domingo, abril 07, 2013

Orações em Jerusalem, orações que são ouvidas...




Hoje quero compartilhar com meus amigos algo que vai muito além de fotos. No final de semana passado estive na Argentina, no Encontro com muitos amigos do Brasil e os argentinos. Na ocasião, me deram a oportunidade de falar no fim do shabat, e falei do ódio gratuito e de como isso impede nossas orações de serem ouvidas. 
Por outro lado, como viria para Israel, lembrei das palavras do Eterno a Salomão, quando este acabara de erguer o Beit HaMikdash. D-us disse: “Estarão abertos os meus olhos e atentos os meus ouvidos à oração que se fizer neste lugar. Porque escolhi e santifiquei esta casa, para que nela esteja o meu nome perpetuamente; nela, estarão fixos os meus olhos e o meu coração todos os dias.” (2 Cr 7:15,16) Infelizmente, o ódio gratuito levou à destruição do Templo, mas o Eterno continua ouvindo as orações que são feitas lá. Existe até a tradição de se levar as orações escritas num papel e colocar no Kotel. 
Eu mesmo sinto-me a prova viva de que as orações são mesmo ouvidas. Na verdade hoje me lembrava do pequeno Isaac, do meu amigo Mordechai e de outros pedidos "impossíveis" que foram atendidos. Por fim, na Argentina vimos e celebramos o pequeno Yosef, filho de Yosef e Raquel. Uma história linda! Quem esteve lá sabe muito bem.

Pois bem, há um texto atribuido ao rabino Yeshua ben David, que dizia: "e tudo quanto pedirdes em oração, crendo, recebereis." (Mt 21:22) E hoje fui ao Kotel entregar as orações de muitos amigos. Cheguei ao Kotel e encontrei um espaço no muro e uma cadeira, sentei-me sozinho e comecei a rezar pelas pessoas... 
Comecei pela minha esposa que é uma verdadeira eshet chayil, que naquele momento estava sozinha em Ponta Grossa, fazendo uma reunião da Kol HaNashi. Um trabalho de dedicação e que em 90% dos casos não tem o menor reconhecimento, mas que ainda assim, ela não desiste e faz com muito amor.
Depois lembrei dos filhos, parentes e cheguei aos amigos. Nesse momento já havia chegado ao meu lado um senhor judeu, barba branca, longa, vestido de ortodoxo e que rezava em silêncio, para em seguida começar a prantear e balbuciar palavras em hebraico. Aquilo me emocionou, um senhor já, provavelmente habitante de Jerusalém, acostumado ao Kotel, chorar, beijar o muro muitas vezes, como alguém que estivesse se sentindo dentro do Beit HaMikdash.

Tomado por essa emoção, eu fui começando a colocar as orações junto ao muro, papelzinho por papelzinho num ritual demorado... abria um pouco, fotografava (para que a pessoa possa identificar que sua oração realmente chegou ao Kotel), fechava os olhos e pedia que HaShem atendesse àquela pessoa. Como digo, nunca leio, é algo pessoal entra a pessoa e D-us. Eu sou só o entregador, o carteiro.

Uma a uma seguia colocando as preces, no ritmo das lágrimas de meu vizinho ortodoxo. Até que eu cheguei a um papel, comecei a desdobrar, pra que o dono pudesse identificar sua prece, e vi um pedaço, que dava pra ler, e identificar o nome. Havia primeiro algo escrito por um homem, e abaixo sua esposa também pedia... aí acabei lendo de quem se tratava, amigos amigos amigos mesmo. Comecei a chorar muito, já não conseguia conter minhas lágrimas. Antes mesmo de eu chegar ao Kotel, eu já havia visto algo no facebook deles, dizendo que o Eterno já havia atendido a oração. Felizes da vida pela bênção recebida! Coloquei, e ao invés de pedir que D-us ouvisse, lembrei-me das palavras de Yeshua: "eu sei que Tu me ouves." 

A partir daí, a cada papelzinho, cada foto, tudo vinha regado por lágrimas e um sorriso em meus olhos, vez por outra interrompidos por alguém pedindo tsedakah. Ao fim, rezei pelo meu vizinho ortodoxo, nem conheço, mas espero que HaShem o ouça também.

Enfim, antes de sair de Jerusalém amanhã, rumo ao sul do país, eu voltei pro hotel feliz, aliviado, satisfeito. Já fazia certo tempo que eu não conseguia chorar. Hoje, foi uma oportunidade de me derramar, de pedir pelos amigos e de me emocionar ao saber que D-us ouviu as preces deles. Que ouça de todos eles!

Tenho passado por certa angústia, tristeza, mas ainda assim, prefiro pedir pelas pessoas que amo e a quem chamo de amigos. Saí, caminhava rumo ao hotel, como um bobo qualquer, rindo sozinho pelas ruas de Jerusalem. Lembrei-me de Jó, de quando no seu sofrimento, ele orava por seus amigos. A bíblia diz que foi nesse momento, quando ele orava por seus amigos, que D-us mudou a sorte de Jó, voltando a dar-lhe de suas ricas bênçãos. (Jó 42:10) Amén! que assim seja! e que o Eterno possa vir a mudar minha sorte. 

Agradeço aos amigos a quem amo de coração. Aqui agora, no quarto, escrevendo meus olhos se embaçam com novas lagrimas, ao lembrar de cada um. Não posso citar todos, mas lembro-me de alguns de PG, especialmente do Cleverson e familia, a quem amo por completo, e de quem minha esposa hoje me dizia que estava sofrendo, triste, sentindo minha falta. Sei que ele não é o único e isso me conforta. Saibam que são estas pessoas que fazem tudo valer a pena.

Concluo com as mesmas palavras que usei na Argentina há uma semana atrás... "o choro pode durar uma noite, mas a alegria, ah! a alegria, ela vem pela manhã."

Se você for um daqueles que me deu um papelzinho para ser levado ao Kotel, fotografei todos antes de colocar, então, de repente você pode querer ver no facebook meu as fotos, estão todas lá. Com mais absoluta devoção e sinceridade rogo que HaShem ouça suas preces....
BARUCH ATAH ADONAY, SHOMEAH TEFILAH... BENDITO ES TÚ, ETERNO, QUE OUVES AS ORAÇÕES!

*** Com orgulho cumpri a promessa de ir fazer as preces vestido com uma camisa da MetalFort, porque tenho orgulho de meus amigos, dos quais peço que HaShem continue ouvindo as orações.

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