segunda-feira, setembro 09, 2013

Yachne, nosso chazan, motivo de boas lágrimas!

 
“Ainda que o homem viva muitos anos, regozije-se em todos eles; contudo, deve lembrar-se de que há dias de trevas, porque serão muitos. Tudo quanto sucede é vaidade. Alegra-te, jovem, na tua juventude, e recreie-se o teu coração nos dias da tua mocidade; anda pelos caminhos que satisfazem ao teu coração e agradam aos teus olhos; sabe, porém, que de todas estas coisas Deus te pedirá contas.  Afasta, pois, do teu coração o desgosto e remove da tua carne a dor, porque a juventude e a primavera da vida são vaidade. Lembra-te do teu Criador nos dias da tua mocidade, antes que venham os maus dias, e cheguem os anos dos quais dirás: Não tenho neles prazer;” (Ec 8:8 a 9:1)
 
Dias atrás estávamos no shacharit em nossa congregação e minha esposa olhou em minha direção e meus olhos lacrimejavam, e então ela disse: NÃO VAI CHORAR! Eu sorri e respondi: É DE ALEGRIA. Na maioria das vezes lágrimas são sinônimos de tristeza e dor, mas nesse caso era de alegria. E eu explico:
 
Sempre acreditei que devemos ser positivos, que devemos olhar para as coisas boas, e tentar deixar de lado as tristezas. A vida de um rosh é cheio desses momentos, tanto alegres quanto tristes; muitas pessoas nos causam decepção, nos fazem chorar, mas há aquelas que nos dão grandes alegrias. E prefiro ressaltar as qualidades das pessoas e há muitas boas pessoas em nosso meio, ao nosso redor. Dou graças a D-us por muitas delas.
Há más pessoas também, claro, mas essas é melhor não citar, para não causar mais mal.
 
Há cinco anos trabalho na Kehilah de Ponta Grossa, e sempre tivemos um revezamento de dirigentes de serviços religiosos. Cada dia um fazia o shacharit, outro o arvit, outro a havdalah, até que a oportunidade foi dada para um jovem, o Yachne (Danilo). Pronto! Era tudo que ele precisava... (as vezes, tudo que alguém precisa é de um incentivo!)
 
De tudo que nos tem acontecido, desde que iniciamos as reformas na Beit PG, a chegada da Torah, enfim, uma das melhores coisas foi ver a evolução desse jovem. Sinto-me gratificado por poder ter sido o líder que deu a oportunidade a ele. O resto, foi só incentivar o crescimento e ele fez sozinho.
 
Já li vários livros judaicos e em alguns deles é dito que o chazan (pessoa que conduz as preces) tem que inspirar pessoas a cantar e rezar ao Eterno. Ele é o responsável por trazê-las para um momento de comunhão com o Eterno. Para falar a verdade, viajo para muitos lugares, vejo muitos serviços religiosos, inclusive nas idas a Israel, Estados Unidos, etc...  e não existe um lugar onde eu me sinta tão inspirado pelo chazan quanto em nossa congregação.
 
Sinto-me um privilegiado a cada shabat. A Shechinah Divina paira sobre a nossa kehilah e sinto um prazer em cantar... Sento-me sempre na primeira fileira, não olho para trás, não vejo ninguém, é um momento intimo entre o Eterno e eu, em que sinto que minhas preces são levadas, minha adoração, meu melhor aparece diante do Eterno, e as vezes, lágrimas descem, mas não de tristeza, da mais completa alegria e satisfação no Eterno.
 
Quando iniciamos o Ma Tovu... e dizemos: "Seja, ó Eterno, esta hora de minha prece, hora favorável perante Ti; ó Deus, ouve-me com a multidão da Tua misericórdia e responde-me segundo a verdade da Tua salvação" sinto-me tomado, creio que Ele ouve minha prece, e responde-me, me dando uma porção do Seu Espírito. E sei que essa sensação boa veio graças ao trabalho excelente do meu chazan.
 
Se minha explanação da parashah é boa, se é excelente em algumas vezes, é porque me senti inspirado e a inspiração veio de D-us, mas não porque sou capaz, e sim porque Ele ouviu minha prece, que foi levada a Ele na voz inspiradora do chazan.
 
Quero publicamente, nesse início de 5774, expressar minha gratidão ao Eterno por ter me dado a oportunidade de trabalhar com esse menino, que me inspira a continuar trabalhando.
 
Há muita gente capaz em nosso meio, e espero que se espelhem em seu bom exemplo, de alguém que exteriormente só exibe a beleza de um interior dedicado a HaShem. Que eventualmente é mal visto na sociedade, que chama a atenção pela aparência, mas que não se importa se é motivo de zombaria diante dos demais jovens nas ruas.
 
Deixo aqui minhas palavras de admiração, porque que bom seria se tivéssemos mais Danilos (eu sei que temos outros jovens valorosos como ele). Jovens que se preocupam em fazer o correto, que carregam em seus celulares canções de louvor a HaShem, preces, e não apenas e tão somente cantores seculares. Jovens que se dedicam a estudar Torah, Talmude, Shulchan Aruch e não se preocupam em aprender a ultima musica da moda. Jovens que bebem do Espírito e não se embebedam com o vinho alvoroçador. Jovens que se sentam com seu rosh para aprender da Torah... e por muitas vezes, acabam ensinando. Jovens que ouvem conselho, e não se sentem superiores.
 
Longe, longe, muito longe de mim achar que sou bom, perfeito, mas sei que tenho o mérito de ter de alguma forma ajudado a fazer florescer este talento na CINA. Tenho o privilégio de ter ao meu lado outros jovens de tão grandes valores espirituais, como o David e o Maxwell (de Prudentopolis).
 
Agradeço a HaShem porque em meio a algumas lágrimas de tristeza e desapontamento, Ele me propicia derramar lágrimas de um Rosh orgulhoso por ter jovens tão valorosos florescendo dentro de minha Kehilah.
 
 

Um comentário:

Neidy Melo disse...

Parabens pelo seu lindo trabalho...Seu Blog é Show!!
!