“para que não mais sejamos como meninos, agitados de um lado para outro e levados ao redor por todo vento de doutrina, pela artimanha dos homens, pela astúcia com que induzem ao erro.” (Efésios 4:14)
Há um famoso filme chamado “E o vento levou”. Ele é um romance, meio antigo, de 1939, com Clark Gable, como ator principal... o filme não tem nada a ver com o que quero falar, mas o título é interessante.
Muito antes de 1939, Shaul HaShaliach já falava de outro tipo de vento, o vento de doutrina, famoso “papo furado” que, numa estorinha bem contada por homens cheios de astúcia, levam os “meninos” de um lado para o outro, com suas conversas, e os induzem a cometerem erros.
Mas porquê meninos? Porque meninos são mais propensos à imaturidade, não sabem bem o que querem, e não sabem exatamente em quem confiar. Confiam “no mais legal, simpático, gente boa” e por isso mesmo os jovens são os alvos mais fáceis de pessoas inescrupulosas. Meninos se deixam levar por conversas, propostas de “projetos tipo isso, tipo aquilo” ainda mais se vierem acompanhadas de um bom papo à roda de uma mesa de cerveja, vinho e carnes. Meninos podem até ler a Torah, mas só homens a compreendem.
Nem sempre o termo menino está relacionado à idade, mas o crescimento em número de dias deveria trazer consigo também o crescimento espiritual; foi isso o que o próprio Shaul HaShaliach disse: “Quando eu era menino, falava como menino, sentia como menino, discorria como menino, mas, logo que cheguei a ser homem, acabei com as coisas de menino.” (1 Co 13:11)
No meio esportivo, nos grandes jogos, há uma frase bem comum, que dizem: “é nessas horas que se separam os homens dos meninos.” E é bem assim, nos grandes momentos de conflitos, debates da sociedade, etc... são os homens que fazem a diferença. Os jovens são os que fazem os “protestos contra isso e aquilo, contra o governo, pintam o rosto, fazem grandes movimentos no facebook, etc...” mas no fim, a maioria das vezes são apenas ventos, e logo se distraem com outros brinquedinhos.
É preciso ser homem, o talmude diz: “onde não tiver homens, seja você o homem” e na verdade Yeshua disse: “Seja, porém, a tua palavra: Sim, sim; não, não. O que disto passar vem do maligno.” (Mt 5:37)
Ser homem é ser firme, é honrar o que se diz, é permanecer fiel às verdades, é julgar com equidade, é ser amigo do bem, é proceder com segurança, respeito e sabedoria.
Nem todos nesse mundo terão a capacidade de crescer em sabedoria, ainda que possam crescer em conhecimento. Sim, porque conhecimento e sabedoria são duas coisas bem diferentes.
Porque era disso que Shaul HaShaliach falava na sua carta aos irmãos de Éfeso. Que numa congregação, há uns que são apóstolos (shalichim) outros profetas, evangelistas, pastores, enfim, cada um tem sua função, mas todos visam o aperfeiçoamento da kehilah, seguindo a verdade em amor, crescendo em tudo, de acordo com o cabeça, o líder, Mashiach. A Kehilah é um corpo, e para o corpo funcionar bem, todos devem saber sua função; isso é evidente.
Homens devem saber reconhecer sua função e sua importância dentro de um corpo. Ambicionar cargos e funções que não lhe pertencem é o pé dizendo: “porque não sou mão, não sou do corpo...”
O mesmo Shaul disse:
“Mas vós não aprendestes assim a Cristo, se é que o tendes ouvido e nele fostes ensinados, como está a verdade em Jesus, que, quanto ao trato passado, vos despojeis do velho homem, que se corrompe pelas concupiscências do engano, e vos renoveis no espírito do vosso sentido, e vos revistais do novo homem, que, segundo Deus, é criado em verdadeira justiça e santidade. Pelo que deixai a mentira e falai a verdade cada um com o seu próximo; porque somos membros uns dos outros. Irai-vos e não pequeis; não se ponha o sol sobre a vossa ira. Não deis lugar ao diabo.” (Ef 4:20-27)
Dar lugar ao diabo, contando mentiras, se corrompendo e astutamente levando muitos com seus ventos, não foi assim que aprendemos.
O tempo de Clark Gable já passou,... e o vento levou... mas o vento continuará levando meninos ao erro. Sejamos homens, firmes, fiéis, maduros e verdadeiros, porque foi assim que aprendemos. Porque o resto, o resto é cinema, e cinema é mentirinha.
Bom feriado a todos!
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