terça-feira, dezembro 30, 2014

Pensamento do dia: Para onde vamos? Israel ou Yerushalaim.




Sl 122:1,2,5-9 - Alegrei-me quando me disseram: Vamos à Casa do SENHOR. Pararam os nossos pés junto às tuas portas, ó Jerusalém! Lá estão os tronos de justiça, os tronos da casa de Davi. Orai pela paz de Jerusalém! Sejam prósperos os que te amam.  Reine paz dentro de teus muros e prosperidade nos teus palácios. Por amor dos meus irmãos e amigos, eu peço: haja paz em ti! Por amor da Casa do SENHOR, nosso Deus, buscarei o teu bem.

Este salmo é maravilhoso e expressa todo anseio de um tsadik por estar na “Casa do Eterno” em Jerusalém. É lá que estão os tronos de justiça, os tronos da Casa de Davi... mas infelizmente muita gente se confunde diante do que é a santidade. Porque essa distinção nem sempre é das tarefas mais fáceis. Até mesmo os próprios sacerdotes do Eterno de vez em quando se perdiam e não ensinavam o povo no caminho certo.

Já estive por algumas vezes em Israel e já levei gente de pensamentos diferentes dos meus; uns eram devotos, outros nem tanto, outros apenas “queriam ver a santidade” (meio de longe). Aos que caminham no longo processo de teshuvah, num retorno às raízes judaicas, cabe a pergunta. Para onde você quer ir? Aos que desejam viajar conosco numa dessas idas a Israel, cabe se questionar: estou indo em busca do que? Quero ir pra Israel ou pra Jerusalém? 
A princípio, tudo pode parecer a mesma coisa, mas há uma grande diferença: quanto mais você se distancia de Jerusalém, mais a santidade se distancia de você. 

Israel tem lugares, cidades maravilhosas, lindas, como Bersheva, Netanya, Tel Aviv, Haifa, etc... e todas possuem sinagogas, yeshivot, mas nenhuma delas possui a santidade da “Casa do Eterno”

Por trabalhar com pessoas que querem ir à Terra Santa, sempre vem gente com pedidos de conhecerem lugares assim e assim. Dias atrás um senhor me mandou uma mensagem querendo ir a Israel, e além dos lugares já tradicionais ele me disse ser um apreciador da vida noturna, que gostaria de visitar casas noturnas e clubes. Ele não é da mesma comunidade e fé, mas dizia ter fé (mas que não era lá muuuuiito religioso) então pra ele, qualquer lugar servia.  (Não cabe a mim julgá-lo porque ele não era israelita) Por fim, respondi que não conheço lugares que ele buscava e que seria ideal que ele buscasse um outro agente de turismo. 

Ez 44:23  E a meu povo ensinarão a distinguir entre o santo e o profano e o farão discernir entre o impuro e o puro.

Distinguir entre o santo e o profano é primeiro de tudo saber que são coisas DIFERENTES.  O santo é diferente, especial, único. O profano (Não é errado) é apenas comum, qualquer coisa, qualquer pessoa. D-us nos chamou a sermos SANTOS, diferentes, especiais e únicos. 

No caminho da teshuvah também é assim. Há os que querem trilhar, mas pra onde vão? Onde querem chegar? Onde queremos chegar? Nossa santidade está atrelada àquilo que buscamos. 

A congregação que fazemos parte é por definição “RELIGIOSA” e devemos buscar essa RELIGIOSIDADE. De que adiante aprender a discernir o santo se escolhemos trilhar o caminho do profano?
Por exemplo, de que adianta aprender a necessidade de comer kasher, entendermos como funciona o abate do animal, todo o processo de bedicá (verificação) etc... se continuamos a comer em churracarias e restaurantes não kosher?
De que adianta aprender sobre tsiniut, se as mulheres insistem em se vestir de forma indecorosa, com trajes transparentes,  curtos ou no mínimo chamativos? De que vale aprender a cobrir a cabeça, do quanto HaShem valoriza e honra àquela que cobre os cabelos e deixa toda a sua formosura para o interior seu palácio se nossas mulheres sentem vergonha e não querem cobrir a cabeça?

A Torah, o Talmude, o Shulchan Aruch, os ensinos rabínicos, Maimônides, etc... só valem quando é do interesse. Isso é judaísmo? Acho que não!

Recentemente tivemos o 11º Congresso de Adoração Israelita. O que isso significa? Congresso de ADORAÇÃO ISRAELITA. Viajamos, chegamos a um lugar para ADORARMOS, APRENDERMOS TORAH, em busca da SANTIDADE.... aí as pessoas tem todo o gasto com viagem, hospedagem e na hora de aprender, NÃO PRATICAM.

Aí eu volto à pergunta do título: Para onde vemos? Sua teshuvah pode te levar a Israel, legal, ótimo, mas lembre-se que a Santidade está em Jerusalém. 

Não adianta ir a Israel e lá cobrir a cabeça e quando voltar ao Brasil ficar andando com a cabeça descoberta. Se é contra, porque usar lenço em Israel? Não adianta ir a Israel e lá colocar kipah, e voltar ao Brasil e não usar... não adianta lá colocar tefilin e chegar ao Brasil e não usar... e também não adianta justificar dizendo que lá é fácil usar. 

Esses tempo eu vi um palestrante dizendo algo assim: “Tudo aquilo que você diz que gostaria muito de fazer, mas ainda não faz é porque na verdade aquilo não é importante pra você. Quando queremos muito algo, a gente faz acontecer.” 
Lembro-mo quando fizemos nossa primeira viagem a Israel. Muitos que não foram (porque era caro) fizeram planos, nos pediram pra fazer um parcelamento em 36 vezes, consórcio, etc... e essas pessoas até hoje não foram. Porque continua sendo caro? E se tivéssemos feito um plano de pagamento em suaves 36 prestações? A resposta é que também não teriam ido. Porque quem quer, economiza e vai. Da primeira viagem até hoje já se passaram mais de seis anos, isto é, 72 meses. Isso significa que a pessoa poderia guardar um pouquinho por mês e já teria ido talvez duas vezes a Israel. 
Quando queremos praticar a kashrut, não importa o quanto difícil seja. Quem quer, faz! Se a carne kosher é cara, podemos comer saladas, ovos, soja, mas comeremos kosher. Agor, se quisermos arrumar desculpas, diremos que a carne kosher é cara, que produtos kosher são mais caros, e não dá pra pagar. 
Se quisermos comprir as leis de Taharah Hamishpachah, faremos... agora quem não valoriza, vai dizer que não tem mikve por perto, que o rio fica longe, que o mar fica muto distante, que é impossível fazer um mikve na praia, enfim, não dá. E vai continuar pecando diante do Eterno. 
Se quisermos praticar a tsiniut, daremos um jeito, jogaremos fora os trajes indecorosos, cobriremos nossas cabeças, deixaremos toda a beleza para o interior de nosso palácio, para a alegria dos maridos. Agora, se quisermos também poderemos andar de forma indecente; tem até maridos que gostam, que acham bonito que a esposa se exiba diante dos outros... tem gosto para tudo nesse mundo. tem até mulher que diz que o que é bonito tem mais é que ser mostrado mesmo... até porque cérebro não dá pra ver né? 

A verdade é que cada um de nós precisa definir pra onde vai sua teshuvah. Se a sua teshuvah vai te conduzir até Roma, até Tel Aviv, ou até Jerusalém. Eu só sei que o Eterno disse: “Sede SANTOS, porque Eu sou Santo.”

Sua teshuvah é baseada no que o outro diz? É baseada na roupa que a mulher do fulano usa? Sim, tem gente que é contra tsiniut, tem gente que não vê necessidade na Kashrut, tem gente que acha o mikvê um exagero, mas tem gente que é feliz por cumprir tudo isso e quer mais... quer Jerusalém.

Lembro-me da caminhada de Israel pelo deserto. Foram quarenta anos, e tinha gente feliz por ter saído do Egito, tinha gente que queria voltar, com saudades dos alhos e melões, tinha gente que tava feliz em ficar no deserto, mas também teve gente que queria chegar à Terra Prometida. 
Tem uma famosa parábola sobre pessoas que almejavam chegar ao topo de uma montanha muito alta... e começaram a subir. No caminho, uns desistiram logo no começo, outros seguiam, mas iam parando porque ouviam dizer que nunca chegariam no topo, e teve uma pessoa que chegou. Uma vez tendo alcançado o topo, as pessoas lhe perguntavam: “Como você conseguiu?” E o vencedor não respondia a ninguém, e acabram descobrindo que ele era surdo e por isso mesmo, ele chegou... porque não ouvia as pessoas dizendo que ele não alcançaria o topo. 

Na saída do Egito, foram milhões de pessoas, e no fim da caminhada dois deles entraram na Terra Prometida. Josué e Calebe atingiram o topo da montanha. 
Se eles conseguiram, é sinal de que todos os que realmente quisessem teriam alcançado. 

Se a sua teshuvah é em busca da santidade, saiba que você pode alcançá-la. Agora se você der ouvidos àquelas pessoas que não valorizam a tsiniut, a taharat e a kashrut, vai acabara acreditando que realmente não vale a pena ser santo...

Sua caminhada vai te conduzir a algum lugar, pode até ser Israel; quem sabe Tel Aviv, talvez Eilat, ou quem sabe Haifa, mas Jerusalém, ah! Jerusalém... Jerusalém é só para quem quer habitar e estar na Casa do Eterno. 

Sl 42:1-4 Como suspira a corça pelas correntes das águas, assim, por ti, ó Deus, suspira a minha alma. A minha alma tem sede de Deus, do Deus vivo; quando irei e me verei perante a face de Deus? As minhas lágrimas têm sido o meu alimento dia e noite, enquanto me dizem continuamente: O teu Deus, onde está? Lembro-me destas coisas—e dentro de mim se me derrama a alma—,de como passava eu com a multidão de povo e os guiava em procissão à Casa de Deus, entre gritos de alegria e louvor, multidão em festa.

Sua alma suspira pela presença do Eterno assim como a corça anseia pelas águas? Pois saiba que houve um tempo em que as pessoas seguiam, em procissão à Casa do Eterno, com gritos de alegria e louvor... e esse tempo há de voltar.
Isso é uma promessa. Ainda se ouvirá voz de gozo e de alegria, de noivo e noiva, nas ruas de Jerusalém... porque o Eterno há de cumprir a boa palavra que falou à Casa de Israel e à Casa de Judá. Há de se levantar o renovo, que fará com que Jerusalém habite segura e que Judá seja salva. E Ele será chamado: O Eterno é NOSSA Justiça! (Jr 33:1-16)

Faça sua teshuvah com fé, pratique as boas obras, porque o Eterno realizará o anseio de sua alma... Jerusalém é logo ali...a Casa do Eterno é logo ali, e assim como o Rei David, poderemos estar em procissão, entre gritos de alegria e louvor, com a multidão em festa. 

Que nossa teshuvah nos conduza a Jerusalém.