segunda-feira, março 23, 2015

Reflexões para o dia: Pessach, quem é livre?



Jo 8: 33 “Responderam-lhe: Somos descendência de Abraão, e nunca servimos a ninguém; como dizes tu: Sereis livres?”

Estamos no Mês de Nisan, o primeiro do calendário judaico religioso e certamente dos mais importantes, pois esse mês marca o povo de Israel de uma forma singular, considerando que foi em Nisan que os israelitas foram libertos da escravidão do Egito, onde viveram por quatrocentos anos. Espero nos próximos dias meditar e compartilhar aqui alguns pensamentos acerca de Pessach.

A Torah nos relata em Shemot 12, acerca da primeira celebração de Pessach e da saída dos filhos de Israel do Egito. Nossos sábios e a própria Torah descrevem como devemos celebrar essa festa, sendo ela a única que é de verdade restrita, e só podem participar aqueles que são circuncidados. 

Nos últimos dias tenho refletido (ainda que não tenha publicado postagens) acerca de quem é livre de verdade. Você já conversou alguma vez com um “viciado”? Viciado não necessariamente em drogas ilícitas, mas também em bebidas alcoólicas e outras coisas. Eles sempre dirão algo como: “eu não preciso de religião, eu sou LIVRE pra fazer o que quiser...” será mesmo?

O texto de João 8 nos traz uma sequência interessante de fatos. Quero apresentar rapidamente alguma coisa.

1º  - Mulher adultera: Uns fariseus e escribas quiseram testar a Yeshua, e trouxeram uma mulher adúltera perante ele. A mulher havia sido pega em flagrante adultério... e porque aqueles homens não “fizeram justiça”? Trouxeram para Yeshua, só pra ver o que ele falaria. 
Tem pessoas que se acham demais, que se sentem no direito de fazer acusações, de pegar esse ou aquele e massacrar, e depois deixar que “o Rosh resolva”. Tais pessoas se acham justiceiros, os donos da razão, inimputáveis de pecado. Mas bastou Yeshua dizer a famosa frase: “aquele que estiver sem pecado atire a primeira pedra” que eles foram saindo... e então Ele deu a sentença à mulher: “vá e não peques mais”.
Sim, ela havia pecado, e sim, poderia ter sido apedrejada ali mesmo, mas onde estavam os acusadores? Eles mesmos eram escravos do pecado, e buscavam “provar Yeshua”, eles eram maus, apesar de se acharem bons. Aqueles homens expuseram a mulher, expuseram a Yeshua, mas no fim, quem teve sua vergonha exposta foram eles mesmos. 

2º - Vós julgais segundo a carne: não satisfeitos, os fariseus ali acusaram Yeshua de testemunhar falsamente dele mesmo. Yeshua falou que o juizo deles era segundo a carne, ou seja, eles eram homens carnais. O carnal se acha, ele não tem nada do espírito de D-us sobre ele. Por isso mesmo Yeshua disse: “vocês não conhecem a mim e nem a meu Pai” e concluiu, dizendo que eles morreriam em seus pecados. (Jo 8:24) 
Assim é o escravo do pecado, vive e morre no pecado, mas nunca reconhece que está errado. Vivem de acusações, de tentar destruir, prejudicar o ministério, e se acham “o povo de D-us”. E a discussão seguia com o Mestre.

Assim como o escravo do vício se acha livre, esses homens se achavam livres... e disseram: “Somos descendência de Abraão, e nunca servimos a ninguém; como dizes tu: Sereis livres?” E segue: “Responderam e disseram-lhe: Nosso pai é Abraão. Jesus disse-lhes: Se fôsseis filhos de Abraão, faríeis as obras de Abraão. Mas, agora, procurais matar-me a mim, homem que vos tem dito a verdade que de Deus tem ouvido; Abraão não fez isso.” (Jo 8:35,39,40)

E pra encurtar a história, Yeshua disse: “Vós tendes por pai ao diabo e quereis satisfazer os desejos de vosso pai.”

Daqui a menos de duas semanas teremos pessach, teremos o seder de Yeshua, o seder de homens livres. Iremos participar? Devemos participar? Depende! Se formos homens livres, se não vivemos fazendo acusações, apontando com o dedo em riste sobre esse ou aquele, ou nos julgando os donos da verdade, os justiceiros, aí podemos e devemos participar, pois somos filhos de Abraão. 
Agora, quem vive de acusar, quem vive escravo do pecado, se escondendo sob falsas imagens, aprensentando falsos perfis de pessoas de bem, esses não sei, talvez eles mesmos deviam se julgar e ouvir as palavras do Mestre: “quem estiver sem pecado atire a primeira pedra”.

Lembremo-nos que dos mais de seiscentos mil homens que saíram do Egito, apenas dois daquela geração foram capazes de chegar à Terra Prometida. Eles sim, foram livres e entenderam a verdadeira mensagem do Pessach.

É tempo de encontrarmos a liberdade nas coisas boas, não em trazer pessoas para serem apedrejadas; pessoas livres fazem o bem. É tempo de tirar o fermento, mas isso fica para uma próxima meditação.

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