quarta-feira, maio 30, 2012

Jovens que querem ser alguém - Formatura do Paulo

Ontem estivemos na formatura do Paulo, agora Bacharel com licenciatura em Geografia pela UFPR. (O curso de Geografia da UFPR é reconhecido como o melhor do Brasil). Senti-me honrado como amigo por estar presente e foi bom. Há bem uns oito anos tenho acompanhado o Paulo, e, a despeito de erros, que todos os seres humanos estão sujeitos, sempre o admirei por algumas coisas. Não estou aqui para elogiá-lo, mas para falar sobre uma coisa que julgo importante: pessoas da Congregação terem seu valor reconhecido.
Há vários anos atrás, ouvi de um advogado, membro da kehilah, que ele era o "único" com diploma universitário em nosso meio. Não demorou muito, saiu (talvez o Eterno o tenha tirado justamente por sua arrogância) mas ainda vejo pessoas dizendo que precisamos ganhar gente de nível superior, e não nos damos conta de quanta gente já temos com o tal nivel superior (nesse caso, talvez vale aquele ditado de "santo de casa nao faz milagre", como membro formado já estando na kehilah nao vale)
Hoje, tenho o prazer de ver muitos jovens em nosso meio, formados como Bacharel em Geografia (Paulo) outros são formados em diversas áreas, como Odontologia, Matematica, Administração, Engenharia, Tecnologia da Informação, Letras, Historia, Nutrição, Direito, minha sobrinha Nathalia que está concluindo a faculdade de enfermagem...
É importante quando pessoas formadas se convertem, mas também é importante reconhecer as pessoas que estando na CINA vão se formando. São pessoas inteligentes, cheias de vigor e que podem colocar um pouco do seu talento à serviço da Kehilah.
Então, ficam aqui duas humildes dicas:
- Reconheçamos as pessoas que já estão na CINA, com seus níveis de estudo.
- Jovens, ofereçam-se para voluntariamente usarem seus talentos, dando aulas de geografia (geografia de Israel e bíblica pode ser um bom tema) matemática (para reforço aos nossos filhos que precisarem, ao invés de eles terem aulas particulares pagas a terceiros), pequenos tratamentos anti-caries, ensinar crianças a cuidar da saúde, aulas de inglês, dicas de primeiros socorros, etc...
Pensemos nisso!
** Ah! Parabéns Paulo Cesar Ferreira, geógrafo.

segunda-feira, maio 28, 2012

Shavuot: O que você vê?

Quando celebramos a festa de Shavuot, celebramos a outorga da Torah ao povo de Israel, isso é óbvio, mas quando celebramos nossas festas, elas têm que ir além do mero simbolismo. Tem que se tornar real.
Coloquei as fotos de nossa kehilah de Ponta Grossa no facebook e uma coisa é evidente, parece que estamos em outro lugar. Quase todo mundo elogia, alguns criticam (acho que é inveja) mas tem coisas nessa última festa que vão além, então eu quero colocá-las aqui.
De Pessach a Shavuot são 50 dias, e esses foram os 50 dias mais corridos para nossa congregação. Você vê a foto e acha bonito... eu vejo a foto e recordo o esforço de membros dedicados trabalhando até meia-noite, uma da madrugada pra terminar o revestimento a tempo.
Você vê o nosso vitral e acha bonito, eu vejo o sonho de um membro que esteve em Israel e voltou com a imagem imaginando como ficaria linda nossa kehilah com o vitral, onde Mosheh segura as tábuas da lei. É o sonho se tornando realidade. Porque os sonhos não podem ser somente os meus, do rosh, mas tem espaço para que todos sonhemos com a casa do Eterno.
Você olha o nosso Aron e diz: lindo! Eu vejo um trabalho de várias mãos, de vários meses, de onde não saiu sequer um centavo da Congregação. Vejo várias pessoas querendo colaborar, não apenas com dinheiro, mas FAZENDO o sonho virar realidade. E confesso, nunca imaginei que ficaria tão lindo.
Você olha e vê um menino segurando alegremente o sefer torah. Eu, eu vejo o Derik, uma de nossas crianças, que tem na congregação um parquinho pra se alegrarem, mas que demonstram seu melhor sorriso ao segurar o sefer torah.
Você vê o menino com um sefer torah e acha lindo, eu vejo a capa especial. Em minha ultima viagem a Israel trouxe a capa de lá, mas era usada, não muito bonita e então disse à minha esposa, não, pra D-us precisamos de algo mais bonito, melhor. Então fizemos, eu fiz o desenho (essa menorah tem o salmo 23 escrito nela), mandamos bordar e a Eliana costurou, e o resultado teve muito mais do que beleza, teve a dedicação em nossa casa.
Aí você olha a foto e vê o Athos, um jovem de Curitiba, que nem é membro em Ponta Grossa e se pergunta: porque ele está na foto e não alguém de PG? E eu vejo que o Athos representa todos os membros da CINA. A Beit PG é de todos nós, um sonho nosso, compartilhado com todos os nossos irmãos. Foi assim na festa, será assim sempre. O trabalho e a dedicação de alguns pode resultar em grande beleza, mas o resultado final é que todos podem desfrutar disso, pois todos serão bem-vindos e todos terão a oportunidade de celebrar o shavuot conosco, dançando com a Torah, pois Ela é de todos nós. 
Obrigado HaShem por termos chegado a esta época festiva, mas obrigado por podermos compartilhar o nosso sonho com tantas pessoas, porque sonhar é bom, mas sonharmos todos juntos foi e é muito melhor.

terça-feira, maio 22, 2012

Ela chegou... Alegria pra todos nós!

Parece que foi dia desses que conheci o Cleverson e a Maderli, mas lembro como se fosse hoje o dia. Eu tinha acabado de pregar num congresso lá no Colegio Militar ainda, e de repente, vem um rapaz que eu nunca vi e me pergunta de onde eu tirei um versículo que usei na prédica. Expliquei a eles e pronto... tempos depois, eis que HaShem me coloca pra ser o rosh desse casal. De lá pra cá, amizade, admiração e respeito. Carinho pelo Gabriel, que se tornou grande amigo do Abel, meu filho.
Novamente, passa o tempo e a Maderli fica grávida e é uma menininha. E novamente, parece que foi ontem, que estávamos lá na Beit PG, numa noite alegre fazendo o chá de fralda pra alegria dos pais.
Quinta-feira passada, eu bem sossegado fazendo compras no Walmart, toca meu celular... alô... oi é o Cleverson, to ligando pra avisar que nasceu a Aninha, faz 42 minutos.
Nessa hora, eu quis largar tudo no mercado e correr pra casa avisar a Eliana, mas não dava. Amigos são assim, a alegria de um, enche o outro de alegria. E fui feliz da vida pra casa. No dia seguinte, eu viajava de novo, só que pra Campinas, pois seria o casamento do Shimon e da Dara, outra coisa que eu não poderia faltar.
Estava lá, bem alegrão, quando toca meu celular dizendo que a Mader estava com problemas, e iria talvez passar por nova cirurgia... fiquei preocupado, orei, e como tem sido constante, confiei em Deus, e fiquei tranquilo.
Depois do casamento, chegamos em casa na madrugada da segunda. Acordei e falei com a esposa: Vamos para Ponta Grossa hoje. Eu detesto ir a hospitais, sempre passo mal, acabo ficando internado junto com o doente algumas vezes. Mas eu tinha que ir.
E quando estamos chegando em Ponta Grossa, telefonamos, e pronto, veio a notícia. A Maderli ja estava de alta, em casa com a filha. Aí foi beleza, visitinha sossegada, light.
Só que eu ja tive experiencia antes duas vezes. A Eliana me recomendando: não vai fazer a Maderli dar risada, ela fez cesariana, e quando ri, doem os pontos... Achei que a mamãe estaria toda mal, mas eis que a Maderli nos recebe e dá boas risadas... Enfim, amei a visita de segunda-feira.
Conhecer a Aninha é tudo de bom. Como diz o Gabriel, irmão dela: Ela é bonita igual o irmão! Então tá, seja bem-vinda Ana Helena, a mais nova pessoinha da Beit Ponta Grossa.
Com a mesma alegria que receberemos a Torah no próximo shabat, recebemos a você, como parte de nossa família, a familia da Beit Ponta Grossa.
Obrigado HaShem por ouvir nossas preces. Obrigado a todos que oraram por ela e pela Maderli.

quarta-feira, maio 16, 2012

De novo, gratidão.


Já faz um tempo que não posto nada aqui, mas em minha viagem a Israel tudo correu bem, e tenho que demonstrar gratidão ao Eterno e aos companheiros de viagem, pelo fato de tudo ter corrido de maneira especialmente perfeita.

Ao retornar, no último shabat, em nossa kehilah de Ponta Grossa, fui realmente surpreendido, pois quando fui fazer a bênção dos aniversariantes da semana, tudo estava correndo bem, até que o zaken Avinadav pegou o microfone e começou a falar que também era meu aniversário, e que queriam fazer a bênção do aniversariante sobre mim. Quando terminou, veio um bolo enorme, depois outro (nem vi direito, só sei que o povo comeu tudo) e uma mesa com uma duzia de pudins de leite só pra mim (caraca, eles sabem meus gostos) e além disso ganhei presentes, bíblia em inglês, linda, camisas e até uma lata de leite condensado. Isso sem contar um video de 37 minutos de agradecimentos dos membros. Fique até desidratado de tanto chorar. Foi ótimo!

Tem uma coisa que sempre falo: temos que demonstrar gratidão e fiquei muito feliz em perceber esse reconhecimento de minha congregação pelo meu trabalho em prol deles.

De volta ao trabalho, tenho passado parte do tempo traduzindo um livro chamado "Pirkei Chinuch, A guide for parents and teachers" e bem nessa semana, adivinha? Cheguei a uma parte que fala do reconhecimento. Então, quero só colocar aqui, uma pequena parte da tradução, nas páginas 65 a 68, que diz: “"Se alguém paga o bem com o mal, o mal nunca se apartará de sua casa" (Mishlei 17:13)
A ingratidão está ladeada com a degeneração. A Torah refere-se à esse tipo de pessoa como "grosseira" (nabal). Nabal, devemos nos lembrar, era o nome do homem cuja propriedade Davi e seus soldados protegeram, sem pagamento algum. Quando Davi solicitou de Nabal uma ajuda para suprir as necessidades de alguns de seus soldados, Nabal não tomou conhecimento de sua dívida com ele. Pelo contrário, ele respondeu a seu pedido com insultos. Então, o profeta nos diz: "Davi dissera: Com efeito, de nada me serviu ter guardado tudo quanto este possui no deserto, e de nada sentiu falta de tudo quanto lhe pertence; ele me pagou mal por bem." (1 Sm 25:21)...

A esposa de Nabal, Abigail percebeu o perigo em que seu marido se colocou. Ela correu a Davi e disse: "Não se importe o meu senhor com este homem bruto, a saber, com Ele é um grosso, porque o que significa o seu nome ele é. Nabal é o seu nome, e a loucura está com ele; (1 Sm 25:25) Sobre esse homem, nossos Rabbis disseram: "Aquele que não reconhece o bem que o outro lhe fez, no fim não reconhecerá o bem que recebeu de D-us." Neste sentido, o Sefer HaChinuch escreve sobre o mandamento de honrar aos pais: "Na base desse mandamento está o fato de que é apropriado a uma pessoa reconhecer a alguém que lhe faz o bem e retribuir sua bondade. Ele não deve ser um "grosso" que age com ingratidão, como se nada tivesse acontecido. Essa é uma característica ofensiva e nojenta aos olhos de D-us e aos olhos de seu companheiro.
Analisando, compreendemos que o egocentrismo é a raiz da ingratidão. O ingrato deseja tomar tudo que for possível para si próprio, seja da maneira que for, pois ele erradamente pensa que merece tudo. De fato, tudo foi criado exclusivamente para ele. Quando seu amigo ou cônjuge lhe dá algo, ele não sente necessidade de responder reciprocamente. Ele nem mesmo entende que tem a obrigação de dizer: "obrigado".

Não dá pra colocar toda a tradução aqui, mas se pegarmos o contexto, demonstrar gratidão pela bondade a nós demonstrada é sempre algo bom. E como diz no livro: "A ingratidão é uma característica ofensiva aos olhos do Eterno."

terça-feira, maio 01, 2012

A Yeshiva Breslav de Jerusalém



Nessa viagem temos experimentado deixar que o Eterno nos guie, pois não decidimos um roteiro fixo. Saímos, e que HaShem seja nosso guia. Hoje de manhã não foi diferente...

Eu, acompanhado do Maxwell e do Mordechai, saí para rezar no Kotel pela manhã e levar as preces de nossos chaverim do Brasil. Lá, a cada papelzinho entregue, eu procurava colocar a pessoa que o escreveu diante do Eterno, pedindo a HaShem que ouvisse a prece, e que atendesse, conforme diz a palavra na oração de Shlomo... que HaShem ouça a oração feita por aquele que viesse de terras distantes e orasse neste lugar.

Ao terminar minha prece, um senhor veio falar comigo, e me convidou a conhecer a Yeshiva de Breslav, que era ali pertinho do Kotel. Depois de relutar um pouco, ele insistiu dizendo que lá era um bom lugar para rezar, e que teria uma vista maravilhosa do Kotel, e do Beit HaMikdash. Aí fiquei curioso, porque todo mundo sabe que o Templo já não existe mais.

Resolvemos o seguir, e ele foi me explicando algumas coisas, falando que eu precisava conhecer e frequentar a Yeshiva, e que juntos poderiamos rezar pela vinda de Mashiach.

Ao chegarmos na Yeshiva, fui conversando com ele, enquanto atrás, o Maxwell fotografava e o Mordechai filmava quase tudo. Lá dentro, um outro aluno da Yeshiva veio e nos ofereceu água, café, e disse: pode beber, é free... dei risada.

O homem me mostrou todos os lugares, o lugar onde faziam as refeições (e disse: se tiver fome, pode vir comer aqui, é de graça) depois fomos à sala onde estudavam e lá tinha vários homens rezando e estudando. Subimos mais ainda até à vista superior, no mirante, onde ele me mostraria o Beit HaMikdash.

A vista era linda, dava pra ver o Kotel, o Domo da Rocha, parecia tudo muito perto, e ele me disse: "Ali é o Beit HaMikdash, não conseguimos ver agora, mas em breve ele estará visivel." Aí ele apontou para toda a área do pátio, e disse: A área toda do Beit HaMikdash vai dali (esquerda) até lá (direita) e tudo isso vai ser transformado. Vê alí, o Monte das Oliveiras? Sim, vejo! E ele segue: Mashiach descerá e entrará por ali, e aqui será de novo o Beit HaMikdash. Não precisamos lutar contra os muçulmanos que aqui vivem, nosso rabino de Breslav disse que não convém lutar, precisamos é ter muita fé e rezar pra que Mashiach venha logo, e então, num clique, tudo se transformará...

De novo digo, a vista era linda, o papo estava ótimo, mas precisávamos voltar para o hotel. Essa visita, em mais um lugar que nunca havia estado, valeu a pena.


Em dado momento da conversa, ele disse algo assim: "Isso que usamos, os trajes, a barba, isso não representa nada. Quando você coloca seu talit, seu tefilin, e faz sua oração e se sente feliz por isso, feliz pelas mtisvot, pelo shabat, isso é o que vale. Você pode ter qualquer coisa, se você não sente a Deus, você não tem nada.Se você sente Deus, você tem tudo!"
É isso amigo, cada passo uma lição aqui em Jerusalém!