quarta-feira, junho 24, 2015

Reflexões para o Dia - Olhos postos para cima




Sl 121:1,2 -  “Elevo os olhos para os montes: de onde me virá o socorro? O meu socorro vem do SENHOR, que fez o céu e a terra.”

Em minha recente viagem a Israel, onde estivemos com o grupo de mulheres, durante uma das visitas ao Kotel (Muro das Lamentações) depois de minhas preces, resolvi me assentar numa das cadeiras junto ao muro para observar o vai e vem de turistas e religiosos que buscam seu encontro com D-us naquele lugar especial. 
De repente ouvi uma voz de aflição, porém forte e confiante, cantando bem lentamente: “shir lamaalot... essa eynai...” e procurei ver quem era; bem próximo a mim estava um rapaz, sozinho com seu livro de salmos cantando, e a cada frase, entremeada com longas pausas em que ele tocava o muro e olhava... eu me sentia tocado pela voz e pelas palavras do salmo.

Quantas e quantas vezes cantamos as músicas em hebraico (ou mesmo em português) e nem sequer prestamos atenção à letra? Esse salmo mesmo, já vi ser cantado centenas de vezes, em diferentes versões, mas com as mesmas palavras e de repente, um completo estranho, cantando as mesmas palavras no Kotel, me fez ver toda a beleza e sentimento que podemos ter expressando nossa confiança no Eterno. 

Não são simples palavras bonitas que farão alguém confiar ou não em D-us, mas muitas vezes vemos as pessoas cabisbaixas, sem rumo e sem confiança, sendo tomadas pelos problemas (que todos temos, mas insistimos em acreditar que os nossos problemas são maiores do que os dos outros). 

O salmo 121 começo dizendo: “Elevo os olhos aos montes.” A primeira constatação óbvia é de que não se pode olhar para o alto de uma montanha estando com a cabeça baixa. É preciso olhar pra cima. 
Ainda que você tenha dúvidas na sua cabeça, porque na sequência, o salmo diz: “De onde me virá o socorro?” O primeiro passo é olhar pra cima, ainda que você não tenha plena certeza de que receberá alguma resposta às suas preces. 

Na vida, temos sempre duas opções, dois caminhos: o da luta, da vitória, da confiança, e o da entrega, da derrota, da fraqueza. Quem fica sempre com cabeça baixa, vai perdendo as forças dia-a-dia, e no fim, colocará a culpa em D-us (que vê o seu sofrimento e não faz nada) ou em outros, mas nunca em si mesmo. É sempre tempo de erguer os olhos aos montes...

Uma vez olhando pra cima, no topo das montanhas, encontraremos a confiança e encontraremos ao Eterno. Aí poderemos dizer: “O meu socorro vem do Senhor, que fez o céu e a terra.”
Não precisamos encontrar saídas mirabolantes para nossos dilemas da vida, precisamos de respostas simples e a mais simples tem apenas quatro letras: “iod, hey, vav, hey” pelo tetragrama, ou simplesmente DEUS, em português. Ele é nosso socorro bem presente nos momentos de angústia. (Sl 46:1)
Mas claro, o verso também ressalta que nosso socorro não vem de um deus qualquer, de ídolos de madeira, mas do único D-us criador do céu, da terra e de tudo que há neles. É esse D-us que não deixará vacilar o teu pé, pois Ele que nos guarda, não dormirá, nem pestanejará, ou seja, nem piscará com o menor sinal de sono, de relaxamento. Ele cuida de nós a cada instante. 

O salmo diz que o sol não te molestará de dia e nem a lua de noite, e por aí, o que mais se vê é pessoas reclamando do sol (do calor) e muitos dizem: “que lua hoje!” um sol para cada um, etc... incomodados com o calor do sol. 
Quem crê no Eterno, quem tem os olhos voltados para cima, não está preocupado com o calor ou o frio, com o sol ou a lua, não se incomoda com essas coisas, mas trabalha buscando seus objetivos. 

E o salmo conclui com: “O Senhor guardará a tua entrada e a tua saída, desde agora e para sempre.” Quem confia no Eterno, quem tem nEle o seu socorro, estará sempre seguro e tranquilo. Não importa onde eu entre, ou o momento que eu saia, estou protegido, pois Ele guarda minha entrada e saída.

O salmo 20:7 diz: “Uns confiam em carros, e outros, em cavalos, mas nós faremos menção do nome do SENHOR, nosso Deus.”

Essa foi uma grande injeção de ânimo em minha vida, uma lição que revi através da prece de um homem no Kotel. Erga teus olhos na direção dos montes e encontre também as respostas para suas aflições do dia-a-dia. 

Quem sabe em breve tenhamos a oportunidade de estarmos juntos, no Kotel, rezando e encontrando alívio de nossas angústias lá em Jerusalém, na Casa do Eterno. 

sexta-feira, junho 19, 2015

Reflexão: Israel só para mulheres!


Pv 31:30- “Enganosa é a graça, e vã, a formosura, mas a mulher que teme ao SENHOR, essa será louvada.”

Depois de onze dias em viagem só com um pequeno grupo de mulheres pela Terra Santa de Israel, ao retornar, sempre é tempo de reflexão sobre o que deu certo e o que deu errado.

Em primeiro lugar devo dizer que ir a Israel é uma mitsva, um mandamento, e cumprir a peregrinação é também realizar um sonho para muita gente. Sonho que sempre valerá a pena!

O que deu errado? Nada, absolutamente nada. A viagem foi perfeita, os dias de calor, com as noites com o frio tradicional noturno de Jerusalém, a ida ao festival de luzes, os passeios, etc... enfim, tudo deu certo. 

De todas as viagens, posso constatar algo importante: não há empecilhos para quem realmente quer ir. Nesse grupo tive a oportunidade de trabalhar com os dois extremos. Levei a senhora Denis Carraro, de 76 anos, e a pequena Aidel Angélica, de um ano e meio. Ambas suportaram todos os passeios, as caminhadas, o calor, o frio, e sempre tinham um sorriso no rosto. Cansaço? Claro, todos sentimos, mas elas mostraram que é possivel.

Ter trabalhado só com mulheres nesse grupo foi um privilégio, pois atender às necessidades de cada uma não é tarefa das mais fáceis. 
Lá tivemos a Manoela, psicóloga, fazendo doutorado e morando em Cambrigde, na Inglaterra. Sedenta por conhecimento, queria muitas informações, mas sempre absorvendo o máximo de cada passeio, pôde experimentar desde andar sobre o camelo até assentar-se na cadeira de um deputado no parlamento de Israel, o Knesset.
A Mirian, que quase não foi, devido a alguns problemas, foi uma senhora companheira e falante, também professora sempre fala né? Outra que suportou bem os passeios e compartilhou seu conhecimento com as demais, durante a visita ao templo bahai, em Haifa. 
A Claudete, também de Joinville, super companhia e ajudante nas horas de carregar a pequena Aidel no colo; se dizia toda atrapalhada, mas foi bem a viagem toda, apesar de termos que lidar com papelada, carrega passaporte pra lá e pra cá, papel de permissão de entrada em Israel, passagens... até eu me confundo tem hora. Só não quis subir no camelo, mas de resto, fez tudo.
Claro, ainda tivemos a Eliana, minha esposa, que ajudava a todas com as fotos, ajudava a compartilhar com os parentes que ficaram no Brasil, falava com todo mundo, e claro, se emocionava e chorava junto com elas nos momentos da peregrinação. 

Jerusalém é sempre mágica, especial, e pudemos desfrutar de vários lugares, como os Túneis do Muro, o Monte das Oliveiras, o Knesset, o Museu do holocausto, que foi um lugar especialíssimo, onde passamos nossa manhã e metade da tarde da sexta-feira. 
Tivemos ainda a palestra com o Ariel Klimer, em Tiberiades, no Hotel Museu Dona Gracia. Foram duas horas de conversa e emoção, sempre com lágrimas nos olhos, como é próprio das mulheres. O ensino foi muito produtivo em todos lugares, mas ali, as lágrimas rolaram soltas para todas elas. 

O texto de provérbios 31:30 fala da mulher que será louvada: aquela que teme ao Senhor... Isso não deve ser apenas de palavras, mas de coração, de devoção, de entendimento. Foi isso que essas valorosas mulheres buscaram nessa peregrinação especial pela Terra Santa, e acredito que pudemos proporcionar a elas momentos inesquecíveis. 

Vem aí, no ano que vem, a segunda caravana só para mulheres, e esperamos que possa ser também recheada de momentos especiais vividos por aquelas que tem o coração tocado pelo amor e temor ao Eterno. 

Valeu muito a pena, sempre valerá a pena ir a Israel. E como diz o salmista: “Alegrei-me quando me disseram: Vamos à Casa do SENHOR. Pararam os nossos pés junto às tuas portas, ó Jerusalém!...Orai pela paz de Jerusalém! Sejam prósperos os que te amam. Reine paz dentro de teus muros e prosperidade nos teus palácios. Por amor dos meus irmãos e amigos, eu peço: haja paz em ti! Por amor da Casa do SENHOR, nosso Deus, buscarei o teu bem.”(Sl 122)

*** Se você quiser participar da proxima viagem exclusiva só para mulheres, entre em contato e comece desde já a vivenciar esses momentos de santidade, desde a preparação até o encontro pessoal com Deus, lá, em Jerusalém.

Leshana Rabá beYerushalayim! No Ano que vem em Jerusalém!

quarta-feira, junho 03, 2015

Reflexões para o dia. E o vento levou



“para que não mais sejamos como meninos, agitados de um lado para outro e levados ao redor por todo vento de doutrina, pela artimanha dos homens, pela astúcia com que induzem ao erro.” (Efésios 4:14)

Há um famoso filme chamado “E o vento levou”. Ele é um romance, meio antigo, de 1939, com Clark Gable, como ator principal... o filme não tem nada a ver com o que quero falar, mas o título é interessante. 

Muito antes de 1939, Shaul HaShaliach já falava de outro tipo de vento, o vento de doutrina, famoso “papo furado” que, numa estorinha bem contada por homens cheios de astúcia, levam os “meninos” de um lado para o outro, com suas conversas, e os induzem a cometerem erros. 

Mas porquê meninos? Porque meninos são mais propensos à imaturidade, não sabem bem o que querem, e não sabem exatamente em quem confiar. Confiam “no mais legal, simpático, gente boa” e por isso mesmo os jovens são os alvos mais fáceis de pessoas inescrupulosas. Meninos se deixam levar por conversas, propostas de “projetos tipo isso, tipo aquilo” ainda mais se vierem acompanhadas de um bom papo à roda de uma mesa de cerveja, vinho e carnes. Meninos podem até ler a Torah, mas só homens a compreendem. 

Nem sempre o termo menino está relacionado à idade, mas o crescimento em número de dias deveria trazer consigo também o crescimento espiritual; foi isso o que o próprio Shaul HaShaliach disse: “Quando eu era menino, falava como menino, sentia como menino, discorria como menino, mas, logo que cheguei a ser homem, acabei com as coisas de menino.” (1 Co 13:11)

No meio esportivo, nos grandes jogos, há uma frase bem comum, que dizem: “é nessas horas que se separam os homens dos meninos.” E é bem assim, nos grandes momentos de conflitos, debates da sociedade, etc... são os homens que fazem a diferença. Os jovens são os que fazem os “protestos contra isso e aquilo, contra o governo, pintam o rosto, fazem grandes movimentos no facebook, etc...” mas no fim, a maioria das vezes são apenas ventos, e logo se distraem com outros brinquedinhos. 

É preciso ser homem, o talmude diz: “onde não tiver homens, seja você o homem” e na verdade Yeshua disse: “Seja, porém, a tua palavra: Sim, sim; não, não. O que disto passar vem do maligno.” (Mt 5:37) 

Ser homem é ser firme, é honrar o que se diz, é permanecer fiel às verdades, é julgar com equidade, é ser amigo do bem, é proceder com segurança, respeito e sabedoria. 
Nem todos nesse mundo terão a capacidade de crescer em sabedoria, ainda que possam crescer em conhecimento. Sim, porque conhecimento e sabedoria são duas coisas bem diferentes. 

Porque era disso que Shaul HaShaliach falava na sua carta aos irmãos de Éfeso. Que numa congregação, há uns que são apóstolos (shalichim) outros profetas, evangelistas, pastores, enfim, cada um tem sua função, mas todos visam o aperfeiçoamento da kehilah, seguindo a verdade em amor, crescendo em tudo, de acordo com o cabeça, o líder, Mashiach.  A Kehilah é um corpo, e para o corpo funcionar bem, todos devem saber sua função; isso é evidente. 
Homens devem saber reconhecer sua função e sua importância dentro de um corpo. Ambicionar cargos e funções que não lhe pertencem é o pé dizendo: “porque não sou mão, não sou do corpo...”

O mesmo Shaul disse: 
“Mas vós não aprendestes assim a Cristo, se é que o tendes ouvido e nele fostes ensinados, como está a verdade em Jesus,  que, quanto ao trato passado, vos despojeis do velho homem, que se corrompe pelas concupiscências do engano, e vos renoveis no espírito do vosso sentido, e vos revistais do novo homem, que, segundo Deus, é criado em verdadeira justiça e santidade. Pelo que deixai a mentira e falai a verdade cada um com o seu próximo; porque somos membros uns dos outros.   Irai-vos e não pequeis; não se ponha o sol sobre a vossa ira.   Não deis lugar ao diabo.” (Ef 4:20-27)
Dar lugar ao diabo, contando mentiras, se corrompendo e astutamente levando muitos com seus ventos, não foi assim que aprendemos. 

O tempo de Clark Gable já passou,... e o vento levou... mas o vento continuará levando meninos ao erro. Sejamos homens, firmes, fiéis, maduros e verdadeiros, porque foi assim que aprendemos.  Porque o resto, o resto é cinema, e cinema é mentirinha. 

Bom feriado a todos!