“Bem-aventurado aquele que teme ao SENHOR e anda nos seus caminhos! O SENHOR te abençoe desde Sião, para que vejas a prosperidade de Jerusalém durante os dias de tua vida, vejas os filhos de teus filhos. Paz sobre Israel!” (Sl 128:1,5,6)
Ontem foi um domingo diferente em Curitiba; era a celebração dos três anos do Michael, filho da nossa amiga Kelly (apresentadora do Eshet Chayil). Como acontece em muitas comunidades judaicas, tivemos a cerimônia do Opshernish, o primeiro corte de cabelo dele. Para quem não conhece, isso tem a ver com a tradição judaica e está relacionado com os versos de Dt 20:19 (que relaciona o homem como uma árvore) e Lv 19:23. É depois dos três anos que o menino dá seus primeiros passos no estudo da Torah.
Para minha família é sempre um privilégio a companhia da Kelly, uma mãe sábia, de bom testemunho, e que conduz seus dois filhos com muita dignidade dentro da Kehilah. Rogamos ao Eterno que seus dois filhos Michael e o Israel sejam como Timóteo, que aprendeu a fé com sua mãe e avó (Lóide e Eunice) e eles aprendem com você e a chaverah Eugênia também.
Mas aí, durante a festinha, eu olhava as crianças, como elas crescem rápido e é inevitável que nos venha à mente o verso de provérbios 22:6: “Ensina a criança no caminho em que deve andar...” Toda a energia das crianças que correm pra lá e prá cá em algum momento deve ser canalizada para o aprendizado da Torah. Ontem, para o Mi, foi apenas uma festa, seu primeiro corte de cabelo, cofrinho cheio de moedas, presentes, etc... mas daqui há alguns anos ele poderá estar lá na frente, sendo chamado à leitura da Torah, como um bom Bar Mistvah.
Mas crianças crescem, viram adolescentes, é bonito ver o desabrochar da juventude, chega a fase de se preocupar com a aparência, as conversas mudam, a voz muda, tudo muda... só não pode mudar o temor ao Eterno e o respeito aos pais.
É lindo ver alguns amigos envelhecendo junto conosco, olharmos fotos antigas de quando éramos mais jovens, magros, sem cabelos brancos e nossos filhos recém engatinhavam e eu sou grato ao Eterno por isso.
Nessas horas sempre me lembro de meu casamenteiro (aliás, o primeiro da CINA) Shelumiel e sua esposa Lídia. Lá atrás, enquanto eles nos orientavam, há 19 anos, eu e a Eliana brincávamos com o bebezinho deles, a Ana Carolina, e essa bebezinha, daqui menos de quatro semanas estará se casando.
Gosto de brincar com os pais, de “ver o sofrimento deles” quando a filha vai embora, mas de certa forma me orgulho por eles, por ser amigos de pessoas do bem, que educaram muito bem uma menina, de bom testemunho e que agora dará início a mais um lar judaico. Ela, com carinha de menina já terá seu castiçal para as velas de shabat, já irá preparar as chalot e um dia, permitindo o Eterno (e que seja pra breve) ela estará dando a alegria de gerar netos aos pais Shelumiel e Lidia.
De vez em quando eu brinco (mas falando sério) com o Giácomo; “olha, você tá casando com a Carol, trata bem ela hein, não vai tirar ela da casa do Shelu e fazer a menina sofrer” e ele olha pra mim e sorri dizendo que vai tratar bem a ela.
E a vida é assim amigos, criamos nossos filhos para ganharem o mundo, construírem suas próprias histórias.
Dias atrás meu primogênito tocava violino com uma menininha, hoje ele cresceu e toca piano e a mesma menininha também cresceu e já começam a surgir os marmanjos em torno do pobre Jair (o pai). É bom ver o Abel crescer, o Gustavo, de Vacaria, o Zé Roberto, o Gabriel, a Emily, a Helen e tantos outros que crescem dentro da Kehilah; e oro para que nunca se desviem do bom caminho.
Sábios são os pais que criam seus filhos dentro da Kehilah, no temor do Eterno, e veem suas crianças crescendo, cantando, lendo Torah, e tem o privilégio de ver a filha entrar sob o pálio nupcial vestida de branco, o branco da pureza, da honra e da beleza da mulher que teme ao Eterno.
Sobre o Giácomo não tenho nada pra falar, porque num casamento, quem se lembra de olhar pro noivo? hehe!
Orgulho-me de ter aprendido muitas coisas com o zaken Shelumiel, e espero (mas não ansiosamente) que quando chegar a hora, ele também possa me ensinar novas lições nessa hora de alegria do casamento de uma filha, porque eu sei que é bem-aventurado o homem que teme ao Eterno e anda nos seus caminhos; esse homem será merecedor de ver os filhos de seus filhos e a paz sobre Israel.
Que o Michael e outros bebês possam crescer, ter seu primeiro corte de cabelo aos três, aprender sobre a Torah, aos treze fazerem seu bar mitsvah, serem chamados para a leitura, continuarem a crescer, encontrarem uma linda e temente ao Eterno jovem, que se casem e construam famílias decentes e exemplares.
Em tempo, ano que vem meus pais que já viram os filhos dos filhos, terão a honra, de verem os filhos dos filhos dos filhos, seu primeiro bisneto (Noach, aquele que traz descanso) e que sejam merecedores de ver a paz sobre Israel também!
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