segunda-feira, janeiro 12, 2015

Reflexão para o dia: "Eu não sou CHARLIE"



2 Rs 2:23,24 - Então, subiu dali a Betel; e, subindo ele pelo caminho, uns rapazes pequenos saíram da cidade, e zombavam dele, e diziam-lhe: Sobe, calvo, sobe, calvo!  E, virando-se ele para trás, os viu e os amaldiçoou no nome do SENHOR; então, duas ursas saíram do bosque e despedaçaram quarenta e dois daqueles pequenos.

Na semana passada o mundo foi pego de surpresa novamente com um atentado em Paris que levou à morte de doze pessoas. Depois, ao “fim” dezessete pessoas perderam a vida nessa situação. Claro, isso causou comoção mundial e neste domingo, líderes de várias nações (inclusive o Benjamin Netaniahu, de Israel) fizeram parte das manifestações em Paris, e muitos ingajaram-se na campanha “Somos todos Charlie”.  

Charlie Hebdo é o nome de uma publicação semanal francesa, com charges, piadas, sátiras, etc... que tem uma tiragem de cerca de 60 mil exemplares. Dentre as centenas, milhares de charges, eles publicaram algumas que atingiram a imagem do profeta Mohamed, mas também já publicaram charges  zombando de Moshe Rabenu, de Jesus Cristo, de santos, e de politicos famosos, e até recentemente uma política negra francesa teve sua imagem retratada como um macaco.    E daí?

Bom, gente, devo dizer que o judaísmo é contra o assassinato, mas também somos contra o desrespeito com a fé alheia. Já fui diversas vezes a Israel, e os judeus, os israelenses sempre se mostram muito respeitosos com as diferentes crenças e culturas. Em abril de 2014, quando lá estive, era a época da visita do papa Francisco a Israel, e o que eu vi foi uma quantidade grande de cartazes e faixas nas ruas com a imagem do papa e dizeres como: “seja bem-vindo a Israel”.

Acho interessante as brincadeiras, gosto do bom humor, mas acho mais interessante o respeito. Tenho vários amigos evangélicos, muitos pastores, tenho outros conhecidos católicos e respeito e sou respeitado por eles. Dias atrás estive pregando e até falei um pouco num seminário numa igreja batista.
Acredito que o brasileiro se deixa influenciar muito pela mídia e não costuma refletir muito a respeito, e por vezes, se contradiz em suas atitudes. 

Nos orgulhamos de ser um país tolerante, e temos várias linhas de fé. Hoje cedo via o “Bom Dia Brasil” que mostrava o início dos festejos de carnaval na Bahia, com os pais-de-santo, babalorixás, jogando água santa nas milhares de pessoas, em frente à uma igreja católica em Salvador. Depois veio uma caminhada com a imagem de Jesus. 

Você, como eu, provavelmente não seja católico, nem do candomblé, e não concorda com isso, mas não é por isso que vamos sair matando pessoas que pulam carnaval. Isso é errado!

Acontece que onde há o desrespeito, a zombaria, não há espaço para a tolerância. Temos o mau costume de seguir a mídia, que fica “endeusando” maus exemplos. 

Há alguns anos atrás, um bispo da Igreja Universal, chutou uma imagem da santa na televisão... e aí, foi execrado, absurdo,  acabou tendo que sair do país e até hoje é marcado por isso. Aí eu pergunto: qual a diferença do que ele fez e do que os cartunistas fazem? Ele desrespeitou a fé de milhões de pessoas católicas, claro, não precisava disso. Mas e os cartunistas? 

Repito em letras capitulares NÃO CONCORDO COM O ASSASSINATO, ACHEI LAMENTÁVEL O ATO DE TERROR. Mas concordar com o direito dos “humoristas” zombarem da fé muçulmana, não posso concordar. 

Todas as vezes que vamos a Israel, o guia é sempre um judeu, mas o motorista do ônibus é quase sempre um árabe, na maioria das vezes, muçulmano. Sempre tive relacionamento amistoso com eles, fizemos brincadeiras com alguns, outros eram mais sérios, mas sempre foi uma relação respeitosa. 
É evidente que nem todo muçulmano é terrorista, aliás, a maioria é gente educada, apenas crê num deus diferente. 
Essa minha postagem não tem nada a ver com o conflito entre árabes e judeus pela terra, mas tem a ver com o fato de que, se queremos o respeito das pessoas, devemos aprender antes a respeitá-las. 

As charges do Charlie Hebdo são ridículas, desrespeitosas, algumas são nojentas, (publico algumas aqui, apenas para que você possa refletir se você também é Charlie) e apesar de não concordar com os atos de terror, devo dizer que EU NAO SOU CHARLIE. 

Ninguém acha que seja terrorismo o fato como a bíblia relata como aqueles meninos que zombavam do profeta foram despedaçados, acredito que os cartunistas estariam vivos se não zombassem de simbolos religiosos alheios de forma tão desprezível. 

Porque: “Como o louco que lança de si faíscas, flechas e mortandades, assim é o homem que engana o seu próximo e diz: Fiz isso por brincadeira.” (Pv 26:18,19)

Brincadeira tem limite! O limite é o respeito ao próximo. 

Faço esse post com todo o meu respeito à fé católica, ao cristianismo em geral, por meio de todos os amigos pastores evangélicos, aos muçulmanos, e aos ateus, que não acreditam em Deus, mas respeitam as pessoas. 

*** Peço perdão se ficaram ofendidos com as imagens que aqui publiquei. (Na verdade são as menos agressivas) Se quiser ver todo o horror publicado por esse jornal, digite no google e veja as imagens. 

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