segunda-feira, julho 22, 2013

Casamento na Kehilah Sede em Curitiba


Gn 2:18 - Disse mais o SENHOR Deus: Não é bom que o homem esteja só; far-lhe-ei uma auxiliadora que lhe seja idônea.
 
Claro que esse texto já é manjado, mas é algo que pra mim é marcante. Por mais que alguns digam que é bom ser solteiro, acredite, não em mim, mas em Deus; foi Ele e não eu quem disse que não é bom para o homem estar só. O homem necessita de uma companheira.
No último domingo estivemos em mais uma celebração de casamento, e já foram muitos esse ano. Só eu já fui convidado para uns cinco ou seis... e isso me deixa alegre, pois como tenho dito ultimamente, cada vez que participo de uma brit milah, de uma tevilah, casamento, sinto como que se o mundo estivesse renovando os votos de uma união com o Eterno. Sinto que ainda há esperança para a humanidade.

Quando um menino passa pela Brit Milah, é a esperança de pais que ainda querem manter a Torah, e perpetuar o povo judeu sobre a Terra.

Quando um menino (ou menina) passam pelo Bar/Bat Mitsvah é a renovação, de um jovem que chega à adolescência, mas apesar de todas as tentações que o mundo lhes oferece, quer seguir um pacto com o Eterno.

Ao passar pela tevilah, a pessoa me faz renovar as esperanças, que ainda há pessoas que firmam seu pacto com o Eterno e abraçam a Torah.

E o casamento é quando num mundo onde hoje isso parece coisa do passado, alguém renova e volta a ouvir o conselho do Eterno. Isso renova nossas esperanças por um mundo melhor.

Foi ótimo ver a Kehilah Sede da CINA abrir suas portas, toda embelezada, para receber o novo casal, Elazar e Carol, que agora rumam para uma nova vida em Vacaria/RS.

O que me deixa feliz foi ver que, em nossa principal congregação, foi realizada uma bela cerimônia para um casal humilde, simples, e sem grandes recursos financeiros. Não que isso seja uma surpresa, mas acho muito bonito quando nos reunimos e celebramos e nos alegramos com pessoas com aparentemente menor "status". E acho muito bonito o fato de ser na Kehilah, quando hoje a maioria gasta muito dinheiro numa festa, e o casamento é quase sempre num grande salão, restaurante, churrascaria, etc...

Foi uma festa simples, bonita e a emoção do pai da noiva, sendo transmitida ao vivo, pela internet, foi muito legal. Eu estava ali, junto ao pessoal da edição e vimos as lágrimas rolando pelo rosto do Yoel, pai da noiva.

Casamento é isso, simplicidade. Não é uma festa cara, cheia de luxos, quando na verdade o casal não dispoe de tantos recursos. Pessoas simples, festa simples, mas que ficará marcada.

Deixo meus sinceros desejos de mazal tov ao novo casal, e espero que mantenham a simplicidade na união, a simplicidade de um completando ao outro. E desejo que os jovens futuros casais optem por também casar dentro da Congregação... onde a bênção do Eterno está sempre presente (fora o fato de ser muito mais barato).

Parabéns a todos da Beit Sede por terem se unido em proporcionar uma bonita cerimônia ao casal.

Friendship



 

Provérbios 18:24  O homem que tem muitos amigos sai perdendo; mas há amigo mais chegado do que um irmão
 
O tempo vai passando para todos nós e eventualmente é interessante observar quantas pessoas passam por nossa vida. Muitos passam, outros entram e não saem mais, graças a Deus. Ontem depois do casamento, que foi muito bom, fiquei pensando, penso muitas coisas, as vezes até penso demais.

A bíblia diz que o que tem muitos amigos sai perdendo, e eu não posso dizer que tenho muitos, tenho o suficiente, talvez poucos, mas poucos e bons, alguns mais chegados que um irmão.
 
A prédica do shabat seria sobre pessoas que se isolam, e foi dito que isso faz com que a pessoa perca oportunidades e é verdade. Eventualmente amigos nos surpreendem e nos suprem carências mesmo sem querer, nos dizem coisas que nos mostram o caminho ou dão uma luz sobre o que fazer.
Nossos caminhos se cruzam sempre, e isso difere amigos de colegas. Não fazemos nada, mas ao olhar para o passado (e sonhar com o futuro) em vários desses momentos os amigos lá estão, mesmo “sem querer”.

No casamento do Elazar e da Carol, revi amigos, dei risadas, foi ótimo e claro, fiz fotos. Quis fazer fotos com uma menina, a cantora. Em casa, já de noite, fiquei lembrando...

Há uns 18 anos atrás, teve um casamento em Curitiba e eu nao fui convidado, mas soube da festa. Nem liguei. Pouco tempo depois, aquele casal foi escolhido por mim e minha esposa para serem “testemunhas” do nosso casamento...

Nosso casamento teve quatro casais de testemunhas, dois deles, foram “colegas” que o tempo se encarregou de afastar. Eram maus? não, de forma alguma! Apenas eram “passageiros no trem da nossa vida”. Outros dois, é engraçado, nossos caminhos vivem se cruzando, nos bons e maus momentos. Ontem foi um bom momento.
 
Bom, uns anos depois, 14 anos atrás, lá estavamos eu e a Eliana saindo do Congresso, cansados e pensamos: “Que tal fazer uma visitinha pra nossa amiga, grávida?” E lá fomos, e por fim, naquela noite, acabamos levando a amiga pra dar à luz sua pequena menina, que ontem foi a jovem cantora do casamento.
Passaram-se anos, nasceu nosso primogênito Abel, e ele começou a tocar violino. A primeira apresentação dele, ele tocou e aquela menina Helen, foi a cantora. Isso se repetiu depois, e ela foi se tornando uma grande cantora.

Bom, nosso filho desistiu do violino, e agora toca piano. Quem sabe, logo ele toque pra ela cantar, pode ser uma surpresa num congresso futuro, uma boa surpresa para aqueles que os viram há 9 anos atrás, juntos, louvando ao Eterno.
Passamos juntos muitos momentos, bons e ruins, lembro-me das visitas quando eles ainda moravam numa casinha de madeira lá no Osternack. Depois mudaram de casa, uma, duas vezes, até chegarem à bênção da casa própria. Lá fomos algumas vezes, de vez em quando, quando eu e a Eliana vamos com nossos filhos ao zoológico de Curitiba, na volta, passamos lá, para um lanchinho.
E sem nos dar conta, lá se vão dezesseis, dezessete anos de amizade, desde os tempos em que eu e o Jair tinhamos cabelos.

Nossos filhos cresceram, continuam amigos, e vai saber o que o futuro reserva para eles!!! Deus sabe o melhor sempre.
Enfim, este post pode não dizer muita coisa num blog de um rosh da CINA, mas diz muito para mim, um mero homem que tem a felicidade de ter amigos de verdade.

A cada dia, to tentando me aproximar da pequena Rebeca, que um dia, a Helena me falou pra sugerir um nome, e eu disse: “Se eu tivesse uma filha, eu a chamaria de Rebeca.” E entao, ela diz: pronto! vai ser Rebeca! Esses dias, pela primeira vez, ela estendeu a mao e me deu shalom! Fiquei feliz pra caramba!

Ontem, eu consegui tirar uma foto com ela. Imaginem a felicidade! To conseguindo!

 Amizade é assim, a gente vai conquistando, e a Rebequinha é dura na queda, mas eu chego lá. Se você quer de verdade ser amigo de alguém, batalhe por isso, nem sempre vai ser fácil. Cada um tem seu temperamento, personalidade, preferências, etc... mas nada disso faz diferença quando realmente somos amigos.

 Obrigado ao Jair, sempre quietão, gente bonissima, fala de musica, computador, coisas que ele gosta... obrigado Helena, fala de tudo, fala mais que o homem da cobra, mas tem um sorriso que  detona meu mal humor. Obrigado Helenzinha, Helenzona, (como diz meu irmão Abiezer, monstra, monstra, cantora) ah futura!!!!! kkkk

Obrigado Rebequinha, ainda vou te conquistar!

Saibam sempre que pra nós, nossa familia, voces são especiais, e que nossas histórias continuem se cruzando nessa vida. E quem sabe um dia a Helena possa se lembrar de mim e nos levar um belo pote de “fatias hungaras”! Essa é minha esperança!

Um homem pode ter muitos amigos, mas pra que muitos se temos vocês?!

sábado, julho 20, 2013

MIKVE E O PERÍODO DE AFASTAMENTO


Não se esqueça de ler os artigos anteriores a respeito do assunto. 


LIÇÃO 5 - O período de afastamento

VERSO TEMATICO  De tudo o que se tem ouvido, o fim é: Teme a Deus e guarda os seus mandamentos; porque este é o dever de todo homem.”      (Eclesiastes 12:13)


INTRODUÇÃO

Concluímos nosso estudo passado vendo que o Eterno esquadrinha e penetra os desígnios do pensamento humano. Como nosso Criador, Ele conhece nossos mais íntimos anseios e necessidades, quer espirituais, quer físicas e por isso mesmo Ele, em sua infinita bondade, nos deu as regras para que o relacionamento físico entre homem e mulher proporcione a satisfação das necessidades e também  conceda um nível de intimidade que conduza ao espiritual.
Para que o homem possa atingir tal nível e sinta-se completo, é essencial   cumprir com a Taharat HaMishpachah observando os detalhes de tudo aquilo que foi orientado pelo Eterno em sua Santa Torah, quanto aos períodos relativos ao afastamento do casal, sua reaproximação, imersão no mikvê e o reencontro, quando ambos voltam a se tornar “uma só carne”.
O período de distanciamento físico não significa que o casal seja “distante” um do outro, mas que nesse tempo possam aperfeiçoar seu relacionamento de convivência, sem que para isso fiquem se tocando.


QUESTIONÁRIO

1. Qual o período de afastamento do casal? O que é ou não permitido?
“Não te chegarás à mulher, para lhe descobrir a nudez, durante a sua menstruação.” (Lv 18:19) Durante esse período (ou qualquer outro período de sangramento da mulher) o homem não deve tocá-la. A Torah, visando evitar esse contato entre o casal declara: “Toda cama sobre que se deitar durante os dias do seu fluxo ser-lhe-á como a cama da sua menstruação; e toda coisa sobre que se assentar será impura, conforme a impureza da sua menstruação. Quem tocar estas será impuro; portanto, lavará as suas vestes, banhar-se-á em água e será impuro até à tarde.” (Lv 15:26,27)
Hoje a Halachah determina basicamente que além do contato direto estar proibido, o contato com os lugares onde a mulher nidah se assenta, por exemplo, deve ser evitado por cerca de dez minutos, baseado no tempo em que o calor do corpo da mulher estiver sobre o local.
Segundo vários livros, dentre eles o Kitsur Dinei Tahará, que é um resumo das leis de Pureza Familiar, nossos sábios determinam que durante os dias em que a mulher estiver tamêh (impura):
• o homem não deve tocar nem nas roupas que a mulher estiver usando.
• Não é permitido sentir o cheiro do perfume da mulher.
• Marido e mulher só podem comer na mesma mesa caso haja algum “lembrete”, como por exemplo, colocar alguma coisa entre eles para os recordar da separação.
• Recomenda-se também, dentre outras coisas, que o marido não ouça sua esposa cantar nestes dias, nem que ela se enfeite a ponto de atraí-lo, etc.
Tudo isso com o intuito de “criar cercas em torno da mitsvah”, evitando que o homem se achegue à mulher durante a menstruação. O período mínimo de afastamento é de quatro ou cinco dias, de acordo com os dias do sangramento feminino.

2. Após o período de Nidah, como proceder a contagem do tempo de purificação da mulher?
Depois fazer um exame para ter a confirmação do fim do sangramento (hefsêc taharah), começa-se a contagem dos sete dias de purificação, quando é recomendado que a mulher utilize de roupas íntimas brancas, para facilitar a visualização de qualquer novo sinal de sangramento. Em caso de sangramento, a contagem dos dias de purificação é cancelada e inicia-se nova contagem.

Até aqui isso deve ter servido como incentivo para todos,. na intenção de ajudar a compreendermos melhor o mikvê. Daqui pra frente, cabe a cada um se aprofundar. Saber diferenciar o que é mitsvah com relaçao ao Mikve, e o que é costume, tradição. Mas a verdade é que sim, é importante.

Como não mais teremos o caderno de lições, cabe a cada um buscar nos livros, sobre os muitos assuntos dentro da fé judaica, explicações que poderão ajudar a aprimorar seu conhecimento, aperfeiçoar e firmar sua fé no D-us de Israel.

Espero ter sido util até aqui.


quarta-feira, julho 10, 2013

O MIKVÊ E O CASAMENTO



Não se esqueça de ler os artigos anteriores a respeito do assunto. 


LIÇÃO 4 - MIKVE E O CASAMENTO

VERSO TEMATICO  “Digno de honra entre todos seja o matrimônio, bem como o leito sem mácula; porque Deus julgará os impuros e adúlteros.”       (Hebreus 13:4)

INTRODUÇÃO

Aprendemos na primeira lição deste trimestre que ao pecar, o homem perdeu toda a sua condição de senhor da criação, de quem dominava sobre toda a criação e seu nível de santidade e pureza ao longo dos séculos só fez decair. Basta um olhar superficial sobre a humanidade hoje e percebe-se claramente o quanto, com o passar dos anos, o homem vai se degenerando moralmente e de forma cada vez mais rápida.
Como bem disse Jeremias: Assim diz o Senhor: Ponde-vos à margem no caminho e vede, perguntai pelas veredas antigas, qual é o bom caminho; andai por ele e achareis descanso para a vossa alma; mas eles dizem: Não andaremos. Também pus atalaias sobre vós, dizendo: Estai atentos ao som da trombeta; mas eles dizem: Não escutaremos. Portanto, ouvi, ó nações, e informa-te, ó congregação, do que se fará entre eles! Ouve tu, ó terra! Eis que eu trarei mal sobre este povo, o próprio fruto dos seus pensamentos; porque não estão atentos às minhas palavras e rejeitam a minha lei. (Jr 6:16-19) Cada um responderá por suas escolhas e verá as consequências delas. É preciso uma mudança de direção rumo a um caminho de mais santidade.

QUESTIONÁRIO

1. Que tem a ver a santidade com o casamento?
Desde a criação o homem era para ser a imagem e semelhança do Eterno. Isso representa que o homem deveria refletir toda a santidade, mas infelizmente não foi assim. A perversão sexual de hoje tem se tornado pior do que os habitantes de Sodoma e Gomorra, cidades destruídas por seu alto nível de pervertimento.
O profeta Ezequiel disse: Sendo, pois, o homem justo e fazendo juízo e justiça, não comendo carne sacrificada nos altos, nem levantando os olhos para os ídolos da casa de Israel, nem contaminando a mulher do seu próximo, nem se chegando à mulher na sua menstruação;...andando nos meus estatutos, guardando os meus juízos e procedendo retamente, o tal justo, certamente, viverá, diz o SENHOR Deus.” (Ez 18:5,6,9)
Para que o homem seja considerado justo, é parte de suas atribuições não se contaminar com mulheres e nem se achegar à sua própria esposa nos dias de sua indisposição.
Além disso, na Brit Chadashah temos: “Igualmente vós, maridos, coabitai com ela com entendimento, dando honra à mulher, como vaso mais fraco; como sendo vós os seus co-herdeiros da graça da vida; para que não sejam impedidas as vossas orações. (1 Pe 3:7) Dar honra à mulher, dentre outras coisas, é permitir que ela tenha prazer na relação de intimidade com seu esposo e não apenas o homem se sinta saciado de suas necessidades físicas.
Como diz no texto temático, “Digno de honra entre todos seja o matrimônio, bem como o leito sem mácula...” Ao desrespeitar os direitos da esposa, o homem a desonra e está maculando seu leito. Agindo assim, por mais tsadik que possa parecer diante da Kehilah, suas orações são interrompidas diante do Eterno.

2. Que parelelo há entre a criação do Eterno e o matrimônio?
O principio da criação representa o momento da união entre o material e o espiritual. O céu representando o espiritual, e a terra o material. Eles se desconectaram ao se separar, mas havia um elemento de união entre eles: as águas.  “E a terra era sem forma e vazia; e havia trevas sobre a face do abismo; e o Espírito de Deus se movia sobre a face das águas.” (Gn 1:2) Assim é o casamento perfeito, com o homem representando o material e a mulher o lado espiritual, e quando ela toca as águas do mikvê, esse é o momento em que a união se aperfeiçoa.

3. Qual o valor do mikvê na santidade do casamento?
Não apenas a imersão num mikvê, mas tudo o que se relaciona com as mitsvot do Eterno, ainda mais aquilo que chamamos de chukim (mitsvot para as quais não é encontrada uma razão aparente)revelam nossa preocupação em fazer o que é certo. Pensando nisso, o zohar, tomando por base o verso que diz que “O espírito do homem é a lâmpada do SENHOR, a qual esquadrinha todo o mais íntimo do corpo.” (Pv 20:27) explica que o pavio corresponde ao corpo, a chama é o espírito, e o óleo são as mitsvot ou os atos do ser humano.
Se nossos atos não correspondem ao cumprimento das mitsvot, não teremos óleo nas nossas lâmpadas, e a chama se apaga, restando apenas o pavio. A qualidade da chama corresponde primordialmente à pureza do óleo, do azeite que a alimenta. Quanto maior zelo no cumprimento das mitsvot, maior e mais bela será a chama.
As leis de Taharat HaMishpachah (com a imersão ritual no mikvê) representam a busca pela santidade dentro do casamento e o reconheci–mento de que o Eterno sabe aquilo que é melhor para nós, pois Ele esquadrinha o mais íntimo de cada um de nós: “Tu, meu filho Salomão, conhece o Deus de teu pai e serve-o de coração íntegro e alma voluntária; porque o SENHOR esquadrinha todos os corações e penetra todos os desígnios do pensamento. Se o buscares, ele deixará achar-se por ti; se o deixares, ele te rejeitará para sempre.” (1 Cr 28:9) Nosso zelo com cada detalhe das mitsvot, nesse caso, a Pureza Familiar preserva nossa alma, nos santifica e nos aproximam de Deus. Medite: “Ser-vos-ia bom, se ele vos esquadrinhasse? Ou zombareis dele, como se zomba de um homem qualquer?” (Jó 13:9)

em breve postarei a parte 5... na intenção de ajudar a compreendermos melhor o mikvê.


LIÇAO 5 - O PERIODO DE AFASTAMENTO

quinta-feira, julho 04, 2013

MIKVE NA CONVERSAO







As fotos acima são de Qumran, em Israel, onde viveram em comunidade os essênios e provavelmente Yohanan HaMatvil, nada melhor do que esse lugar para ilustrar uma lição sobre o Mikvê na conversão. 

 Não se esqueça de ler os artigos anteriores a respeito do assunto. 


LIÇÃO 3 - MIKVE NA CONVERSAO

VERSO TEMATICO “apareceu João Batista no deserto, pregando o batismo de arrependimento para remissão de pecados. Saíam a ter com ele toda a província da Judéia e todos os habitantes de Jerusalém; e, confessando os seus pecados, eram batizados por ele no rio Jordão.”                                     (Marcos 1:4,5)

INTRODUÇÃO

Conforme já previamente citado no estudo anterior, a imersão no mikvê é parte fundamental no processo de conversão à fé judaica.
Para nós, que cremos na Nova Aliança, profetizada por Jeremias, a imersão se manteve preservada, apenas que, assim como na nova aliança, a Lei seriam implantada nos corações, no caso da imersão em rio (ou mikvê) adquirira também um sentido mais abrangente.
O mesmo verso temático, na versão do Novo Testamento Judaico é escrito da seguinte forma: “A voz de alguém que grita: 'preparem no deserto o caminho para Adonai! Façam caminhos retos para ele'. Foi por isso que Yochanan, o Imersor, apareceu no deserto, proclamando a imersão que envolvia o retorno para Deus e o abandono do pecado para que fossem perdoados. Pessoas iam ao encontro dele de toda a região de Y'huda bem como os habitantes de Yerushalayim. Confessando os seus pecados, eram imersos por ele no rio Yarden.” (Mc 1:3-5)
Em ambos os casos, tanto no judaísmo tradicional quanto na Nova Aliança, a imersão no mikvê traz aquela mudança de status já citada, e “somos novas criaturas, eis que tudo se fez novo”. (2 Co 5:17)

QUESTIONÁRIO

1. Como surgiu o batismo? que relação ele tem com o mikvê?
Primeiramente cabe dizer que a palavra batismo  em seu original significa imersão. Isso quer dizer que o rito praticado por algumas religiões, que erroneamente utilizam-se da mesma palavra, aspergindo água sobre a cabeça da pessoa, adulta ou criança, NÃO é batismo.
Na Brit Chadashah, o batismo é mencionado pela primeira vez com Yohanan, quando é dito: “Então, saíam a ter com ele Jerusalém, toda a Judéia e toda a circunvizinhança do Jordão; e eram por ele batizados no rio Jordão, confessando os seus pecados...Produzi, pois, frutos dignos de arrependimento;” (Mt 3: 5,6,8)
Isso significa que originalmente o batismo pressupunha duas coisas: imersão e arrependimento de pecados.  Como nos dias do surgimento da Brit Chadashah os israelitas já praticavam a imersão como parte do processo de purificação, o que Yohanan fez foi agregar ao ato a profundidade do arrependimento de pecados. Pode-se dizer que o Jordão foi o primeiro mikvê da Nova Aliança.

2. É preciso uma conversão para se achegar ao judaísmo da Nova Aliança?
Em primeiro lugar, reconheçamos que o Eterno não deseja a perdição do pecador: Desejaria eu, de qualquer maneira, a morte do ímpio? Diz o Senhor; não desejo, antes, que se converta dos seus caminhos e viva? Mas, convertendo-se o ímpio da sua impiedade que cometeu e praticando o juízo e a justiça, conservará este a sua alma em vida. Pois quem reconsidera e se converte de todas as suas transgressões que cometeu, certamente viverá, não morrerá. (Ez 18:23,27,28)
Conversão é mudar de direção, mudar o rumo, seja na estrada, seja na vida e basicamente o processo é o mesmo para o judaísmo de uma forma geral. Para que a conversão ocorra é fundamental que a pessoa abrace a aliança do Eterno, para que seja unido a Israel, como profetizado: Aos estrangeiros que se chegam ao SENHOR, para o servirem e para amarem o nome do SENHOR, sendo deste modo servos seus, sim, todos os que guardam o sábado, não o profanando, e abraçam a minha aliança, também os levarei ao meu santo monte e os alegrarei na minha Casa de Oração; os seus holocaustos e os seus sacrifícios serão aceitos no meu altar, porque a minha casa será chamada Casa de Oração para todos os povos. Assim diz o SENHOR Deus, que congrega os dispersos de Israel: Ainda congregarei outros aos que já se acham reunidos.” (Is 56:6-8)
Não há conversão sem que se aceite o pacto abraâmico da circuncisão, que marca no prepúcio do homem sua aceitação às leis do Eterno. Depois da Brit Milah, é a vez da imersão no mikvê para conclusão do processo. Por razões óbvias, a conversão de uma mulher é feita apenas através do mikvê.

3. Como deve ser o procedimento para a imersão no mikvê na conversão?
Como já dito, a tevilah é o que conclui o processo de conversão, portanto, antes a pessoa será instruída por algum líder competente, seja pessoalmente o acompanhando os estudos transmitidos via tv, internet, etc... e uma vez que já não haja mais nenhum impedimento, a cerimônia de tevilah é conduzida por um zaken da Kehilah. Como nos dias de Yohanan HaMatvil, a tevilah segue sendo feita em “fontes de águas vivas”, ou seja, normalmente num rio.
Antes da imersão, o convertido recita o Tahanun, num reconhecimento de sua condição de pecador, e pronuncia a bênção da imersão:Baruch ata Adonai, Elohênu mélech haolam, ahser kideshanu bemitsvotav, vetsivanu al hatevilah.” que traduzido: “Bendito sejas Tu, Eterno, nosso Deus, Rei do universo, que nos santificaste com Teus mandamentos e nos ordenaste fazer a imersão na água.” (Sidur, página 141)
O corpo todo deve ser submerso, e para que nada dificulte o contato do corpo com a água, recomenda-se retirar tudo que possa dificultar, como brincos, anéis, correntinhas, etc...
Ao sair da água, convencionou-se que o recém-convertido pronuncie pela primeira vez como israelita nossa declaração de fé num só D-us: “Shemah Yisrael, Adonai Elohenu, Adonai Echad.”


em breve postarei a parte 4... na intenção de ajudar a compreendermos melhor o mikvê.

LIÇAO 4 - O MIKVÊ E O CASAMENTO