosta no sofá. Quando ela acaba de subir (ou descer) ela vira o rostinho em minha direção e dá um sorriso, esperando um aplauso, um abraço, um reconhecimento. Quando aplaudimos a ela, ela se anima e sorri mais ainda e quer logo fazer de novo.
Infelizmente, à medida que a gente cresce, os elogios vão diminuindo, até desaparecer por completo. A propósito, quando foi a última vez que você elogiou seu filho? Quando foi a última vez que você elogiou o fato de ele ser bom aluno, tirar boas notas, ou simplesmente o fato de ele ser um bom filho?
Num mundo cheio de filhos desobedientes, ter um bom filho hoje é coisa rara, então o elogie, e agradeça a ele, pois isso vali criar nele um sentimento de fazer mais, fora a alegria que ele vai carregar no rosto.
Pessoas crescem, amadurecem, e logo ficam adultas, mas o reconhecimento sempre tem o mesmo efeito. Isso vale para todos os níveis.
Lembro-me sempre de algumas mulheres que vinham até mim, pedindo um conselho, porque seus esposos, antes sempre carinhosos e cheios de elogios, já não mais a elogiam. Mulheres são sempre mais dramáticas, hehe, mas isso não deixa de ser verdadeiro. Aí eu quase sempre faço a mesma pergunta: “tudo bem, mas só me responda uma coisa: quando foi a última vez que você elogiou seu esposo?” A maioria delas fica sem graça e diz: Ah, faz tempo, mas ele também não faz!
O ser humano tem uma dificuldade enorme em reconhecer os méritos alheios. Só que a gente se esquece que também carecemos desse reconhecimento. E o raciocínio é simples... tudo que fazemos ao próximo, volta para nós. Não espere elogios, se você nunca for capaz de elogiar.
Não precisamos fazer falsos elogios, mas é impossivel olhar para as pessoas e não ver absolutamente nada de bom. Aí o problema está em nossos olhos e não na pessoa.
Elogiar só pelo facebook não vale. Não custa nada você ligar (TIM 25 centavos kkk) e falar, não custa parabenizar um aluno, ou um mestre.
Na parashah dessa semana fala da veste sacerdotal, do oficio do sacerdote. Pensando nisso, quando foi a última vez que você elogiou uma prédica, agradeceu por ter um rosh conselheiro, que lhe ajudou... isso é reconhecimento.
Eu mesmo sei de muitas pessoas que só preservaram seu casamento graças aos pacientes e sábios conselhos do Rosh. Custa agradecer? Custa elogiar?
Todos os trabalhos são dignos de elogios, e podem acreditar, um elogio é um poderoso incentivador.
Elogie o office-boy de sua empresa, elogie o bom vendedor, elogie, enalteça o bom trabalho, você vai ver que tudo muda, e você no mínimo recebe um sorriso de volta.
Na parábola do filho pródigo, contada inúmeras vezes, temos conselhos ótimos, mas nunca vi um pregador que falasse acerca do verso de Lc 15:29, onde o filho sempre esteve ao lado do pai, mas nunca sequer receber a oportunidade de fazer uma festa com os amigos... é disso que eu falo.
Não se trata de ele ser ciumento, mas (apesar de não ser esse o contexto da parábola) será que se o pai o elogiasse, o tratasse com mais carinho, ele não receberia o irmão perdido com mais prazer também? Nunca saberemos!
Então, meu conselho de hoje é: da próxima vez que ver alguém fazendo um bom trabalho, pare um pouco e diga:
“Ei, parabens, você fez um bom trabalho!”
Lembrem-se: Isso não dói nada e pode produzir um grande efeito, pois um incentivo e um elogio sincero surpreendem e enchem de alegria a pessoa.
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