Lc 15:18 Levantar-me-ei, e irei ter com meu pai, e dir-lhe-ei: Pai, pequei contra o céu e perante ti.
A vida é feita de escolhas. Todos os dias nos confrontamos com caminhos diversos a serem seguidos. Qual o caminho certo? E se eu escolher seguir o caminho errado, o que vai acontecer? Será que se eu errar, terei chance e poderei voltar?
Sei que não é fácil, muitas vezes há o caminho que nos parece mais certo, mas aí, depois percebemos que tomamos o rumo errado e então há duas opções. Seguir nesse caminho e ver onde ele vai dar (e aí, nesse caso, nos distanciaremos cada vez mais do caminho correto) ou pegar o primeiro retorno e retomar a caminhada no trilho certo.
Um dos textos mais fascinantes ensinados pelo Mashiach Yeshua foi o relatado na conhecida parábolo do filho pródigo.
Ele pegou sua parte na herança, abandonou a casa de seu pai e foi “experimentar” seus próprios caminhos. Conheceu novas pessoas, se iludiu com conversas, até que perdeu tudo e se deu conta de que já não tinha mais o que fazer, escolhera o caminho errado.
Humildemente ele se dá conta de que pecou, reconhece seu erro e pensa em voltar à casa do pai, mas aí já acreditando que não seria recebido como filho, pensava que seria razoável se tivesse uma chance de ser apenas um dos trabalhadores.
Qual não foi a surpresa ao ser recebido com grande carinho pelo pai, que o acolhe e depois dá uma grande festa, e isso causou ciúmes no outro irmão, que fora fiel por toda a vida.
Ontem, no fim do expediente, recebemos na sinagoga um filho pedindo para voltar, e pudemos conversar por um tempo. Quanto é bom isso, saber que alguém se arrepende e humildemente pede para voltar à casa do pai, aceitando ser apenas um servo, aceitando punição, não impondo condições. Por outro lado, como seria bom se todos pudéssemos nos colocar na posição do pai, que acolhe seu filho de volta.
Eclesiastes diz que há tempo para todas as coisas, e há tempo para se aventurar e tempo para se arrepender. Como na estória do filho pródigo, o pai não foi atrás do filho (ainda que isso lhe partia o coração), mas antes permitiu que ele saísse e pudesse viver o seu sonho. O pai apenas torcia para o filho um dia voltar. E voltou!
Ontem ouvi a famosa frase: “errar todo mundo erra, errar é humano”. Não me iludo, nem todo mundo que erra se arrepende; é preciso ter humildade no coração e passar pela “humilhação” de reconhecer o erro perante as pessoas. Aí que a coisa fica difícil. Quantos são humildes o suficiente?
Muitos erram, sabem que erraram, mas não encontram espaço para o arrependimento.
O arrependimento é a essência da Teshuvah! Reconhecermos nossa condição pecaminosa é um passo importantíssimo. Como disse Yohanan: “Produzi, pois, frutos de arrependimento!”
Fico feliz com um filho que se arrepende e volta. Tanto quanto fico triste com um filho que opta por “experimentar a vida, coisas novas”. Como pai, só me resta rezar pra que o Eterno guarde esse filho e que ele encontre espaço para o arrependimento quando se der conta do erro cometido.
Isso é a condição humana, meus amigos. Já há séculos, o profeta dizia:
Jr 8:5-9 Por que, pois, este povo de Jerusalém se desvia, apostatando continuamente? Persiste no engano e não quer voltar. Eu escutei e ouvi; não falam o que é reto, ninguém há que se arrependa da sua maldade, dizendo: Que fiz eu? Cada um corre a sua carreira como um cavalo que arremete com ímpeto na batalha. Até a cegonha no céu conhece as suas estações; a rola, a andorinha e o grou observam o tempo da sua arribação; mas o meu povo não conhece o juízo do SENHOR. Como, pois, dizeis: Somos sábios, e a lei do SENHOR está conosco? Pois, com efeito, a falsa pena dos escribas a converteu em mentira. Os sábios serão envergonhados, aterrorizados e presos; eis que rejeitaram a palavra do SENHOR; que sabedoria é essa que eles têm?
Cada um corre sua carreira como um cavalo que arremete com ímpeto na batalha. Dizem: somos sábios, e a lei do Eterno está conosco. Com efeito, a FALSA PENA dos escribas a converteu em mentira. Que sabedoria é essa que eles tem?
Isso não é uma critica a esse ou aquele, nem tampouco é uma auto-proclamação de minha sabedoria e justiça. Só um tolo age assim. Então, para que serve essa meditação?
Primeiro, é um devocional meu, uma meditação minha, e meu pedido ao Eterno é que me dê e a todos nós, capacidade para escolher bem os caminhos da vida; se errar, que Ele me permita ter humildade para reconhecer e buscar o retorno; mas se eu estiver no caminho certo e outra pessoa, reconhecendo seu erro, quiser retornar para esse caminho, que o Eterno me conceda o espírito do pai, que abraça o filho que retorna, e nunca, jamais, um espírito de vingança e de abandonar o que busca por ajuda.
Teshuvah, um caminho para o arrependimento, esse era um tema de um caderno de lições antigo da CINA.
Se você, ao ler esse texto, perceber que estava num caminho errado, ore ao Eterno, e que ele lhe dê forças de encontrar o primeiro retorno em sua estrada e voltar para casa. E saiba que, de minha parte, todos os arrependidos encontrarão sempre o apoio para retornar para a casa do pai. Não fiquem desejando comer as bolotas que os porcos comiam, ninguém precisa disso.
Espero sinceramente que eu, convicto de que estou trilhando o caminho correto em Yeshua, se nalgum momento perceber que estou errado, possa encontrar em meu coração o arrependimento, e quem sabe, possa voltar aos braços do Pai.
Teshuvah! Arrependimento! Perdão! Um abraço a todos! Shabat shalom!
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