Não costumo fazer postagens sobre tudo o que acontece em nossas viagens a Israel, primeiro porque não dá tempo e segundo, gosto que as pessoas possam imaginar através das fotos, tudo de bom que é esse lugar santo. Mas hoje não dá! Tenho que compartilhar algo inédito que vivi aqui.
Bem, eu e meus amigos, Hillel, Nilder e Dilma, hoje visitamos vários lugares, como sempre, e na parte da tarde, fomos ao Kotel rezar e fazer fotos. Até aí, tudo normal.
Eis que logo na entrada, como todo turista, meus amigos querem fotos com soldados do exército de Israel. Então, lá foram eles. Os incentivei a irem sozinho e tentarem a sorte. Chegaram a um grupo e pediram, e logo foram atendidos. Fotos feitas, vamos rezar, certo? Errado! Errado! Errado!
Bem, de fato fomos rezar, mas eis que meu amigo Nilder esqueceu sua bolsa ao lado de onde estava a jovem militar que saiu gentilmente nas fotos com eles. Saímos, rezamos, dançaram com os breslov, e fomos embora do Kotel... passamos pelo Cardo, fizemos e aí, a dona Dilma pergunta ao marido: Cadê sua bolsa?
Em desespero voltamos correndo, eu, o Nilder e o Hillel. Mais de uma hora depois será que acharíamos a bolsa? Tinha que achar, pois dentro dela estavam os passaportes do casal, e mais um monte de coisas, HD externo, cabos, carregadores, etc... era urgente recuperá-la.
Meio ofegantes chegamos, mas a novidade surgiu. O Kotel, plena cinco da tarde, estava fechado! Todo mundo do lado de fora, lá dentro ninguém, só policiais! Eu achei que era alguma atividade, um evento militar. Ou quem sabe algum presidente! Mas o fato é que estava totalmente fechado, todos os acessos.
Pedi a policiais para me deixarem entrar, que meu amigo tinha esquecido a bolsa dele, com os documentos lá dentro. Até que um policial me mostra uma foto no celular. A bolsa é essa? Respondo que não sei, é meio parecida.
Outra policial fala comigo: “Senhor, como é a bolsa?” Eu digo, preta, meio social, tamanho assim e etc... e aí escutamos uma explosão forte! Buuuummmmm! Todos trememos, escuta-se o silêncio entre a multidão que queria entrar no Kotel. E aí a policial olha pra mim e diz: “Sinto muito mas acho que sua bolsa explodiu!”
Em minutos, já me pedem pra acompanhar outro militar, e o Kotel ainda fechado, somos o centro das atenções. Ao entrar, eis que encontro a tal bolsa do Nilder, literalmente despedaçada! Um cheiro forte de explosivo, pólvora pura! Coração a mil!
Ansioso já começo a pensar em procurar o consulado brasileiro, pedir novos passaportes de emergência, pedir desculpas aos militares (sim, mobilizamos um aparato enorme do exército de Israel)
O policial fala comigo, e pede que eu abra a bolsa e tente confirmar se era mesmo do meu companheiro de viagem. Em meio à fumaça, achamos o passaporte da Dilma (esposa do Nilder) e confirmo. Depois, pedaços do HD, cabos arrebentados... enfim, tudo arrebentado. Achamos o passaporte dele também, graças ao Eterno.
Passado o susto, peço desculpas ao policial por ter causado tamanho transtorno (você imagina o que é fechar o Kotel em plena tarde?) e espero a bronca dele e ele me dizer qual seria o prejuizo, quanto teríamos que pagar.
Nisso, o Kotel ainda fechado, e uma multidão nos olhando pelas portas de acesso. Nilder feliz pelo passaporte, mas já preocupado. E o policial vem com um papel conversar comigo. Incrivelmente calmo, ele me explica os procedimentos:
- Senhor, pedimos desculpas por ter explodido a bolsa, sei que tiveram um prejuizo financeiro; essa folha aqui, anotamos as perdas de voces. Agora vocês levam isso em tal endereço aqui em Jerusalém e o governo de Israel vai ressarcir voces pelo prejuízo.
Absolutamente estupefato, olho e digo ao policial: “vocês é que devem nos perdoar, lamentamos profundamente o prejuizo de Israel, e foi uma falha completamente involuntária, quando apenas queríamos fazer fotos ao lado dos militares.” Ouço como resposta: “tudo bem, o senhor entendeu o procedimento pra receber de volta o ressarcimento?” Sim! Então ele me diz: “mais uma vez, nos desculpe!”
Outro policial diz: “De onde vocês são?” Do Brasil! E ele: “No Brasil qualquer criança poderia ter pego a bolsa de voces com tranquilidade, mas aqui, temos que explodir”
Saimos, ainda enquanto nosso coração disparado tentava voltar ao ritmo normal, ao mesmo tempo em que os portões eram reabertos e o Kotel voltava ao seu ritmo de orações, pulsando o coração do Eterno e de um povo que busca Sua Santidade.
Foi uma experiência única! Certamente somos os primeiros a dizer: “Paramos o Kotel” mas, graças à misericórdia do Eterno, era apenas uma bolsa! E Ele protegeu os passaportes!
Aproveito para dizer a todos que, apesar dos ataques terroristas AM ISRAEL CHAI! O Povo de Israel vive! E vive feliz!
Sigamos rezando para que o Eterno, Bendito Seja Ele, possa trazer a paz sobre nós e sobre todo o povo de Israel!