As fotos acima são de Qumran, em Israel, onde viveram em comunidade os essênios e provavelmente Yohanan HaMatvil, nada melhor do que esse lugar para ilustrar uma lição sobre o Mikvê na conversão.
Não se esqueça de ler os artigos anteriores a respeito do assunto.
LIÇÃO 3 - MIKVE NA CONVERSAO
VERSO TEMATICO “apareceu
João Batista no deserto, pregando o batismo de arrependimento para remissão de
pecados. Saíam a ter com ele toda a província da Judéia e todos os habitantes
de Jerusalém; e, confessando os seus pecados, eram batizados por ele no rio
Jordão.” (Marcos 1:4,5)
INTRODUÇÃO
Conforme já
previamente citado no estudo anterior, a imersão no mikvê é parte fundamental
no processo de conversão à fé judaica.
Para nós, que
cremos na Nova Aliança, profetizada por Jeremias, a imersão se manteve
preservada, apenas que, assim como na nova aliança, a Lei seriam implantada nos
corações, no caso da imersão em rio (ou mikvê) adquirira também um sentido mais
abrangente.
O mesmo verso
temático, na versão do Novo Testamento Judaico é escrito da seguinte forma: “A
voz de alguém que grita: 'preparem no deserto o caminho para Adonai! Façam
caminhos retos para ele'. Foi por isso que Yochanan, o Imersor, apareceu no
deserto, proclamando a imersão que envolvia o retorno para Deus e o abandono
do pecado para que fossem perdoados. Pessoas iam ao encontro dele de toda a
região de Y'huda bem como os habitantes de Yerushalayim. Confessando os seus
pecados, eram imersos por ele no rio Yarden.” (Mc 1:3-5)
Em ambos os casos, tanto no judaísmo tradicional quanto na Nova Aliança,
a imersão no mikvê traz aquela mudança de status já citada, e “somos novas
criaturas, eis que tudo se fez novo”. (2 Co 5:17)
QUESTIONÁRIO
1. Como surgiu o batismo? que relação ele tem com o
mikvê?
Primeiramente cabe dizer que a
palavra batismo em seu original
significa imersão. Isso quer dizer que o rito praticado por algumas
religiões, que erroneamente utilizam-se da mesma palavra, aspergindo água sobre
a cabeça da pessoa, adulta ou criança, NÃO é batismo.
Na Brit Chadashah, o batismo é
mencionado pela primeira vez com Yohanan, quando é dito: “Então, saíam a ter
com ele Jerusalém, toda a Judéia e toda a circunvizinhança do Jordão; e eram
por ele batizados no rio Jordão, confessando os seus pecados...Produzi,
pois, frutos dignos de arrependimento;” (Mt 3: 5,6,8)
Isso significa que originalmente o
batismo pressupunha duas coisas: imersão e arrependimento de pecados. Como nos dias do surgimento da Brit Chadashah
os israelitas já praticavam a imersão como parte do processo de purificação, o
que Yohanan fez foi agregar ao ato a profundidade do arrependimento de pecados.
Pode-se dizer que o Jordão foi o primeiro mikvê da Nova Aliança.
2. É preciso uma conversão para se achegar ao judaísmo
da Nova Aliança?
Em primeiro lugar, reconheçamos que o
Eterno não deseja a perdição do pecador: “Desejaria eu, de qualquer
maneira, a morte do ímpio? Diz o Senhor; não desejo, antes, que se converta dos
seus caminhos e viva? Mas, convertendo-se o ímpio da sua impiedade que
cometeu e praticando o juízo e a justiça, conservará este a sua alma em vida.
Pois quem reconsidera e se converte de todas as suas transgressões que
cometeu, certamente viverá, não morrerá.” (Ez 18:23,27,28)
Conversão é mudar de direção, mudar o
rumo, seja na estrada, seja na vida e basicamente o processo é o mesmo para o
judaísmo de uma forma geral. Para que a conversão ocorra é fundamental que a
pessoa abrace a aliança do Eterno, para que seja unido a Israel, como
profetizado: “Aos estrangeiros que se chegam ao SENHOR, para o servirem e
para amarem o nome do SENHOR, sendo deste modo servos seus, sim, todos os
que guardam o sábado, não o profanando, e abraçam a minha aliança,
também os levarei ao meu santo monte e os alegrarei na minha Casa de Oração; os
seus holocaustos e os seus sacrifícios serão aceitos no meu altar, porque a
minha casa será chamada Casa de Oração para todos os povos. Assim diz o
SENHOR Deus, que congrega os dispersos de Israel: Ainda congregarei outros aos
que já se acham reunidos.” (Is 56:6-8)
Não há conversão sem que se aceite o
pacto abraâmico da circuncisão, que marca no prepúcio do homem sua aceitação às
leis do Eterno. Depois da Brit Milah, é a vez da imersão no mikvê para
conclusão do processo. Por razões óbvias, a conversão de uma mulher é feita
apenas através do mikvê.
3. Como deve ser o procedimento para a imersão no
mikvê na conversão?
Como já dito, a tevilah é o que
conclui o processo de conversão, portanto, antes a pessoa será instruída por
algum líder competente, seja pessoalmente o acompanhando os estudos
transmitidos via tv, internet, etc... e uma vez que já não haja mais nenhum
impedimento, a cerimônia de tevilah é conduzida por um zaken da Kehilah. Como
nos dias de Yohanan HaMatvil, a tevilah segue sendo feita em “fontes de
águas vivas”, ou seja, normalmente num rio.
Antes da imersão, o convertido recita
o Tahanun, num reconhecimento de sua condição de pecador, e pronuncia a bênção
da imersão: “Baruch ata Adonai, Elohênu
mélech haolam, ahser kideshanu bemitsvotav, vetsivanu al hatevilah.” que traduzido: “Bendito sejas Tu, Eterno,
nosso Deus, Rei do universo, que nos santificaste com Teus mandamentos e nos
ordenaste fazer a imersão na água.” (Sidur, página 141)
O corpo todo deve ser submerso, e
para que nada dificulte o contato do corpo com a água, recomenda-se retirar
tudo que possa dificultar, como brincos, anéis, correntinhas, etc...
Ao sair da água,
convencionou-se que o recém-convertido pronuncie pela primeira vez como
israelita nossa declaração de fé num só D-us: “Shemah Yisrael, Adonai
Elohenu, Adonai Echad.”
em breve postarei a parte 4... na intenção de ajudar a
compreendermos melhor o mikvê.
LIÇAO 4 - O MIKVÊ E O CASAMENTO
Nenhum comentário:
Postar um comentário