“Não te deixes vencer do mal, mas vence o mal com o bem.” (Romanos 12:21)
Ninguém é perfeito e isso todos sabemos, mas mesmo imperfeitos, somos capazes de fazer boas coisas; ainda que o mal nos cerque e que todos à nossa volta aceitem as práticas do que é errado, é nosso dever vencer o mal com o bem.
Lembro-me sempre de algumas pessoas que diante de determinadas situações, poderiam fazer o mal, e ninguém seria capaz de julgá-las por isso, e ainda assim, essas pessoas optaram por fazer o bem.
José, governador do Egito, filho de Jacó, teve a oportunidade de se vingar de seus irmãos, quando estes não o reconhecendo, vieram a suplicar por alimentos, durante os sete anos de fome. Ele, no entanto, os ajudou, alimentou e os trouxe para perto de si, salvando toda a família.
A Torah fala das duas parteiras Shifrah e Puah, que receberam a ordem do rei do Egito para, no momento do nascimento, matarem a todos os meninos hebreus. Quem seria capaz de desobecer a uma ordem do governante supremo do Egito? Elas o fizeram, e preservaram a vida dos meninos, e um deles era Moshe Rabenu.
Esses são exemplos claros daquilo que nos diz o Talmude: “Aquele que salva uma vida, salva o mundo inteiro.”
Não somos personagens bíblicos, mas podemos ser bondosos, generosos com o próximo, apesar de sermos pecadores. Não importa o que alguém faça, salvar vidas trará sempre um sentimento de que nosso coração está se enchendo de alegria, por termos salvo a vida de alguém, por termos ajudado a alguém.
Hoje pela manhã senti vontade de rever algumas cenas do filme “A Lista de Schindler” e me emocionei de novo com as imagens finais, quando ele recebe um anel (que foi feito graças a um judeu que, em sinal de gratidão, deu seu dente de ouro para ser derretido e transformado no anel) com a frase do Talmude “Aquele que salva uma vida, salva o mundo inteiro.”
Naquele momento, ele chora, lembrando que podia ter feito mais (sempre podemos fazer mais) e ouve como resposta: “você salvou mil e cem pessoas, e novas gerações virão graças a você” (Sim, podemos olhar para trás e ver todo o bem que já fizemos a alguém)
Lembrar do holocausto é sempre algo triste, quando milhões foram mortos pelo simples fato de serem judeus, mas esquecer o holocausto é permitir que coisas assim tornem a acontecer para a vergonha da humanidade.
Schindler disse, em outro momento do filme: “o poder é quando temos todas as justificativas para matar e não o fazemos”
Isso me faz lembrar a história de Davi, quando era perseguido por Saul, o rei... e quando esteve diante da oportunidade de matar seu inimigo (e todos os homens de Davi o apoiavam nisso) ele prefiriu proteger o rei, e sentiu seu coração doer apenas pelo fato de ter cortado a orla do manto do rei. Com essa atitude, Davi conseguiu provar porque era um homem segundo o coração de Deus.
Das várias vezes que estive em Israel, em algumas delas (quase sempre) fui ao túmulo de Schindler para, assim como os judeus sobreviventes do holocausto fizeram no fim do filme, depositar ali uma pequena pedra, como sinal de reconhecimento por tudo o que ele fez.
Sim, Schindler podia ter feito mais e sim, ele não era um homem perfeito, mas quem o é? Ele fez a parte dele, agora, façamos a nossa.
Nos preocupemos com o próximo, cuidemos de nossos irmãos, e ainda que todos façam o errado, procuremos fazer o certo, porque quem sabe esteja em nossas mãos o poder de salvar vidas, e de salvarmos um mundo inteiro.
Mostre que você é como Yosef ben Yaakov, ou como as parteiras que salvaram Moshe, ou como Davi, que poupou a vida do seu inimigo, ou quem sabe você seja como Schindler e ainda não descobriu o seu poder mágico de salvar o mundo. Faça alguma coisa, seja generoso, seja um tsadik e vença o mal com o bem!
*** Ps.: O video está em espanhol, mas quem sabe te inspire a alugar o dvd (ou ver no youtube) em portugues, o filme todo.
Se você quiser ir lá em Jerusalém e conhecer o lugar onde está sepultado esse tsadik, fale comigo... viaje conosco!
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