quinta-feira, julho 04, 2013

MIKVE NA CONVERSAO







As fotos acima são de Qumran, em Israel, onde viveram em comunidade os essênios e provavelmente Yohanan HaMatvil, nada melhor do que esse lugar para ilustrar uma lição sobre o Mikvê na conversão. 

 Não se esqueça de ler os artigos anteriores a respeito do assunto. 


LIÇÃO 3 - MIKVE NA CONVERSAO

VERSO TEMATICO “apareceu João Batista no deserto, pregando o batismo de arrependimento para remissão de pecados. Saíam a ter com ele toda a província da Judéia e todos os habitantes de Jerusalém; e, confessando os seus pecados, eram batizados por ele no rio Jordão.”                                     (Marcos 1:4,5)

INTRODUÇÃO

Conforme já previamente citado no estudo anterior, a imersão no mikvê é parte fundamental no processo de conversão à fé judaica.
Para nós, que cremos na Nova Aliança, profetizada por Jeremias, a imersão se manteve preservada, apenas que, assim como na nova aliança, a Lei seriam implantada nos corações, no caso da imersão em rio (ou mikvê) adquirira também um sentido mais abrangente.
O mesmo verso temático, na versão do Novo Testamento Judaico é escrito da seguinte forma: “A voz de alguém que grita: 'preparem no deserto o caminho para Adonai! Façam caminhos retos para ele'. Foi por isso que Yochanan, o Imersor, apareceu no deserto, proclamando a imersão que envolvia o retorno para Deus e o abandono do pecado para que fossem perdoados. Pessoas iam ao encontro dele de toda a região de Y'huda bem como os habitantes de Yerushalayim. Confessando os seus pecados, eram imersos por ele no rio Yarden.” (Mc 1:3-5)
Em ambos os casos, tanto no judaísmo tradicional quanto na Nova Aliança, a imersão no mikvê traz aquela mudança de status já citada, e “somos novas criaturas, eis que tudo se fez novo”. (2 Co 5:17)

QUESTIONÁRIO

1. Como surgiu o batismo? que relação ele tem com o mikvê?
Primeiramente cabe dizer que a palavra batismo  em seu original significa imersão. Isso quer dizer que o rito praticado por algumas religiões, que erroneamente utilizam-se da mesma palavra, aspergindo água sobre a cabeça da pessoa, adulta ou criança, NÃO é batismo.
Na Brit Chadashah, o batismo é mencionado pela primeira vez com Yohanan, quando é dito: “Então, saíam a ter com ele Jerusalém, toda a Judéia e toda a circunvizinhança do Jordão; e eram por ele batizados no rio Jordão, confessando os seus pecados...Produzi, pois, frutos dignos de arrependimento;” (Mt 3: 5,6,8)
Isso significa que originalmente o batismo pressupunha duas coisas: imersão e arrependimento de pecados.  Como nos dias do surgimento da Brit Chadashah os israelitas já praticavam a imersão como parte do processo de purificação, o que Yohanan fez foi agregar ao ato a profundidade do arrependimento de pecados. Pode-se dizer que o Jordão foi o primeiro mikvê da Nova Aliança.

2. É preciso uma conversão para se achegar ao judaísmo da Nova Aliança?
Em primeiro lugar, reconheçamos que o Eterno não deseja a perdição do pecador: Desejaria eu, de qualquer maneira, a morte do ímpio? Diz o Senhor; não desejo, antes, que se converta dos seus caminhos e viva? Mas, convertendo-se o ímpio da sua impiedade que cometeu e praticando o juízo e a justiça, conservará este a sua alma em vida. Pois quem reconsidera e se converte de todas as suas transgressões que cometeu, certamente viverá, não morrerá. (Ez 18:23,27,28)
Conversão é mudar de direção, mudar o rumo, seja na estrada, seja na vida e basicamente o processo é o mesmo para o judaísmo de uma forma geral. Para que a conversão ocorra é fundamental que a pessoa abrace a aliança do Eterno, para que seja unido a Israel, como profetizado: Aos estrangeiros que se chegam ao SENHOR, para o servirem e para amarem o nome do SENHOR, sendo deste modo servos seus, sim, todos os que guardam o sábado, não o profanando, e abraçam a minha aliança, também os levarei ao meu santo monte e os alegrarei na minha Casa de Oração; os seus holocaustos e os seus sacrifícios serão aceitos no meu altar, porque a minha casa será chamada Casa de Oração para todos os povos. Assim diz o SENHOR Deus, que congrega os dispersos de Israel: Ainda congregarei outros aos que já se acham reunidos.” (Is 56:6-8)
Não há conversão sem que se aceite o pacto abraâmico da circuncisão, que marca no prepúcio do homem sua aceitação às leis do Eterno. Depois da Brit Milah, é a vez da imersão no mikvê para conclusão do processo. Por razões óbvias, a conversão de uma mulher é feita apenas através do mikvê.

3. Como deve ser o procedimento para a imersão no mikvê na conversão?
Como já dito, a tevilah é o que conclui o processo de conversão, portanto, antes a pessoa será instruída por algum líder competente, seja pessoalmente o acompanhando os estudos transmitidos via tv, internet, etc... e uma vez que já não haja mais nenhum impedimento, a cerimônia de tevilah é conduzida por um zaken da Kehilah. Como nos dias de Yohanan HaMatvil, a tevilah segue sendo feita em “fontes de águas vivas”, ou seja, normalmente num rio.
Antes da imersão, o convertido recita o Tahanun, num reconhecimento de sua condição de pecador, e pronuncia a bênção da imersão:Baruch ata Adonai, Elohênu mélech haolam, ahser kideshanu bemitsvotav, vetsivanu al hatevilah.” que traduzido: “Bendito sejas Tu, Eterno, nosso Deus, Rei do universo, que nos santificaste com Teus mandamentos e nos ordenaste fazer a imersão na água.” (Sidur, página 141)
O corpo todo deve ser submerso, e para que nada dificulte o contato do corpo com a água, recomenda-se retirar tudo que possa dificultar, como brincos, anéis, correntinhas, etc...
Ao sair da água, convencionou-se que o recém-convertido pronuncie pela primeira vez como israelita nossa declaração de fé num só D-us: “Shemah Yisrael, Adonai Elohenu, Adonai Echad.”


em breve postarei a parte 4... na intenção de ajudar a compreendermos melhor o mikvê.

LIÇAO 4 - O MIKVÊ E O CASAMENTO


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