quinta-feira, março 28, 2013
Lições das Minas Gerais à Argentina
Já dizia o salmista: "O SENHOR é excelso, contudo, atenta para os humildes; os soberbos, ele os conhece de longe." (Sl 138:6)
Há um bom tempo atrás eum havia prometido a um amigo visitá-los a qualquer hora, assim que fosse possível e o Eterno nos provesse uma boa situação para isso. Passou o tempo e chegou a hora de cumprir a promessa. Lá fui eu em direção às Minas Gerais, terra de onde vieram alguns de meus antepassados, mas que eu mesmo não conhecia.
Na sexta-feira, a ansiedade era grande ao sair de curitiba. Cheguei a Belo Horizonte onde fui recepcionado com sorrisos sinceros e abraços. E eu seguia rumo ao desconhecido, com pessoas novas e cheias de expectativas, afinal, estariam recebendo um rosh da CINA. Mesmo ocupando tal função, sempre acreditei que um bom líder deve estar próximo ao povo, e sentir as necessidades do seu rebanho.
No shabat, shacharit já numa chácara alugada, e lá, ao ar livre estudamos a Torah do Eterno... que depois do almoço se transformou em longos momentos de bate-papo, esclarecimentos bíblicos e principalmente comunhão, quando nos preparávamos espiritualmente para o Pessach. Veio a noite, e com ela uma breve prédica acerca do Pessach e a necessidade de vencermos nossos medos para sermos capazes de cruzar o deserto. Dormimos já era madrugada, de tanta vontade que tinhamos de conversar, estar juntos mesmo. Em dado momento, eu já me sentia completamente em casa, adaptado, feliz ao lado deles, outrora desconhecidos.
Amanhece o domingo, e entre arrumações do local, conversas e muitas risadas, aproveitamos o dia de calor na piscina, com momentos separados para mulheres e depois os homens.
E veio o Pessach, celebrado pela primeira vez entre os amados de Campo Belo, Pequi, Itauna, Divinópolis, Belo Horizonte e eu, de Curitiba. Estava sozinho, sem a família, mas não sem família, pois entre irmãos estamos em família.
Nos sentamos no chão, como nos dias antigos, e tudo transcorreu de uma forma mágica, especial. Depois, como bons mineiros, muito queijo, doce de leite e muita alegria.
Como não se lembrar do momento do lava-pés, quando Yeshua ao lavar os pés dos seus talmidim, ensinou-nos para sempre uma lição de HUMILDADE?
Nesses momentos, com pessoas humildes e simples, que se satisfazem com o pouco que você é capaz de oferecê-los, que me lembro de Yeshua, Seus discípulos e imagino a satisfação que eles levavam no coração a cada pessoa que eles visitavam, e falavam do amor do Eterno. Longe de mim me achar sábio, mas sei a sensação de se esforçar e ainda com debilidades ser capaz de suprir as carências de pessoas humildes. Nessas horas, todas as dificuldades que possam surgir na vida de um rosh são esquecidas. Um abraço sincero vale mais do que muitos presentes caros.
Ter saído de Minas na noite da terça, já findando o Yom Tov, o primeiro dia de Pessach foi muito bom, como alguém que sente de verdade o que é estar livre do Egito, e também livre do "fermento". É como quase sempre falo: "as vezes, visitar pessoas carentes, você pensa que vai levar um pouco de alegria, ânimo, mas na verdade, é você quem recebe tudo dobrado". No fim, acho que fui eu quem encontrei o tesouro, o afikoman escondido, lá no meio do mato, numa chácara em Campo Belo, Minas Gerais.
Agradeço a todos de lá e suas familias, Yonatan, Haniel, Hadassa, Calev, Yakov, Pequi, enfim a todos... e claro, meu amigo Nilder Pousa, sobre quem "repousa" a humildade e o Espírito.
Hoje, quinta-feira, embarcamos para a Argentina, em mais um congresso. Mais uma oportunidade de dar e receber, dar atenção e receber o carinho e respeito dos argentinos amigos. Orem por nós, e que HaShem nos dê sabedoria para falarmos ao coração do povo, como disse o profeta Isaías: "Consolai, consolai o meu povo, diz o vosso Deus. Falai benignamente ao Jerusalém e bradai-lhe que já a sua servidão é acabada..."
segunda-feira, março 18, 2013
Israel e os questionamentos
Há um bom tempo vejo essa imagem no facebook e de vez em quando ela reaparece, sempre quando alguém se sente injustamente criticado, ou até justamente, mas o problema está no fato de que tudo que ela faz certo, ninguém da a mínima.
Por exemplo, você sempre cumpre seus prazos, faz a lição, nunca se atrasa? Experimenta atrasar uma vez! Pronto, será criticado, quase sempre publicamente. Mas quando você vê outras pessoas atrasando serviço ou entregando mal feito, (como diria meus amigos paranaenses, "feito nas coxas") essa tal pessoa não recebe o mesmo tratamento.
Infelizmente hão dá pra dizer que estou feliz. Como todo mundo, as vezes sinto que estou remando contra a maré. Como é complicado quando pessoas simplesmente "boicotam" seu trabalho, e acham que estão certas. O ser humano é muitas vezes cabeça dura!
Mas o que isso tem a ver com Israel? Bem, daqui a pouco mais de duas semanas estarei novamente embarcando para Israel, e mais do que uma simples viagem, lá é um local onde tenho bons momentos de reflexão e questionamentos sozinho, eu e D-us.
Tento entender o porque de pessoas que nunca fazem nada pela kehilah, se sentem no direito de criticar, boicotar, e ainda acham que estão fazendo o certo.
Tento entender o porque de os acertos nunca serem dignos sequer de uma menção, mas as criticas por um erro são expostas como um troféu.
Tento imaginar como seria bom se todas as criticas realmente fossem para o bem, e não para derrubar alguém, e ao mesmo tempo, tento imaginar como é dificil para o ser humano reconhecer o trabalho e talento alheio.
Tento imaginar como seria bom se todos procurássemos cumprir as palavras do sábio Shaul: "quando vos reunis, cada um tenha algo bom pra ser dito, um salmo, cânticos espirituais..."
Antes de Israel ainda tenho uma inédita viagem a MG, quando celebrarei o Pessach com membros isolados de nossa comunidade, esperando compartilhar boas experiências e aprender com a persistência deles.
Em breve, retomo as postagens com maior frequencia por aqui, falando um pouco de Israel, e dos lugares por onde passarei, junto com quatro amigos.
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