segunda-feira, abril 30, 2012

Lição de um Rabino de Jerusalém




Nesses dias aqui em Jerusalém tenho caminhado bastante, e numa das andanças fomos ver que horas seria o cabalat shabat na Grande Sinagoga de Jerusalem. Era sexta-feira pela manhã. Então, entramos na sinagoga e com a permissão do porteiro, fomos fotografando tudo lá dentro (coloquei fotos e videos no facebook sobre isso).


Ao entrar na área principal, onde são realizados os serviços, reencontrei o rabino que tinha visto nos anos anteriores. Ele estava lá, iniciando explicação para um pequeno grupo de pessoas. Enquanto fotografava, fui me aproximando para ouvir o que ele dizia. Ensinava sobre o tempo em que HaShem falava diretamente aos profetas e fazia uma co-relação com nosso tempo, quando nós é quem falamos com o Eterno, através da tefilah. Quanto mais nos dirigimos a Ele, mais próximo Ele se torna de nós, e é como amizade... assim seguia a palestra do rabino. Depois, ele falou sobre a sinagoga em si, sobre os vitrais, os lustres, mostrou a importância do Aron HaKodesh, onde guardam os tesouros mais valiosos do povo, (eu contei) mais de 20 sefer torah.


Depois de o grupo sair, pedi um minuto da atenção dele, e muito educadamente ele me pediu que aguardasse até que ele colocasse o novo Sefer Torah recebido da família cujo menino faria o bar mitsvah na manhã seguinte.


Então veio ele, conversou conosco, gravou uma mensagem para nossa comunidade, e brincou com o nosso pessoal, perguntando a cada um sobre o que faziam. No fim, nos convidou ao cabalat e shacharit de shabat, quando estaria o grande chazan "Chaim Adler". No cabalat, sinagoga cheia, sentamos no fundo e quisemos passar despercebidos.


No shacharit, chegamos cedo, pouca gente, e assim que nos viu, o rabino me deu sinal para sentarmos próximos a ele, nos bancos da frente, e então eu fiquei o observando.


Ele já é um senhor, e levantava-se com frequencia, para cumprimentar quase a todos que chegavam. Quem vinha com crianças, o rabino tinha, junto a seu assento, uma sacola cheia de pirulitos, e ele mesmo ia até a criança e entregava um pirulito junto com um sorriso, que era prontamente retribuído pelas crianças.


O shacharit corria, e chegamos o momento do Bar Mitsvah ler a Torah. Qual não foi minha surpresa, quando o rabino se aproximou com 5 livros grandes (como a nossa torah que usamos no Brasil) e entregou um pra cada um de nós. Aí ele disse: a parashah de hoje está na página 137. Era a de Acharei Mot/Kedoshim, onde comumente dicursamos sobre a maledicência. Os gestos daquele rabino nos mostram que não precisamos viver a falar de maledicência, mas podemos transformar nosso linguajar para ao abrir os lábios falarmos coisas boas de pessoas boas.

Fomos embora e eu vi que sim, é possível ser um bom rabino sendo um rabino BOM. Atencioso, prestativo, humilde e generoso, servindo ao povo. Foi isso o que Yeshuah ben David disse, certa vez: "Mas entre vós não é assim; pelo contrário, quem quiser tornar-se grande entre vós, será esse o que vos sirva; e quem quiser ser o primeiro entre vós será servo de todos. Pois o próprio Filho do Homem não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate por muitos." (Mc 10:43-45) Um rabino assim que eu quero ser quando crescer! Essa é minha prece a HaShem aqui em Jerusalém.

quinta-feira, abril 12, 2012

Conselho meu, do Rosh Yishai, da Brit Chadashah e do Tanach



Por favor, antes de ler, assista ao video acima. Já dizia o sábio: “Melhor é o jovem pobre e sábio do que o rei velho e insensato, que se não deixa mais admoestar.” (Ec 4:13) Aceitar conselhos é difícil, mas mesmo assim, repasso este video, com um trecho pequeno de uma prédica do Rosh Yishai feita em março, que eu acabei de editar para um programa de tv.

Como disse Shaul HaShaliach: “Todas as coisas são lícitas, mas nem todas convém.” Confesso que tenho saudade de alguns anos atrás, quando só bebíamos vinho no Seder, e não havia espaço em nossas geladeiras para latas e mais latas de cerveja.

Não que seja contra a bebida em si, apesar de eu mesmo não apreciar, mas não dá pra fechar os olhos para o que ocorre hoje em dia. Sinto-me envergonhado com algumas coisas. Vejo mulheres lamentando seus maridos bebendo litros de cerveja, e gastando dinheiro naquilo que é desnecessário.

Nunca, repito, nunca tivemos necessidade de beber pra sermos livres. Não é “coisa de crente” ser prudente. Uma coisa é o homem, de vez em quando, tomar uma latinha de cerveja, beber uma ou duas taças de vinho, mas achar que é bonito beber 7, 8, 10 latinhas, ah aí já é beeemmm diferente. Não são raras as mulheres que choram, lamentando a atitude dos maridos, que não aceitam quando elas se queixam que eles já passaram do limite do tolerável.

Ser israelita não é sinônimo de beber cerveja, vinho, whisky, vodka ou qualquer coisa associada a isso. Qual a diferença entre o bêbado consciente e o bêbado inconsciente? É que o bêbado consciente sabe que é feio, que está sujeito a fazer coisas erradas, como dirigir e matar alguém no transito, mas não consegue deixar de beber. O bêbado inconsciente acha bonito beber, e não vê mal nenhum nisso, e nunca, nunca considera que já passou do limite.

Tudo bem, não quer seguir meu conselho, não quer ouvir o Rosh Yishai, leia a Torah, leia a Bíblia inteira e aprenda com exemplos:
- Noach, tsadik, bebeu, ficou bêbado, nu, e foi chacota para o próprio filho (Gn 9:21-23) Quem bebe, perde a noção do ridículo.
- As filhas de Ló deram vinho ao próprio pai, o embebedaram, para se deitarem com ele. (Gn 19) Quem bebe, perde a consciência.
- Ana (não tinha bebido) mas foi tida por bêbada perante Eli, o homem de D-us. E ele ordenou que ela se apartasse do vinho. (1 Sm 1:14,15)
- Nabal, bebeu, fez coisa errada, quando voltou a si, ficou com o coração amortecido, quando sua esposa Abigail lhe contou o que ele fizera. Resultado da bebedeira, foi morto por HaShem. (1 Sm 25:36-38) Será que se ele tivesse dado o banquete, mas não se embebedado, teria morrido?
- Há outros exemplos de que a bebedeira só trouxe malefícios, como o rei Assuero, mas exemplos não servem para aqueles que dizem: Ah! Mas eles ficaram bêbados, eu nunca fico bêbado. Eu bebo socialmente... Ora, socialmente é até o ponto de não constranger os outros, envergonhar a esposa e filhos, e socialmente, uma ou duas taças já é o suficiente.
Além disse, veja o que diz o sábio Shlomo HaMelech:
“Quem ama os prazeres empobrecerá, quem ama o vinho e o azeite jamais enriquecerá.” (Pv 21:17)
“O vinho é escarnecedor, e a bebida forte, alvoroçadora; todo aquele que por eles é vencido não é sábio.” (Pv 20:1) Vencido pela bebida é todo aquele que vai almoçar, tem que ter cerveja, que acha que um jogo de futebol, uma reunião com amigos, uma festinha, nada tem graça se não tiver cerveja... esse, já perdeu para o vinho, para a cerveja... perdeu a vergonha, perdeu o senso do certo e errado e pior, é como o velho que não se deixa admoestar.

Sei e entendo que é permitido vinho, até o próprio Salomão disse que o vinho alegra o coração do homem, Shaul HaShaliach recomenda a Timóteo beber UM POUCO de vinho por causa de suas constantes dores de estômago, que Yeshua tomava vinho, etc... mas é o que o Rosh Yishai disse na prédica do vídeo acima, citando o verso da Brit chadashah: “Aquele que deseja ser um rosh, ....não dado ao vinho.”
Beba vinho, beba cerveja, mas tenha consciência das coisas. Uma latinha tem menos de 400ml, porque isso é o suficiente para uma porção individual. Mais do que isso, é pra passar vergonha e causar constrangimento às pessoas. Pense nisso!

segunda-feira, abril 09, 2012

Quem encontrará o afikoman?

Sei que todo mundo gosta de ver as fotos de Pessach, a decoração, como foi o jantar, quantas pessoas, etc... tudo isso é legal, mas e quem achou o afikoman? Porque crianças saem para procurá-lo e não adultos?
O afikoman pode ter vários significados, mas em nossa hagadah está escrito algo como “assim como Mashiach esteve oculto, para voltar a aparecer, assim ocorre com o afikoman”, ou seja, ele deve nos lembrar de Mashiach oculto. Embora muitos acreditem que o encontraram, na verdade não acharam nada nem perto de ser parecido com o verdadeiro afikoman do Eterno. O Mashiach judeu, guardador da Torah, justo, tsadik, que cumpriu a lei com o entendimento, com o coração, mais, muito além do que o que leva tudo em sentido literal.
Mas crianças, Yeshua Rabeinu nos diz: “Deixai vir a mim os pequeninos e não os embaraceis, porque dos tais é o reino de Deus. Em verdade vos digo: Quem não receber o reino de Deus como uma criança de maneira alguma entrará nele.” (Lc 18:16,17) Só as crianças são capazes de encontrar o afikoman, porquê? Porque, na sinceridade do coraçãozinho de cada uma delas, elas percebem que há algo de especial naquele pedaço de matsah. Ele traz consigo um tesouro, um pedido, um único pedido que a criança faz ao pai e ele o concede.
Yeshua fala sobre isso: “tudo quanto pedirdes em oração, crendo, recebereis.” (Mt 21:22) É preciso crer que há algo de especial no afikoman. Crer com a pureza de uma criança.
O pequeno menino, que achou o afikoman dessa vez, podendo pedir qualquer coisa, pediu ao pai que eles fossem juntos ao cinema. E o pai atenderá... Que adulto pediria algo assim?
Essa é a grande diferença entre adultos e crianças, a pureza, os valores, muito mais verdadeiros numa criança do que num adulto que olha e só vê $$$$$ cifrões à sua frente.
E para concluir, escrito está: “Naquela hora, exultou Yeshua no Espírito Santo e exclamou: Graças te dou, ó Pai, Senhor do céu e da terra, porque ocultaste estas coisas aos sábios e instruídos e as revelaste aos pequeninos. Sim, ó Pai, porque assim foi do teu agrado.” (Lc 10:21)
Só que são os puros, os simples, os não avarentos, os humildes e pequeninos, e os que procuram o verdadeiro afikoman é que, como crianças, serão merecedores do Mundo Vindouro.
Ah! Sim, nossa festa foi linda, incrivel, emocionante e alegre. Chag Sameach!

Pensamento da semana: Lavar os pés!

Muitas vezes me questiono se o lava-pés antes do Sêder de Pessach é uma coisa válida, porque parece que para muitos isso não passa de uma cerimônia. Tudo bem, tá certo que Rabbi Yeshua não foi compreendido por seus discípulos, pois teve que ensiná-los e perguntar: Entendem o que eu vos tenho feito?
Ele dava ali uma lição de humildade, e disse: "Se eu, sendo Senhor e Mestre, vos lavei os pés, vós também deveis lavar os pés uns dos outros." Como a lição não era de como lavar os pés, mas de humildade, presume-se que "Como eu fiz, vocês devem fazer", isto é, dar lição, não na teoria, mas na prática, de humildade. Ele era o MESTRE. Mestres têm que SER humildes, não ficar se achando. Essa é a única maneira de ensinar a humildade.
Humildade é não fazer questão de ser o primeiro, de ser o compreendido, mas de compreender aos outros, de ouvir primeiro, e não de ser aquele a quem tem que ser ouvido. Uma das primeiras coisas que fiz ao assumir uma congregação há quase quatro anos foi mudar o lugar onde estaciono o meu carro. Cada dia paro num lugar. Porque? Porque o líder anterior fazia questão de ter a vaga dele. Se alguém estacionasse lá, teria que sair, pois aquela vaga era exclusiva.
Nunca vi Yeshua, nosso Mestre dizer: Ei, tira seu camelo daí, porque é o lugar de eu estacionar o meu! Hoje, se você observar bem, pessoas têm seus próprios lugares nas sinagogas, e ai daquele que se sentar no lugar errado. Desculpem, mas credo! Brigar por causa da porcaria de um assento, de uma vaga de estacionamento, de agora é minha vez de falar... misericórdia!!!
Humildade, humildade, é tão dificil entender o que Mashiach ensina...
Quando vamos lavar os pés uns dos outros, nos inclinamos, ajoelhamos e pegamos com nossa (limpíssima) mão numa das partes mais que mais acumulam sujeira, os pés do outro. Isso tem que nos ensinar algo!
É hora de mudar da teoria para a prática, de aprender a dar a preferência, de dizer obrigado, de não se achar digno de glórias, elogios, mas de respeitar e dar a honra aos outros.
Porque o mesmo que disse: assim como eu vos fiz, façais vós também, sim, esse mesmo também disse: aquele de vós que quiser ser o maior, seja este que vos sirva.... porque alguém não veio para ser servido, mas para SERVIR. Isso é humildade!
Quando todos forem mais humildes, talvez aí estejamos realmente próximos de sermos merecedores de presenciarmos a vinda de Mashiach e o Olam Rabah!
Por isso, o lava-pés é antes do Pessach, porque antes de sermos livres, devemos ser humildes. Ou melhor, só seremos verdadeiramente livres, quando aprendermos a lição da humildade.

Casamento Josiel e Thamyres

Já faz alguns dias, eu pueli alguns eventos, porque acabei não tendo tempo para colocar as fotos e tudo em dia aqui, mas vamos que vamos, continuando. E não existe nada melhor pra alegrar do que uma festa, festa de casamento, jantar grátis, e "a vítima da festa" dessa vez atendendo pelo nome de Josiel Sutil.
Deixando as sutilezas de lado, foi legal, em plena noite de segunda-feira, sairmos correndo do trabalho pra colocar um terno e rumarmos para o restaurante onde a festa aconteceu.
A noiva Thamyres é filha da Marinalva e neta da famosa Matilde Dias, do amado Nilson Dias, que foi o oficiante do meu casamento há 16 anos. Já o Josiel, filho da Jael, trabalha conosco aqui na CINA, no Departamento Financeiro. Os dois são aqui da Beit Sede, de Curitiba.
O zaken Shelumiel foi o oficiante da cerimônia, que foi rápida, dando espaço pra festa que rolou por algum tempo, com musica, danças e alegria. Digno de menção é a Meire, tia da noiva, que fez uma imitação perfeita do Michael Jackson, na música Thriller.
Parabéns aos noivos e que a felicidade desses dias de lua de mel possam se estender por longos anos.