quarta-feira, maio 16, 2012

De novo, gratidão.


Já faz um tempo que não posto nada aqui, mas em minha viagem a Israel tudo correu bem, e tenho que demonstrar gratidão ao Eterno e aos companheiros de viagem, pelo fato de tudo ter corrido de maneira especialmente perfeita.

Ao retornar, no último shabat, em nossa kehilah de Ponta Grossa, fui realmente surpreendido, pois quando fui fazer a bênção dos aniversariantes da semana, tudo estava correndo bem, até que o zaken Avinadav pegou o microfone e começou a falar que também era meu aniversário, e que queriam fazer a bênção do aniversariante sobre mim. Quando terminou, veio um bolo enorme, depois outro (nem vi direito, só sei que o povo comeu tudo) e uma mesa com uma duzia de pudins de leite só pra mim (caraca, eles sabem meus gostos) e além disso ganhei presentes, bíblia em inglês, linda, camisas e até uma lata de leite condensado. Isso sem contar um video de 37 minutos de agradecimentos dos membros. Fique até desidratado de tanto chorar. Foi ótimo!

Tem uma coisa que sempre falo: temos que demonstrar gratidão e fiquei muito feliz em perceber esse reconhecimento de minha congregação pelo meu trabalho em prol deles.

De volta ao trabalho, tenho passado parte do tempo traduzindo um livro chamado "Pirkei Chinuch, A guide for parents and teachers" e bem nessa semana, adivinha? Cheguei a uma parte que fala do reconhecimento. Então, quero só colocar aqui, uma pequena parte da tradução, nas páginas 65 a 68, que diz: “"Se alguém paga o bem com o mal, o mal nunca se apartará de sua casa" (Mishlei 17:13)
A ingratidão está ladeada com a degeneração. A Torah refere-se à esse tipo de pessoa como "grosseira" (nabal). Nabal, devemos nos lembrar, era o nome do homem cuja propriedade Davi e seus soldados protegeram, sem pagamento algum. Quando Davi solicitou de Nabal uma ajuda para suprir as necessidades de alguns de seus soldados, Nabal não tomou conhecimento de sua dívida com ele. Pelo contrário, ele respondeu a seu pedido com insultos. Então, o profeta nos diz: "Davi dissera: Com efeito, de nada me serviu ter guardado tudo quanto este possui no deserto, e de nada sentiu falta de tudo quanto lhe pertence; ele me pagou mal por bem." (1 Sm 25:21)...

A esposa de Nabal, Abigail percebeu o perigo em que seu marido se colocou. Ela correu a Davi e disse: "Não se importe o meu senhor com este homem bruto, a saber, com Ele é um grosso, porque o que significa o seu nome ele é. Nabal é o seu nome, e a loucura está com ele; (1 Sm 25:25) Sobre esse homem, nossos Rabbis disseram: "Aquele que não reconhece o bem que o outro lhe fez, no fim não reconhecerá o bem que recebeu de D-us." Neste sentido, o Sefer HaChinuch escreve sobre o mandamento de honrar aos pais: "Na base desse mandamento está o fato de que é apropriado a uma pessoa reconhecer a alguém que lhe faz o bem e retribuir sua bondade. Ele não deve ser um "grosso" que age com ingratidão, como se nada tivesse acontecido. Essa é uma característica ofensiva e nojenta aos olhos de D-us e aos olhos de seu companheiro.
Analisando, compreendemos que o egocentrismo é a raiz da ingratidão. O ingrato deseja tomar tudo que for possível para si próprio, seja da maneira que for, pois ele erradamente pensa que merece tudo. De fato, tudo foi criado exclusivamente para ele. Quando seu amigo ou cônjuge lhe dá algo, ele não sente necessidade de responder reciprocamente. Ele nem mesmo entende que tem a obrigação de dizer: "obrigado".

Não dá pra colocar toda a tradução aqui, mas se pegarmos o contexto, demonstrar gratidão pela bondade a nós demonstrada é sempre algo bom. E como diz no livro: "A ingratidão é uma característica ofensiva aos olhos do Eterno."

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